“Minha Casa, Minha Vida” pretende retomar construção de milhares de obras paralisadas

Programa de moradia do governo também planeja substituir placas solares por energia de fazendas produtoras

11 mar, 2024
Foto destaque: governo anunciará a retomada de milhares de obras paralisadas de programa de habitação (Reprodução/Freepik)
Foto destaque: governo anunciará a retomada de milhares de obras paralisadas de programa de habitação (Reprodução/Freepik)
Unidades populares de habitação terão suas obras retomadas e concluídas em breve

O programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida” foca em ajudar famílias a obter o sonho da casa própria, em especial aquelas que não conseguem tomar crédito imobiliário sem subsídios. O governo vai anunciar esta semana a retomada de obras paralisadas de mais de 30 mil unidades para famílias da chamada Faixa 1, que possuem renda de até R$2.640. As unidades com obras paralisadas se espalham por todo o país.

O anúncio do Governo

Em entrevista para o jornal O Globo, o ministro das cidades, Jader Filho, disse que o número de obras é elevado porque inclui empreendimentos invadidos e com problemas de documentação. Para que isso aconteça, um diálogo será aberto com as prefeituras. De acordo com o ministro, o prazo de entrega depende do andamento do projeto. 

Cerca de 4.958 dessas unidades estão localizadas no Rio de Janeiro, lugar com a maior concentração de obras a serem retomadas. Os empreendimentos incluem obras em Belford Roxo e Queimados, com construção desde 2014 e 2015, respectivamente. 

O anúncio do ministro está marcado para acontecer em um evento no Pará, com a presença de vários prefeitos. “Esse é um número que já foi estudado pelas equipes e por mim. Podemos até ir além, mas esses 40 mil é um número que temos bastante segurança de retomada das obras e entrega das unidades”, disse o ministro Jader.


Ministro Jader Filho
O ministro Jader Filho anunciará os planos do governo para o “Minha Casa Minha Vida” (Foto: reprodução/Instagram/jaderfilho)

A parceria com os governos locais será de grande importância. As obras invadidas vão precisar de uma parceria com as prefeituras para agilizar os processos na Justiça, por exemplo. A estratégia também inclui participação dos governos locais na construção de parte da infraestrutura. “Nós vamos pactuar com as prefeituras para que a gente possa encontrar soluções junto a essas famílias, para que nós possamos também fazer a entrega de algum desses empreendimentos”, completou Jader.

As milhares de obras paradas

Segundo o ministro, foram repassados cerca de R$14 bilhões do orçamento da União para retomar as obras paradas. O dinheiro irá para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e Fundo Desenvolvimento Social (FDS). Apesar dos esforços, ainda há cerca de R$30 mil obras antigas que estão com problemas. Estas precisarão de um estudo detalhado para saber se vale a pena retomar as obras.

O esforço para retomar as obras começou em 2023, pois cerca de 20 mil obras voltaram a ser construídas. O governo também anunciará nas próximas semanas uma seleção de projetos para a Faixa 1 na área rural. O objetivo é destinar 32 mil unidades a entidades sociais e 22 mil para famílias nos municípios com menos de 50 mil habitantes. A previsão de entrega é até o final de 2026.

Mas o orçamento é um obstáculo desde de os anos iniciais do programa. Em 2010, o ministro declarou que havia problemas nas obras, sendo as famílias de Faixa 1 as mais prejudicadas. Como o imóvel é praticamente doado, a falta de recurso da União inviabilizou a moradia de muita gente. A “PEC da Transição” de 2022 ocasionou o aumento nos gastos e permitiu a retomada das obras para famílias de baixa renda pelo governo atual. 


Construção Minha Casa Minha Vida
Com a injeção de fundo, milhares de obras paralisadas devem ser retomadas em breve (Foto: reprodução/Freepik)

Para as famílias de outras Faixas, que possuem mais condições de financiamento, o programa foi um sucesso. De acordo com o ministro, foram oito milhões de moradias pelo “Minha Casa Minha Vida”. Os juros cobrados variam entre 4% e 8,66% ao ano, dependendo da renda familiar. A meta de financiamentos este ano é de 375 mil.

Uma novidade que será anunciada em abril é a mudança das placas solares para um sistema mais eficiente, com o governo planejando comprar a energia de fazendas produtoras, garantindo assim um desconto na conta de eletricidade e energia limpa. O projeto se encontra nas fases finais de discussão no momento. 

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