Nesta quinta-feira (02), Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública pertencente ao Distrito Federal (SSP-DF), deu informações de que a Polícia Militar (PM) quando a sede dos Três Poderes foi alvo de atos criminosos de golpistas que depredaram a sede, no dia 8 de janeiro, não se posicionaram para que o reforço de agentes protegessem a Esplanada dos Ministérios.
“Era pra manter um reforço efetivo. Os senhores, por meio da investigação, – e juntamente com a investigação que corre na Polícia Federal, no Ministério Público e no STF –, vão ter essa oportunidade de esclarecer onde estavam essas tropas, cadê esse efetivo. Questionar a Polícia Militar cadê o efetivo. [Questionar] o Departamento de Operações (DOP), que planejou. Porque [o efetivo acordado] não foi cumprido. Isso eu posso afirmar para os senhores. As ações acordadas na sexta-feira [anterior aos atos] não foram cumpridas.”
Declarou o ex-secretário para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), responsável por investigar as ações antidemocráticas da Câmara Legislativa do DF. Oliveira também informou, que até mesmo após ser nomeado, não foi sequer apresentado ao governador Ibaneis Rocha juntamente com os chefes das forças de segurança. De acordo com ele, seu último contato com Anderson Torres aconteceu na segunda-feira à noite, no dia 9 de janeiro, um dia depois dos atos de vandalismo.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Ex-número 2 da Segurança no DF, Fernando de Souza Oliveira diz, em CPI da Câmara Legislativa, que quem mandava no dia 8 de janeiro era Anderson Torres, apesar de estar fora do país: "Eu assumiria a pasta na segunda-feira." <a href=”https://t.co/5lK5DyfYZL”>pic.twitter.com/5lK5DyfYZL</a></p>— O Antagonista (@o_antagonista) <a href=”https://twitter.com/o_antagonista/status/1631305510099009536?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 2, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Fernando de Souza Oliveira prestou depoimento (Vídeo: Reprodução/Twitter/O Antagonista)
“Ele fez uma ligação, no final do dia, questionando e perguntando qual o erro da operação, [perguntando] porque a PM não tinha executado o plano. Eu respondi: ‘eu não tenho acesso, a PM não me mandou, não me apresentou o plano de operações’. Posteriormente, no relatório do interventor, ficou constatado que sequer existia plano. Foi essa a conversa rápida. Depois, eu não tive mais nenhum contato com o secretário Anderson”, falou Oliveira.
A pasta do dia 8 de janeiro era chefiada pelo ex-secretário, visto que no dia dos ataques o então titular, Anderson Torres da SSP, se encontrava nos Estados Unidos. Ainda hoje (02), Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de inteligência da pasta, também seria ouvida, no entanto, seu depoimento foi transferido para a semana que vem. A CPI ainda deve ouvir outras seis pessoas em março. Já o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, deverá ser o oitavo, no dia 9.
Foto destaque: Fernando de Souza oliveira na CPI dos atos antidemocráticos. Reprodução/Twitter