Irã recusa diálogo nuclear enquanto Israel mantiver ofensiva

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou nesta segunda-feira (16) que, por enquanto, não negociará um acordo nuclear com os Estados Unidos. Uma das exigências do iraniano para o diálogo é que Israel pare imediatamente os ataques contra o país. Ele reiterou essa posição hoje, durante uma conversa telefônica com o presidente da França, Emmanuel Macron.

“O Irã não aceitará exigências irracionais sob pressão e não participará de negociações enquanto o regime sionista seguir com seus ataques”, declarou Pezeshkian, segundo a agência AFP. Irã e EUA negociavam um acordo nuclear desde abril, com nova rodada prevista para junho, porém os recentes ataques de Israel cancelaram as tratativas.


Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, fala sobre resposta recíproca (Foto: reprodução/X/@drpezeshkian)

Tensões entre Irã e Israel agravam conflito

Israel bombardeou o Irã em 12 de junho, atingindo instalações militares e bases nucleares. Segundo forças israelenses, 78 pessoas morreram, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o comandante do Estado-Maior, Mohamed Bagheri. Além disso, nove cientistas nucleares também morreram nos ataques.

No mesmo dia, o Irã revidou com drones e mísseis, conseguindo atravessar o “Domo de Ferro”, sistema de defesa israelense. Como resultado, há relatos de dois mortos e dezenas de feridos. Contudo, neste sábado, outro ataque iraniano tirou a vida de mais um cidadão de Israel. Enquanto isso, milhares de pessoas buscaram abrigo em abrigos subterrâneos para se proteger dos bombardeios.


Benjamin Netanyahu diz que o programa nuclear iraniano ameaça a existência de Israel (Vídeo: reprodução/X/@netanyahu)

Israel justifica ataque com alerta nuclear

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu justificou o ataque ao suposto programa nuclear iraniano, alegando que Teerã está cada vez mais próximo de desenvolver uma bomba atômica. Enquanto o Irã afirma enriquecer urânio apenas para fins energéticos, Israel, EUA e ONU discordam e apontam riscos militares.

Diante disso, as Forças de Defesa de Israel (FDI) classificaram a ofensiva como um “ataque preventivo” para conter o avanço nuclear iraniano. Segundo o governo israelense, o Irã está no “ponto de não retorno” em seu programa nuclear. O bombardeio aconteceu logo após a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) acusar Teerã de descumprir o compromisso de não enriquecer urânio para fins militares.