Durante uma entrevista no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com veemência à nota divulgada pela Embaixada de Israel em Brasília. O documento, publicado no mesmo dia, afirmava que autoridades ao redor do mundo “compram mentiras” do grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, sem citar diretamente nomes.
A declaração da embaixada veio após Lula ter criticado, no fim de semana, as ações militares israelenses na região, classificando-as como atos de “vingança” e denunciando a ocorrência de um “genocídio” contra os palestinos.
“O que está acontecendo é um genocídio”, afirma Lula
Ao comentar o teor da nota, Lula reagiu:
“Israel vem dizer que é antissemitismo. Precisa parar com esse vitimismo. Precisa parar com esse vitimismo e entender o seguinte: o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. É a morte de mulheres e crianças que não estão participando da guerra”
Lula Inácio da Silva
O presidente voltou a afirmar que os ataques promovidos pelo governo de Benjamin Netanyahu constituem um “massacre” e reforçou que não considera a situação atual uma guerra convencional.
“Israel precisa parar com vitimismo” (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)
Críticas à postura do governo israelense
“Um presidente da República não responde a uma embaixada. O presidente reafirma o que disse: o que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças”, enfatizou Lula.
O presidente ainda fez uma comparação com o passado do povo judeu:
“Exatamente por conta do que o povo judeu sofreu na sua história é que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo no trato com o povo palestino. Eles se comportam como se os palestinos fossem cidadãos de segunda classe.”
Por fim, Lula disse que “pessoas de bom senso” em todo o mundo têm se manifestado contra a ofensiva israelense em Gaza.