O presidente Lula irá manter a ida da embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria, à posse do terceiro mandato de Nicolás Maduro, que acontece nesta sexta-feira (10). Houve uma incerteza se ela iria estar presente após o ataque sofrido pela líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado, nesta quinta-feira (09) durante uma manifestação nos arredores de Caracas.
O Itamaraty havia passado a quinta-feira (09) avaliando se manteria a presença da embaixadora.
Corina, que estava sem aparecer em manifestações há 5 meses, foi presa durante alguns momentos por agentes chavistas e foi obrigada a gravar alguns vídeos. Após isso, o partido de oposição afirmou que ela foi liberada e não liberou mais informações.
A cerimônia de posse está marcada para meio-dia (13h no horário de Brasília).
Prisão de Corina
O partido de Maria Corina Machado revelou que a opositora sofreu ataques à moto que a estava transportando, além de ter ouvido disparos de armas de fogo. A confusão aconteceu após seu discurso na região de Chacao, nos arredores da capital venezuelana.
O governo Maduro rebateu, dizendo que não prendeu Corina. O Ministério Público da Venezuela já acusou a líder política de vários crimes, de forma que ela chegou a ficar escondida durante 5 meses.
O opositor que competiu com Maduro durante as eleições presidenciais, Edmundo González, havia se pronunciado a favor da libertação de Maria Corina Machado:
Exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram eu digo: não brinquem com fogo
A líder política foi solta ainda nesta quinta-feira (09).
Manifestações na Venezuela
A principal acusação da oposição do presidente da Venezuela diz respeito ao fato de ele nunca ter apresentado as atas de votação que comprovem sua vitória contra Edmundo González. Desta forma, o clima de tensão é forte em toda a Venezuela, com manifestações marcadas por repressões cada vez mais violentas.
A véspera da posse presidencial foi marcada por uma série de manifestações em Caracas e arredores. Com os protestos, vieram também as chamadas “baleias” e “rinocerontes”, veículos que têm a função de suprimir manifestações.
As “baleias” são responsáveis por atirar jatos d’água nos protestantes, enquanto os “rinocerontes”, blindados que lançam bombas de gás lacrimogêneo.
Além disso, o regime de Maduro também mobiliza militantes, que são o que prevalece nas mídias estatais, mas não necessariamente a maioria numérica nos protestos.