Trump aposta em avanço nas tratativas com o Brasil

Líderes dos dois países indicaram avanço; após reunião bilateral, equipes iniciam reuniões técnicas sobre a redução de tarifas às exportações brasileiras

26 out, 2025
Presidente Lula e Donal Trump durante encontro│Reprodução/X/@LulaOficial
Presidente Lula e Donal Trump durante encontro│Reprodução/X/@LulaOficial

Em Kuala Lumpur, na tarde deste domingo (madrugada no Brasil), Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump tiveram sua primeira conversa desde o início da nova crise nas relações. O encontro começou às 15h30 no horário local (4h30 em Brasília) e durou cerca de 50 minutos.

Logo após a reunião, Lula afirmou nas redes que houve uma “ótima conversa” e que as equipes dos dois começariam a trabalhar “imediatamente”. Do lado americano, Trump indicou otimismo e disse que os dois governos “sabem o que cada um quer”, projetando a possibilidade de fechar “bons acordos”.

O presidente brasileiro sinalizou ainda que a imprensa deve esperar anúncios positivos e afirmou não ver motivo para atritos entre Brasil e Estados Unidos. Lula e Trump cumprem agenda na Malásia, onde ocorre a 47ª cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático).

O que ficou em pauta

Na primeira conversa entre as delegações, a prioridade foi o aumento de tarifas aplicado por Washington às exportações brasileiras. Também entram na pauta as sanções a cidadãos do país e outros assuntos sensíveis.

De acordo com Márcio Elias Rosa, secretário executivo do MDIC, Lula sustentou que o argumento usado por Washington para aumentar tarifas no mundo não se aplica ao Brasil, porque o país mantém déficit na balança com os Estados Unidos.


Ministro Mauro Vieira fala com imprensa (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)

Pouco antes do encontro, durante o voo para a Malásia, o presidente dos EUA afirmou que as tarifas sobre as exportações brasileiras poderiam ser reduzidas “nas circunstâncias certas”.

Relembre: o que foi o “tarifaço”

Em julho, Donald Trump assinou um decreto que acrescentou 40% de tarifa sobre produtos brasileiros vendidos nos EUA. Somada às cobranças já existentes, a sobretaxa chegou a 50%.

A Casa Branca citou motivos econômicos, alegando um déficit com o Brasil, contrariado por dados oficiais e também argumentos de natureza política, como o processo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a defesa dos “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”.


 

Presidente Lula e Donald Trump (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)

Além das tarifas, ministros do Supremo Tribunal Federal que participaram do julgamento relacionado ao caso também foram sancionados por Washington.

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