Trump aposta em avanço nas tratativas com o Brasil
Líderes dos dois países indicaram avanço; após reunião bilateral, equipes iniciam reuniões técnicas sobre a redução de tarifas às exportações brasileiras
Em Kuala Lumpur, na tarde deste domingo (madrugada no Brasil), Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump tiveram sua primeira conversa desde o início da nova crise nas relações. O encontro começou às 15h30 no horário local (4h30 em Brasília) e durou cerca de 50 minutos.
Logo após a reunião, Lula afirmou nas redes que houve uma “ótima conversa” e que as equipes dos dois começariam a trabalhar “imediatamente”. Do lado americano, Trump indicou otimismo e disse que os dois governos “sabem o que cada um quer”, projetando a possibilidade de fechar “bons acordos”.
O presidente brasileiro sinalizou ainda que a imprensa deve esperar anúncios positivos e afirmou não ver motivo para atritos entre Brasil e Estados Unidos. Lula e Trump cumprem agenda na Malásia, onde ocorre a 47ª cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático).
O que ficou em pauta
Na primeira conversa entre as delegações, a prioridade foi o aumento de tarifas aplicado por Washington às exportações brasileiras. Também entram na pauta as sanções a cidadãos do país e outros assuntos sensíveis.
De acordo com Márcio Elias Rosa, secretário executivo do MDIC, Lula sustentou que o argumento usado por Washington para aumentar tarifas no mundo não se aplica ao Brasil, porque o país mantém déficit na balança com os Estados Unidos.
Ministro Mauro Vieira fala com imprensa após reunião de Lula e Trump https://t.co/n9DhVAnpQ1
— Lula (@LulaOficial) October 26, 2025
Ministro Mauro Vieira fala com imprensa (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)
Pouco antes do encontro, durante o voo para a Malásia, o presidente dos EUA afirmou que as tarifas sobre as exportações brasileiras poderiam ser reduzidas “nas circunstâncias certas”.
Relembre: o que foi o “tarifaço”
Em julho, Donald Trump assinou um decreto que acrescentou 40% de tarifa sobre produtos brasileiros vendidos nos EUA. Somada às cobranças já existentes, a sobretaxa chegou a 50%.
A Casa Branca citou motivos econômicos, alegando um déficit com o Brasil, contrariado por dados oficiais e também argumentos de natureza política, como o processo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a defesa dos “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”.
Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as… pic.twitter.com/aTXZthrb9Z
— Lula (@LulaOficial) October 26, 2025
Presidente Lula e Donald Trump (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)
Além das tarifas, ministros do Supremo Tribunal Federal que participaram do julgamento relacionado ao caso também foram sancionados por Washington.
