Equipe de Trump formaliza transição após semanas de atrasos

Acordo permite acesso a documentos e coordenação com agências federais, mas levanta dúvidas sobre ética e conflitos de interesses

Yasmin Souza Por Yasmin Souza
2 min de leitura
Foto Destaque: Donald Trump e Joe Biden, em uma rara demonstração de diplomacia, refletem os desafios e tensões no processo de transição de poder nos Estados Unidos — (Foto: Reprodução / SAUL LOEB/AFP)

A equipe de transição de Donald Trump assinou, nesta terça-feira (26), um acordo com a Casa Branca que autoriza a coordenação formal com agências federais e o acesso a documentos governamentais. O atraso no processo gerou preocupações sobre possíveis impactos nas operações e conflitos éticos.

A assinatura encerra semanas de tensões entre a administração republicana e o governo democrata de Joe Biden, mas as escolhas de Trump para o Gabinete e a ausência de compromissos éticos tradicionais ainda geram controvérsias.


Equipe de Trump enfrenta resistência da administração de Biden na transição de governo
Sobre a resistência — (Vídeo: Reprodução / YouTube / Jr)

Promessas e críticas éticas

Apesar do progresso, a assinatura do acordo trouxe à tona divergências em relação a compromissos éticos. Diferente do modelo adotado pela administração Biden, a equipe de Trump optou por um plano próprio de ética, publicado no site da Administração de Serviços Gerais. O documento promete evitar conflitos de interesses e proteger informações confidenciais, mas exclui promessas como proteger denunciantes e limitar a gestão de ativos de Trump.

Essa abordagem levanta questionamentos sobre a transparência da futura administração, especialmente diante das significativas participações financeiras de Trump em setores como mídia, criptomoedas e negócios imobiliários.

Conflitos de interesses em destaque

Trump possui uma fortuna avaliada em bilhões, com negócios que abrangem hotéis, campos de golfe e propriedades internacionais. Essa diversificada rede de investimentos intensifica as críticas sobre a ausência de medidas robustas para prevenir conflitos de interesses, algo que foi parte do compromisso de transição assinado pela vice-presidente democrata Kamala Harris.

Além disso, há preocupações de que essa abordagem possa comprometer a confiança pública e aumentar o escrutínio de futuros acordos. Especialistas alertam que, sem garantias éticas claras, o novo governo corre o risco de enfrentar desafios legais e políticos já nos primeiros meses.

Enquanto Trump se prepara para assumir a presidência em 20 de janeiro, especialistas avaliam que o acordo representa um avanço necessário, mas insuficiente para garantir uma transição alinhada às expectativas de governança ética e ordenada.

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