“Haverá um inferno”, diz Donald Trump caso os reféns sejam mantidos em Gaza

O presidente americano utilizou suas redes sociais para enviar mensagem ao grupo Hamas

4 min de leitura
“Haverá um inferno” disse Donald Trump caso os reféns sejam mantidos em Gaza
Foto Destaque - Presidente Donald Trump e Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu (Reprodução/Sarah Silbiger/Getty Images embed)

O presidente Donald Trump, na data de ontem, quarta-feira (05), utilizou suas redes sociais para enviar um recado ao Hamas, quebrando um protocolo antigo de Washington de não negociar com grupos considerados terroristas pelos EUA. Trump inicia a mensagem informando que trata-se de um  “Olá ou um Adeus”, a depender das atitudes que o grupo islâmico terá daqui por diante. A postagem do presidente estadunidense é referente a situação dos reféns mantidos em Gaza e sua libertação.

Trump informa, ainda, que “um belo futuro aguarda Gaza”, porém caso o grupo Hamas não liberte os reféns, “haverá um inferno para pagar mais tarde” e que “está enviando a Israel tudo o que precisar para terminar o trabalho”. 

Segundo informações das Forças de Defesa de Israel, ao todo são 59 pessoas mantidas em cativeiro, das quais 35 estariam mortas. Cinco desses reféns são israelenses com cidadania americana. O Mossad, inteligência israelense, tem motivos para acreditar que 22 reféns ainda estão vivos e que o paradeiro de outras duas pessoas é desconhecido


Postagem do presidente Donald Trump para o Hamas (Foto: Reprodução/ Instagram/ @potus)


Contato direto entre EUA e Hamas 

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, não confirmou o contato entre EUA e Hamas, porém, em entrevista informou que Adam Boehler, um enviado especial dos EUA para assuntos estratégicos “tem autoridade para falar com qualquer um”. O que vai de encontro com informações publicadas pelo site Axio de que o governo de Donald Trump tem mantido conversas secretas com o grupo islâmico para a libertação dos reféns americanos em Gaza. 


Karoline Leavitt – porta-voz da Casa Branca (Foto: Reprodução/ Andrew Harnik/ Getty Images embed)


O gabinete do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu disse estar a par das negociações e que Israel “expressou a sua opinião sobre a questão das negociações com o Hamas”. Os EUA, também,  confirmaram que Israel foi consultado.

A atitude do governo americano, em Relações Internacionais, é chamada de “Diplomacia Secreta”. Utilizada para resolver conflitos e negociações sensíveis. Acontecem sem que o grande público ou até mesmo outros governos tenham ciência disso. No caso das reuniões entre EUA e Hamas, estas teriam acontecido em Doha, no Catar, nas últimas semanas. 

Um dirigente do grupo Hamas, em condição de anonimato, também confirmou o contato e que a comunicação foi feita por diferentes canais. 

Outro enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, viajaria esta semana para se encontrar com o Primeiro-Ministro do Catar e continuar com as tratativas para a libertação dos reféns em Gaza. No entanto, a reunião foi cancelada pois, segundo informações, não houve avanço nas negociações por para do Hamas.

Israel  e a suspensão de ajuda para Gaza

No último domingo (02), o governo de Israel informou que suspendeu toda ajuda humanitária para Gaza com fechamento de fronteiras. Contudo, as autoridades israelenses pontuaram que os suprimentos enviados a Gaza nos últimos meses são suficientes para um período de quatro a seis meses. 


Discurso do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu suspendendo a ajuda humanitária em Gaza ( Vídeo: reprodução/ X/ @netanyahu)

A decisão da suspensão ocorreu após o grupo Hamas rejeitar a proposta de libertação de reféns, estendendo o cessar-fogo, apresentado pelos EUA. 

Por outro lado, o grupo Hamas disse que a proposta é uma forma de “evitar a implementação do acordo de reféns e cessar-fogo e negociar a segunda fase”. O grupo informa, ainda, que interromper a ajuda humanitária é “chantagem e crime de guerra”. Sendo uma violação do acordo anterior.

Sair da versão mobile