Espetáculo cósmico: “Cometa do Século” poderá ser visto no Brasil

O fenômeno é esperado por astrônomos e amantes do céu e poderá ser visto a olho nu no mês de outubro

Thalita Gombio Por Thalita Gombio
5 min de leitura
Foto destaque: O C/2023 A3, em 10 de junho de 2024 (Reprodução/Wikimedia)

A passagem do cometa C/2023 (Tsuchinshan–ATLAS), carinhosamente apelidado de “Cometa do Século”, está prestes a oferecer um espetáculo para os amantes de astronomia e observadores do céu em todo Brasil. Isso porque, a partir desta sexta-feira (27), o fenômeno poderá ser admirado em várias partes do país, à medida que o cometa se aproximar de seu “periélio” – o ponto em sua órbita mais próximo do sol. 

O cometa foi descoberto em 2023 por observatórios da China e Havaí e rapidamente foi reconhecido entre astrônomos. Sua composição mistura gelo, poeira e rochas e o brilho intenso vem da vaporização de gases em sua superfície à medida que se aproxima do sol.

Vale ressaltar que a luminosidade de cometas têm variáveis como a composição do cometa, sua atividade e distância da Terra que influenciam na visibilidade, portanto, a previsão exata de seu brilho ainda é incerta.

Cronograma do Cometa C/2023

O portal G1 separou alguns momentos propícios para a visibilidade do “Cometa do Século”:

  •  Até o dia 07 de Outubro, o cometa estará se aproximando do Sol e será visível logo pela manhã, no leste, próximo ao horizonte
  • Entre 07 e 11 de outubro, estará em sua proximidade máxima ao Sol em relação à Terra, dificultando a visualização devido ao brilho solar
  • Após o dia 12 de outubro, começará a se afastar do Sol e se tornará visível logo após o pôr do sol, mudando sua posição para o oeste do céu.
  • Entre 13 e 15 de outubro, o cometa pode atingir seu brilho máximo, com magnitudes estimadas entre 2,0 e 3,0 – quanto menor o número, mais brilhante é o objeto.

Há ainda a possibilidade de desintegração do cometa durante a sua aproximação ao Sol, por conta da sua composição. Os especialistas estão monitorando a situação e discutem hipóteses, porém, a expectativa é que ele consiga passar pelo momento crítico e permaneça visível.

Registro incrível da passagem do C/2023

O fotógrafo Cristiano Xavier fez um registro impressionante do C/2023 durante o “periélio” e contou ao G1 como foi o processo para conseguir capturar o cometa com precisão:

“Eu acordei às 4 horas da manhã, apontei a câmera onde o GPS indicava e fiquei esperando o cometa aparecer, mas a atmosfera estava muito suja de fumaça e poeira. Quando ele finalmente surgiu, foi uma emoção capturá-lo antes do nascer do sol”, contou em entrevista ao G1.

A astrônoma, Dra. Ana Ribeiro também contribuiu ao portal sobre a magnitude da passagem de astros: “Cometas são como cápsulas do tempo, trazendo informações sobre os primórdios do sistema solar. Esta é uma chance imperdível de observar um desses visitantes raros”, comentou.


Cometa do Século durante o “periélio” (reprodução/G1/Cristiano Xavier)
“Cometa do Século”, durante o “periélio” (reprodução/G1/Cristiano Xavier)

Como aproveitar a observação do C/2023 (Tsuchinshan–ATLAS)

Para aqueles que desejam admirar o fenômeno, algumas orientações podem ajudar; os astrônomos concordam que a melhor visibilidade vem de locais mais escuros ou com pouca luz já que luzes artificiais e a poluição luminosa podem ofuscar a visão do cometa.

 Além disso, o melhor horário para observar o cometa será nas primeiras horas do dia, antes do nascer do sol, quando o céu está mais escuro e as condições mais ideais.

Outra dica é ficar atento às condições climáticas, assim, quanto mais limpo o céu estiver, melhor vai ser a visualização.

Alguns equipamentos podem ajudar a observar o C/2023 com mais precisão, como binóculos, telescópios que trazem detalhes não perceptíveis a olho nu.

As tecnologias de hoje permitem que ferramentas de observação funcionem bem nesses momentos. Aplicativos como Star Walk 2 e Sky Tonight são excelentes dicas para localizar o cometa no céu, pois permitem que o usuário identifique sua posição, facilitando a visão.

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