Israel realizou, nesta segunda-feira (23), uma série de ataques direcionados contra estruturas simbólicas e estratégicas do regime iraniano. Segundo o ministro da Defesa, Israel Katz, as Forças de Defesa atuaram com “força sem precedentes” para atingir o que classificou como “entidades de opressão” ligadas ao governo do aiatolá Ali Khamenei. Entre os alvos, estão a prisão de Evin, a instalação nuclear de Fordow e um quartel da Guarda Revolucionária. Os bombardeios também afetaram o centro ideológico do regime em Teerã.
Prisão política e instalações militares atingidas
Durante a ofensiva, foram bombardeados locais associados à repressão interna e à estrutura de poder iraniana. “Estamos atacando com força sem precedentes alvos do regime no coração de Teerã, incluindo a sede da Basij, a prisão de Evin para presos políticos, o relógio ‘Destrua Israel’ na Praça da Palestina, entre outros”, declarou Katz. A prisão de Evin é conhecida por abrigar dissidentes, jornalistas e ativistas, além de seu histórico de violações aos direitos humanos. Um vídeo divulgado mostra explosões nas imediações da penitenciária.
O Irã respondeu à ação com o lançamento de mísseis e drones “de norte a sul” contra o território israelense, conforme relatado pela Guarda Revolucionária. Apesar do ataque em larga escala, o Exército de Israel afirmou que até o momento não houve registro de vítimas ou danos significativos. As forças de defesa israelenses seguem mobilizadas para interceptar os projéteis e conter novas ofensivas. A situação elevou o grau de alerta nas principais cidades israelenses e reacendeu temores de um conflito direto e prolongado.
Imagens da prisão iraniana sendo explodida (Vídeo: reprodução/Youtube/@uol)
Fordow e o papel dos Estados Unidos
O bombardeio à instalação nuclear de Fordow ocorre dois dias após os Estados Unidos atacarem a mesma área com bombas antibunker, sinalizando uma atuação conjunta com Israel. Fordow, localizada em Qom, é uma das mais protegidas estruturas nucleares iranianas, construída dentro de uma montanha para resistir a ataques aéreos. De acordo com autoridades americanas, 14 bombas GBU-57 foram lançadas no local. “Os ataques destruíram completamente as capacidades nucleares do Irã”, afirmou o presidente Donald Trump.
Teerã reconheceu os danos nas instalações atingidas, mas afirmou que não há risco imediato à população local. O governo iraniano condenou os ataques e prometeu retaliações, embora até o momento não haja confirmação de novas ações militares. O bombardeio de estruturas nucleares reacendeu o debate internacional sobre os limites da contenção armada e o papel das potências no equilíbrio do Oriente Médio. Ainda é cedo para avaliar os impactos estratégicos da ofensiva, mas analistas apontam para um novo estágio de tensão no conflito Irã-Israel.

Alvos simbólicos e sinal político
Além dos danos materiais, os ataques visaram elementos de alto valor simbólico para o regime iraniano, como a sede de segurança interna da Guarda Revolucionária e o chamado relógio “Destrua Israel”. Esses alvos indicam um esforço claro de Israel para minar não apenas a estrutura bélica do Irã, mas também sua narrativa ideológica. A movimentação militar em Teerã e a resposta iraniana ampliam os riscos de confrontos diretos em uma região historicamente instável. A comunidade internacional observa com apreensão os desdobramentos desse novo capítulo da crise.