Os dois países, Índia e Paquistão, contém, respectivamente, o 6º e o 7º maiores arsenais do mundo. A informação é apresentada pela Federação Cientistas Americanos (FAS). Nesta quarta-feira (7), um ataque do Paquistão na região da Caxemira controlada pela Índia deixou mortos e feridos. As duas nações já tiveram três guerras por causa da região.
No momento, nove países no mundo detém armas nucleares. Em nível global, o arsenal chega ao número de 12.331 ogivas.
Distribuição por país
- Índia: 180 ogivas
- Paquistão: 170 ogivas
Nesses dois casos, o arsenal estipulado são classificados como “em reserva/não implantadas”, ou seja, as ogivas precisam de algum tempo de preparação até que possam ser utilizadas.
A especialista de política nuclear Michelly Geraldo, explica que mesmo com a escalada na tensão entre os dois países, a probabilidade de uso de armas nucleares no atual cenário é considerada baixa.
A Índia e o Paquistão possuem um arsenal nucelar pequeno se comparado ao dos Estados Unidos e da Rússia, que conservam os maiores estoques do mundo. A Rússia e os EUA guardam, respectivamente, 5.449 e 5.277 ogivas nucleares cada um, o que equivale a 84% das existentes.
Além do mais, as ogivas de Índia e Paquistão estão armazenadas, e não implantadas em lançadores – isso quer dizer que estão prontas para uso. Já os EUA possuem 1.770 ogivas implantadas, sendo 1.670 em dispositivos de longo alcance; e a Rússia, 1.710.
Índia e Paquistão entram em guerra por território (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)
O Paquistão se faz valer do uso de armas nucleares como necessidade de se defender e garantia, proteção de seu território. Os paquistaneses implementaram um programa nuclear devido os conflitos históricos com a Índia, no intuito de impedir ataques convencionais rápidos em seu território, e por conta disso o país desenvolveu, por exemplo, armas nucleares de curto alcance.
O mesmo tipo de precaução ocorre no lado indiano. A utilização de armas nucleares pelo país é devido a tensão com o Paquistão. Porém, a Índia adota uma estratégia conhecida por “First No Use” (não usar primeiro, em tradução livre) que define que o país não será o primeiro a recorrer a armas nucleares em um eventual combate, mas responderá caso seja atacado.
Em geral, o número total de armas nucleares no mundo vem se reduzindo, sobretudo devido ao desmonte de ogivas que estavam fora de serviço, maiormente nos EUA e Rússia.
Todavia, considerando apenas as ogivas nucleares, desconsiderando lançadores, mísseis e aeronaves, o cenário é de crescimento.
De acordo com a FAS, países como China, Índia, Coreia do Norte, Paquistão, Reino Unido e a própria Rússia podem estar ampliando seus estoques ativos.
Paquistão ataca Caxemira
A região da Caxemira sofreu um ataque do Paquistão nesta quarta. A região da Caxemira é monitorada pela Índia. O ataque deixou dezenas de mortos e feridos. A agência de notícias AFP informou que o ataque da artilharia paquistanesa aconteceu no distrito de Poonch. A investida aconteceu após o Paquistão afirmar que revidaria os ataques indianos do dia anterior. A índia atestou ter atacado nove alvos paquistaneses, contudo, o ministro da Defesa indiano afirmou não haver civis entre os mortos. o Paquistão contesta a informação.
A rivalidade entre os dois países é histórica. ocorre desde a independência dos territórios, em meados do século XX.
Devido aos ataques na região, companhias aéreas asiáticas mudaram rotas e cancelaram voos que passavam pelo local. Segundo a Reuters, 50 voos para o Paquistão foram cancelados.
Exército paquistanês é autorizado a revidar ataque da Índia (Foto: reprodução/Instagram/@cnnpolítica e @cnnbrasil)
Conflito pela Caxemira
China, Índia e Paquistão detém o controle da região, porém, a Caxemira que se situa na cordilheira do Himalaia, vem sendo reivindicada desde 1947 pela Índia e o Paquistão após ambos terem conquistado a independência do Reino Unido.
As Nações Unidas pediram à Índia e ao Paquistão: “máxima contenção para garantir que a situação não se deteriore ainda mais”.
