Há exatos 35 anos acontecia o episódio mais marcante da história política e econômica do país, o “confisco da poupança”.
O confisco do dinheiro depositado em cadernetas de poupança ocorrido durante o governo do então Presidente Fernando Collor de Mello, ocorreu no dia 16 de março de 1990 e fazia parte de um pacote econômico que supostamente tinha por meta o controle da inflação crescente à época em que foi implementado.
Após anunciado com o nome de Plano Collor Um, a população, após um feriado bancário de três dias, correu aos bancos formando enormes filas, a fim de conferirem seus saldos ou sacar todo o dinheiro para guardar em casa, porém, os saques foram limitados ao valor de 50 mil cruzados novos, o equivalente a aproximadamente 8 mil reais em valores atualizados. O pacote ainda determinou o bloqueio dos valores por 18 meses, com correção e juros de seis por cento ao ano.
Povo nas ruas pedindo Fora Collor (Reprodução/Paulo Fridman/Getty images embed)
A medida tinha por objetivo controlar a hiperinflação de 84% ao mês, porém seu resultado não foi o esperado. De início, a inflação caiu 3%, mas se manteve por pouco tempo, em junho subiu para 9% e no mês seguinte voltou à casa dos dois dígitos. Muitos cidadãos recorreram à justiça solicitando restituição, mas sem resultados concretos.
Preso por corrupção
Passados 35 anos da implementação do Plano Collor Um, o ex-presidente Fernando Collor de Melo teve sua prisão decretada por Alexandre de Moraes na madrugada desta sexta-feira (25), após todos os recursos apresentados ao Supremo terem sido rejeitados.
Ministro do STF, Alexandre de Moraes (Reprodução/Bloomberg/Getty images embed)
O ex-presidente foi condenado por corrupção em um desdobramento da Operação Lava-Jato em um esquema de lavagem de dinheiro na BR Distribuidora. A pena total de Collor, estabelecida pelo STF em 2023, é de 8 anos e 10 meses.
Collor foi denunciado pela PGR em 2015, acusado de receber R$ 20 milhões em propinas para facilitar contratos de troca de bandeira de postos de combustível.
Foro Privilegiado
Como Fernando Collor de Melo teve seu último mandato finalizado em 2023, não tem mais direito ao foro privilegiado, porém continua tendo direito a benefícios vitalícios como segurança particular, motoristas particulares.
Segundo o decreto 6.381/2008, o ex-presidente tem direito a dois veículos oficiais, seis servidores à disposição, quatro para segurança e dois assessores.
Além dos benefícios vitalícios por ter sido presidente da república, Collor terá direito à cela especial e cumprirá a pena em Alagoas.
A defesa pediu conversão da pena em prisão domiciliar, alegando que o ex-presidente sofre de comorbidades graves.