Nesta terça-feira (8), a Casa Branca confirmou que as tarifas de 104% sobre produtos chineses começarão a ser cobradas a partir de quarta-feira (9). A decisão foi anunciada pela secretária de imprensa Karoline Leavitt, após o prazo dado pelo presidente Donald Trump para a China recuar sua retaliação comercial ter expirado sem resposta.
Secretária de imprensa Karoline Leavitt durante coletiva (Foto: reprodução/Al Drago/Bloomberg/Getty Images Embed)
Tarifa recorde entra em vigor após silêncio da China
Trump havia dado até as 13h do mesmo dia para o governo chinês retroceder na decisão de retaliar as tarifas americanas. Mais cedo, Donald chegou a afirmar, em suas redes sociais, que aguardava uma ligação de Pequim. A resposta, porém, foi o silêncio. Durante a madrugada, o governo chinês anunciou que manteria as tarifas contra os EUA, reforçando que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.
O impasse elevou as tensões entre as duas maiores economias do planeta, dando sequência a uma escalada tarifária que iniciou no dia 2 de abril, quando Trump anunciou novas taxas de importação sobre 180 países, com foco especial na Ásia.
Efeito dominó atinge mercados e preocupa investidores
A medida norte-americana gerou reações em cadeia nos mercados globais. Apesar de as bolsas asiáticas e europeias terem fechado em alta, o clima de instabilidade fez com que os principais índices de Wall Street perdessem força ao longo do dia. No Brasil, o IBOVESPA passou a operar em baixa e o dólar voltou a atingir os R$ 6 por volta das 14h.
O temor de uma guerra comercial ampliada fez com que investidores fugissem de ativos de risco. Conforme a Casa Branca, cerca de 70 países já procuraram os EUA para negociar acordos diante das novas tarifas, numa tentativa de evitar retaliações semelhantes às aplicadas sobre a China.
A tarifação de Trump prevê uma composição de taxas resultantes no total de 104%:
- 10% já estavam em vigor antes de fevereiro;
- outros 10% foram adicionados no início do ano;
- uma nova tarifa de 34% foi anunciada em 2 de abril;
- e agora, mais 50% foram impostos após a retaliação chinesa.
O clima de tensão entre as duas maiores economias do mundo segue sem previsão de trégua e o impacto no comércio global pode ser profundo.