Presidente do Equador, Daniel Noboa, sofre atentado

Veículo do presidente é cercado por multidão quando ele chegava em evento. Sofreu ataques de pedras e entretanto não foi ferido

07 out, 2025
Daniel Noboa, presidente do Equador | Reprodução/Getty Images Embed/Europa  Press News
Daniel Noboa, presidente do Equador | Reprodução/Getty Images Embed/Europa Press News

Nesta terça-feira (07), o presidente do Equador, Daniel Noboa, sofreu um atentado à sua vida. Ele estava chegando a um evento na província de Cañar, região central de Azogues. Quando seu automóvel foi cercado por uma multidão enfurecida, porque o país passa por uma onda de protesto por conta do aumento do diesel.

O presidente do Equador enfrenta essa onda de protestos, principalmente dos povos indígenas, contra o aumento do preço do diesel. Antes, ele custava US$ 1,80 e passou para US$ 2,80 por galão (de R$ 9,60 para R$ 15, na cotação atual). Os valores subiram 56% por conta do fim de um subsídio do governo. 

Atentado ao presidente do Equador Daniel Naboa 

A ministra de Energia, Inés María Manzano, afirmou que o presidente Daniel não se feriu e classificou o ataque como uma “tentativa de assassinato”. Manzono afirmou também que havia marcas de bala, que indicavam que o veículo foi alvejado. A multidão atirou principalmente pedras, enquanto o carro de Noboa passava. Pelo menos cinco pessoas foram presas. Daniel, por meios oficiais e ONGs, informa que os protestos que estão ocorrendo em todo o Equador deixou um manifestante morto e cerca de 150 feridos, entre civis, militares e policiais. Cerca de 100 pessoas foram detidas. A ministra da energia informou que todos os presos serão processados por terrorismo e tentativa de homicídio. E, em especial nesse caso, do apedrejamento do carro do presidente do Equador, esses cinco foram denunciados formalmente por tentativa de assassinato.


Vídeo do ataque ao automóvel do presidente do Equador Daniel Naboa (Vídeo: reprodução/YouTube/OHFNews)

Além disso, no sábado (5), o presidente do Equador Daniel Noboa decretou estado de emergência por 60 dias em 10 das 24 províncias do Equador. O decreto menciona uma paralisação das estradas e atos de violência que alteraram a ordem pública e uma radicalização por parte dos protestantes. Do mesmo modo, o presidente Noboa classifica quem está participando dos protestos como terroristas e, sem provas, afirma haver mafiosos infiltrados no movimento, incluindo membros da quadrilha venezuelana Tren de Aragua.

Protestos da Conaie e em várias províncias

A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), maior organização de povos originários do país, começou no dia 22 de setembro uma onda de protestos devido ao aumento do diesel. As manifestações incluíram bloqueios de vias em várias províncias. Além disso, sobre o atentado que ocorreu nesta terça-feira, a Conaie falou que a polícia e o Exército agiram brutalmente contra pessoas que estavam na região por onde passava o carro com Noboa. A Conaie afirmou que mulheres idosas participavam da manifestação e que essas cinco pessoas detidas foram por uma prisão arbitrária.


Foto de protestos no Equador (Foto: reprodução/Rodrigo Buendia/Getty Images Embed)

Para concluir, a Conaie também reivindica a redução do IVA (Impuesto al Valor Agregado, ou seja, imposto sobre o Valor Agregado, equivalente ao ICMS em outros países), de 15% para 12%, e mais recursos para saúde e educação públicas. A entidade acusa o governo de responder com repressão às demandas dos povos indígenas. Um dia antes dessas acusações, o líder da Conaie, Marlon Vargas, afirmou que os manifestantes tomariam Quito se fosse preciso. Entretanto, o presidente Noboa afirmou que quem atua como delinquente será tratado como tal. Aumento dos combustíveis é um tema que sempre causa caos no Equador e já provocou protestos violentos em 2019 e 2022, durante os governos de Lenín Moreno e Guillermo Lasso. O presidente Daniel Noboa tenta colocar ordem novamente no Equador.

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