Líderes europeus reforçam que Ucrânia deve participar das negociações entre EUA e Rússia

No domingo, 10, líderes europeus destacaram a importância da presença da Ucrânia nas negociações entre Washington e Moscou agendadas para esta semana. De acordo com um diplomata americano, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky poderá participar dessas reuniões. No sábado, dia 9, os líderes europeus afirmaram que a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem […]

11 ago, 2025
Foto destaque: Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e presidente da Rússia, Vladimir Putin (reprodução/JIM WATSON,EMMANUEL DUNAND/AFP via Getty Images Embed)
Foto destaque: Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e presidente da Rússia, Vladimir Putin (reprodução/JIM WATSON,EMMANUEL DUNAND/AFP via Getty Images Embed)
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No domingo, 10, líderes europeus destacaram a importância da presença da Ucrânia nas negociações entre Washington e Moscou agendadas para esta semana. De acordo com um diplomata americano, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky poderá participar dessas reuniões. No sábado, dia 9, os líderes europeus afirmaram que a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem a presença do país.

Reuniões e negociações envolvem líderes e ministros europeus

Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia estão programados para se encontrar na sexta-feira, 15, no Alasca, com o objetivo de buscar uma solução para o conflito que começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. No entanto, os líderes da União Europeia ressaltaram que qualquer acordo para pôr fim à guerra de três anos deve necessariamente envolver a Ucrânia.

Na segunda-feira, dia 11, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão realizar uma videoconferência para discutir a cúpula entre EUA e Rússia, com a participação do ministro ucraniano. O embaixador americano na Otan, Matthew Whitaker, afirmou neste domingo que Zelensky pode estar presente na reunião no Alasca e destacou que nenhum acordo deve ser fechado sem o consentimento de todas as partes envolvidas.


Declaração do Presidente da Ucrânia, Zelensky, sobre ter um acordo de paz (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Preocupações sobre exclusão da Ucrânia na cúpula do Alasca

A possibilidade de a Ucrânia ficar de fora da cúpula gerou preocupação, já que há o receio de que isso resulte em um acordo que obrigue Kiev a ceder territórios à Rússia, o que a União Europeia rejeita.

Ao anunciar a cúpula, o presidente Trump mencionou a possibilidade de troca de territórios entre Rússia e Ucrânia, sem entrar em detalhes. Zelensky declarou que qualquer decisão feita sem a participação da Ucrânia vai contra a paz e assegurou que os ucranianos não vão abrir mão de seus territórios.

Neste domingo, líderes europeus importantes assinaram uma declaração afirmando que somente a combinação de diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Rússia pode acabar com a guerra. Eles também elogiaram o esforço diplomático de Trump e prometeram manter o apoio militar e financeiro à Ucrânia, além de continuar as sanções contra a Rússia.

Entre os signatários estão Emmanuel Macron, da França; Giorgia Meloni, da Itália; Friedrich Merz, da Alemanha; Donald Tusk, da Polônia; Keir Starmer, do Reino Unido; e Ursula von der Leyen, da Comissão Europeia.


Chanceler alemão pedirá para Trump que Ucrânia participe das negociações entre Rússia e Estados Unidos (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, reforçou que qualquer acordo entre Estados Unidos e Rússia precisa incluir a Ucrânia e a União Europeia, pois a segurança da Ucrânia e da Europa está em jogo. Ela destacou que, segundo o direito internacional, todos os territórios ocupados são propriedade da Ucrânia.

Até o momento, as negociações entre Rússia e Ucrânia neste ano tiveram poucos avanços e ainda não está claro se a cúpula ajudará a aproximar as partes para a paz.

Diferenças entre Rússia e Ucrânia dificultam acordo de paz

A invasão da Rússia à Ucrânia teve início em fevereiro de 2022 e já resultou em milhares de mortes, milhões de pessoas deslocadas e grande destruição. O presidente Vladimir Putin tem ignorado os apelos dos Estados Unidos, Europa e Ucrânia para anunciar um cessar-fogo.

A reunião no Alasca será a primeira entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se encontrou com Putin em Genebra, em junho de 2021. Trump e Putin se encontraram pela última vez em 2019, na cúpula do G20 no Japão, e desde então têm mantido contato por telefone. Após mais de três anos de conflito, as posições da Ucrânia e da Rússia ainda estão muito distantes.

Moscou exige que a Ucrânia entregue quatro regiões parcialmente ocupadas: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson além da Crimeia, anexada em 2014. Também quer que a Ucrânia pare de receber armas do Ocidente e desista da adesão à Otan.

A Ucrânia rejeita essas condições e exige a saída das tropas russas, além de garantias de segurança vindas do Ocidente, como o envio de mais armas e tropas europeias, pedido que a Rússia não aceita.

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