A capital ucraniana foi atacada na noite de sexta-feira (23) por mísseis e drones russos, segundo as Forças Armadas da Ucrânia. A ação ocorreu no mesmo dia em que Rússia e Ucrânia realizaram a troca de 270 prisioneiros de guerra e 120 civis, totalizando 390 pessoas libertadas por cada lado.
De acordo com Tymur Tkachenko, chefe interino da administração militar de Kiev, destroços de mísseis e drones interceptados caíram em pelo menos quatro distritos da cidade. A Associated Press relatou que disparos de metralhadoras também foram ouvidos por toda a capital durante a ofensiva.
Na manhã deste sábado (24), autoridades ucranianas informaram que seis distritos de Kiev foram atingidos. Quinze pessoas ficaram feridas, entre elas duas crianças que precisaram ser hospitalizadas. Ao todo, três vítimas foram internadas. Ainda segundo os serviços de emergência, dois incêndios foram registrados no distrito de Solomianskyi, e muitos moradores buscaram abrigo nas estações subterrâneas do metrô.
Moradores em alerta e capital danificada
As Forças Armadas da Ucrânia afirmaram que este foi um dos maiores ataques contra Kiev desde o início da guerra, envolvendo 14 mísseis balísticos e cerca de 250 drones. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, declarou nas redes sociais que a noite foi “muito difícil” para o país e pediu novas sanções internacionais como forma de pressionar Moscou a aceitar um cessar-fogo.
Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy pediu novas sanções internacionais para pressionar Moscou a concordar com um cessar-fogo (Vídeo: reprodução/Instagram/@zelenskiy_ooficial)
Rússia avança em vilarejos e intensifica ofensiva
Antes do ataque, o prefeito da cidade, Vitalii Klitschko, já havia alertado sobre a aproximação de mais de 20 drones russos. Pouco depois, o Ministério da Defesa da Rússia informou que suas tropas capturaram os vilarejos de Stupochki, Otradne e Loknia, nas regiões de Donetsk e Sumy, intensificando a ofensiva no leste do país.
Apesar da troca de prisioneiros sinalizar um raro gesto de negociação entre os dois países, os ataques mostraram que a escalada militar continua em ritmo acelerado. A comunidade internacional acompanha com preocupação a intensificação do conflito, temendo novos desdobramentos nas próximas semanas.