Itamaraty condena uso da fome como arma e pede investigação sobre ataques em Gaza
O Ministério das Relações Exteriores— Itamaraty solicitou, nesta quarta-feira (4/6), uma investigação independente sobre os recentes ataques de Israel à Faixa de Gaza. Além disso, o governo brasileiro reafirmou sua crítica à ação militar israelense no território palestino. Em nota, o Itamaraty destacou que o governo brasileiro condena os ataques israelenses contra a Palestina nos […]
O Ministério das Relações Exteriores— Itamaraty solicitou, nesta quarta-feira (4/6), uma investigação independente sobre os recentes ataques de Israel à Faixa de Gaza. Além disso, o governo brasileiro reafirmou sua crítica à ação militar israelense no território palestino.
Em nota, o Itamaraty destacou que o governo brasileiro condena os ataques israelenses contra a Palestina nos últimos dias. As ações militares resultaram em centenas de civis mortos e feridos. Apenas nas últimas 24 horas, o território palestino registrou 95 mortes, segundo o comunicado oficial.
No domingo (1º/6), um ataque israelense perto de um centro de distribuição de ajuda humanitária causou mais de 30 mortes e deixou 150 feridos. As informações vêm do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrada pelo Hamas.
Uso da fome como ‘estratégia de guerra‘
Ainda no comunicado, o Itamaraty considera inaceitável o uso da fome como estratégia ou arma de guerra. “É absolutamente inaceitável o uso da fome como arma, ou estratégia de guerra, e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos.” Usando dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o órgão afirmou que Israel tem permitido a entrada de poucos caminhões com farinha no território palestino.
Além disso, apenas uma quantidade limitada de suprimentos essenciais, como medicamentos e alimentos para bebês, tem chegado à região. De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), cerca de 2,2 milhões de pessoas em Gaza enfrentam grave insegurança alimentar, e a escassez de recursos continua a agravar a crise humanitária.
Lula acusa Israel de genocídio e critica “vitimismo“
Essa declaração do governo brasileiro ocorreu um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusar Israel de genocídio e afirmar que o país precisa abandonar a postura de “vitimismo”. Em entrevista a jornalistas, o presidente brasileiro respondeu a uma nota da Embaixada de Israel em Brasília, que alegou que autoridades internacionais “compram mentiras” do grupo palestino Hamas.
Segundo Lula, Israel classifica frequentemente as críticas como antissemitismo, mas ele enfatizou a necessidade de reavaliar a situação. Segundo o presidente, “o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio”, lembrando mortes de mulheres e crianças que não estão participando de guerras.
Itamaraty reforça posição do governo brasileiro
Essa posição foi reforçada na nota divulgada pelo Itamaraty hoje (4). O comunicado pede o fim imediato dos ataques israelenses contra a Palestina e sua população civil. Além disso, defende o cumprimento do Direito Internacional, com a retirada total das forças israelenses da área ocupada, o fim das restrições à entrada e à distribuição de ajuda humanitária e a libertação dos reféns remanescentes.
