Chefe da ONU exige evacuação de 2.500 crianças Gaza por ‘risco iminente’ da morte

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Chefe da Onu
Foto destaque: Chefe da Onu, António Guterres (Reprodução/UN Photo/Cia Pak)

O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu nesta quinta-feira (30) que 2.500 crianças sejam imediatamente evacuadas de Gaza para tratamento médico. A UNRWA, agência de ajuda humanitária da ONU, segue prestando assistência na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, apesar da proibição imposta por Israel.

O que aconteceu

O secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitou a retirada urgente de 2.500 crianças de Gaza para tratamento médico, após uma reunião com médicos dos Estados Unidos, que alertaram para o risco iminente de morte nas próximas semanas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 12 mil pacientes aguardavam por transferências médicas, e a entidade esperava que as evacuações aumentassem com a entrada em vigor do cessar-fogo iniciado em 19 de janeiro. “Algumas crianças estão morrendo agora, outras correm risco iminente de morte nas próximas semanas”, afirmou Feroze Sidhwa, cirurgião de trauma da Califórnia que trabalhou em Gaza de 25 de março a 8 de abril do ano passado, após encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Sidhwa explicou que as atuais restrições de segurança dificultam a evacuação, com as famílias sendo forçadas a fazer escolhas dolorosas. “Uma tia tem que decidir entre levar suas duas sobrinhas ou ficar com o bebê que amamenta.” O cirurgião também ressaltou que muitas crianças necessitam de cuidados simples, como o caso de um garoto de 3 anos com queimaduras no braço, que corre risco de amputação devido a complicações. A médica Ayesha Khan, que esteve em Gaza entre novembro e janeiro, destacou ainda o alto número de amputações entre crianças, muitas sem acesso a próteses ou reabilitação.

A situação em Gaza

Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, a situação em Gaza se deteriorou de forma dramática. A ofensiva desencadeou uma resposta militar de Israel, conhecida como “Operação Espada de Ferro”, resultando em intensos bombardeios na Faixa de Gaza. Mais de 2 milhões de pessoas, já em condições precárias, foram afetadas por esse bloqueio severo, com milhares de mortos e feridos, e uma infraestrutura destruída, especialmente no setor de saúde.

A violência, que já se estende por mais de um ano, causou a morte de mais de 25 mil pessoas em Gaza, a maioria civis. Organizações humanitárias, como a UNRWA, enfrentam grandes desafios para fornecer assistência, com hospitais superlotados e falta de suprimentos básicos. A escassez de alimentos, medicamentos e água agrava ainda mais a crise humanitária, enquanto o sistema de saúde local continua a colapsar.

Em 19 de janeiro de 2024, um cessar-fogo temporário foi implementado, oferecendo uma breve pausa nas hostilidades e permitindo algumas operações de ajuda. Contudo, a situação permanece crítica, com as evacuações e o fornecimento de assistência humanitária ainda enfrentando sérias limitações.


Notícia sobre o cessar-fogo em Gaza (Video:reprodução/Youtube/@bandjornalismo)


A comunidade internacional segue pressionando por um acesso mais amplo para ajuda e uma solução diplomática que traga fim ao sofrimento da população de Gaza.

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