Vorcaro deixa prisão após decisão da Justiça Federal
Daniel Vorcaro, do banco Master, ganha liberdade com obrigatoriedade de tornozeleira eletrônica e proibição de atuar na área financeira pelo TRF-1
O TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) determinou, nesta sexta-feira (28), derrubar o pedido de prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master preso em operação anti-fraude. A desembargadora Solange Salgado determinou que Daniel saia do presídio e responda em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica.
Vorcaro foi detido pela Polícia Federal no dia 17, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando se preparava para viajar a Dubai. A defesa alega que a viagem havia sido comunicada ao Banco Central horas antes da detenção.
As medidas impostas pelo TRF-1
Além da monitoração via tornozeleira eletrônica, a decisão da Justiça Federal também estabelece que Vorcaro se apresente à Justiça de tempos em tempos, além de estar proibido de manter contato com outros investigados pela operação e deixar o município onde reside. O executivo também teve seu passaporte pego e foi impedido de exercer qualquer atividade de natureza investigativa durante o período da investigação.
Solange Salgado também estendeu que as medidas cautelares fossem aplicadas aos demais presos na Operação Compliance Zero, sendo eles: Augusto Ferreira Lima, ex-CEO e sócio do banco Master; Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia; Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria; e Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, sócio.
Além do tumulto nas redes sociais, outra comunidade em polvorosa foi a torcida do Atlético MG, do qual Vorcaro é sócio. Em época de competições esportivas, os torcedores se preocuparam com o escândalo financeiro que pudesse envolver o nome do time. Na época da prisão de Vorcaro, o time já havia se pronunciado sobre o assunto.
Em relação à matéria publicada hoje pelo jornal Estado de São Paulo, o Atlético esclarece que:
O Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia é um veículo de investimento devidamente constituído e regular perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”),… pic.twitter.com/3MNulEdLy0
— Atlético (@Atletico) October 17, 2025
Pronunciamento do Atlético MG (Foto: reprodução/X/@Atletico)
Um dia depois da prisão do banqueiro, a PF desencadeou a operação anti-fraude que investiga a emissão de títulos de crédito falso por instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional, como o Banco Master. Os suspeitos estão sendo investigados por crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. Ao todo, são cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.
Argumentos da defesa e fundamentação da decisão
Na última terça-feira (25), a defesa de Vorcaro apresentou novos documentos afirmando que o Banco Central tinha conhecimento prévio da viagem e da negociação de venda do banco Master ao Grupo Fictor, em Dubai, no dia em que foi preso. Os advogados também dizem que Vorcaro participou de reunião virtual com diretores e servidores da autarquia no dia 17 de novembro.
Solange Salgado afirma que, diante dos “fatos novos” apresentados, não há mais requisitos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva. Mesmo assim, ressalta a gravidade dos fatos investigados e o montante financeiro envolvido, o que, segundo ela, exige a adoção de medidas cautelares.
Salgado também destaca que os delitos investigados não envolvem violência ou grave ameaça, e que medidas como retenção de passaporte e monitoração eletrônica são suficientes para mitigar eventuais riscos, como tentativa de fuga. A decisão prevê ainda que qualquer descumprimento das condições impostas resultará no restabelecimento imediato da prisão preventiva.
