EUA decide não enviar delegação oficial à COP30 no Brasil
Decisão anunciada pela Casa Branca reforça recuo diplomático dos Estados Unidos em cúpulas climáticas multilaterais; COP30 será realizada no Brasil
Os Estados Unidos anunciaram que não enviarão representantes de alto nível para as negociações da COP30, marcada para ocorrer em Belém (PA), no Brasil. A confirmação foi feita por um porta‑voz da Casa Branca à agência Reuters.
Segundo o comunicado oficial, o presidente Donald Trump “já deixou clara” a posição de seu governo sobre a ação climática durante discurso na Assembleia Geral da ONU, chamando as mudanças climáticas de “a maior farsa do mundo” e criticando os países por adotarem políticas que, em sua visão, “custaram fortunas” a suas economias.
Ausência norte-americana
A ausência norte‑americana ocorre em meio ao anúncio, no início deste ano, da extinção do Office of Global Change do Departamento de Estado, órgão responsável por coordenar a diplomacia climática dos EUA, o que abre lacuna institucional para o país em fóruns multilaterais sobre o clima.
Especialistas entrevistados por veículos de imprensa apontam que esse recuo pode gerar “um vácuo perigoso” no processo de negociação global, reduzindo a pressão sobre países do Norte global e enfraquecendo potencialmente a ambição global por cortes mais expressivos de emissão.
Repercussão diplomática
Além da repercussão diplomática, analistas indicam que a China poderá ganhar protagonismo nessa edição da COP30. Sem a tradicional presença e influência dos EUA, a gigante asiática pode se posicionar como parceira mais confiável em iniciativas de energia limpa e cooperação internacional.
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O Plano Clima é o principal instrumento da política climática brasileira (Vídeo: reprodução/Instagram/@cop30nobrasil)
Para o Brasil, país sede do evento, o cenário representa tanto desafio quanto oportunidade: à frente das negociações numa agenda que inclui transição energética, financiamento climático e justiça ambiental, o governo deverá navegar entre o vácuo deixado pelos EUA e as expectativas de protagonismo global.
A decisão dos Estados Unidos de não enviar representantes à COP30 simboliza um novo capítulo nas tensões entre política e meio ambiente. O gesto amplia a incerteza sobre o futuro dos acordos multilaterais e reforça o impacto das disputas internas das grandes potências nas metas globais de combate à crise climática.
