Primeiro-Ministro do Canadá acusa israel de bloquear as ajudas humanitárias a Gaza
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, criticou Israel por violar o direito internacional e impedir a entrega de auxílio financeiro à população de Gaza. O ministro, que usou suas redes sociais, classificou os recentes acontecimentos como um “desastre humanitário em Gaza” e pediu que todas as partes envolvidas no conflito negociem um cessar-fogo. “O Canadá apela […]
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, criticou Israel por violar o direito internacional e impedir a entrega de auxílio financeiro à população de Gaza. O ministro, que usou suas redes sociais, classificou os recentes acontecimentos como um “desastre humanitário em Gaza” e pediu que todas as partes envolvidas no conflito negociem um cessar-fogo.
“O Canadá apela a todas as partes para que negociem um cessar-fogo imediato de boa-fé. Reiteramos nossos apelos para que o Hamas liberte imediatamente todos os reféns e para que o governo israelense respeite a integridade territorial da Cisjordânia e de Gaza”, escreveu Carney.
Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (foto: reprodução/X/@MarkJCarney)
O Canadá, que sempre defendeu a criação de dois Estados para ambos os países, a fim de garantir a paz e a segurança dos civis palestinos e israelenses, afirmou que fará o possível para que os fóruns aceitem esse acordo e coloquem um fim ao conflito. Ele também anunciou uma conferência de alto nível da ONU na cidade de Nova York, que buscará uma solução favorável para israelenses e palestinos.
A fome em Gaza
Um vídeo publicado nesta quinta-feira (24) pela agência Reuters mostra crianças palestinas em estado grave de desnutrição sendo atendidas em um hospital de Khan Younis, na Faixa de Gaza. Enquanto a ONU e organizações humanitárias pressionam Israel, o governo de Benjamin Netanyahu afirma que o grupo Hamas e a própria ONU dificultam a entrega de alimentos à população.
Mais de cem organizações humanitárias e de direitos humanos alertaram sobre a crescente “fome em massa” que afeta os mais de 2 milhões de palestinos em Gaza. A ONU descreve a situação como um verdadeiro “show de horrores”.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA), órgão ligado às Nações Unidas, afirmou nesta semana que a crise alimentar em Gaza atingiu níveis inéditos de desespero, com um terço da população passando vários dias sem se alimentar.
Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou que 21 crianças com até cinco anos morreram de desnutrição em 2025.
“‘As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes’, disse-me um colega em Gaza nesta manhã”, afirmou Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina.
Primeiro-Ministro do Canadá acusa israel de bloquear as ajudas humanitárias a Gaza (foto: reprodução/Embed/getty images)
Brasil comunica adesão a ação contra Israel
Nesta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que o Brasil está em processo de adesão formal à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), vinculada à ONU. Segundo o Itamaraty, a participação brasileira está na “fase final”. A ação foi iniciada em dezembro de 2023, quando o governo sul-africano acusou autoridades israelenses de praticarem “genocídio” contra o povo palestino.
A África do Sul solicitou à Corte Internacional que responsabilize Israel por supostas violações da Convenção sobre o Genocídio e assegure proteção imediata e ampla ao povo palestino. Em comunicado oficial, o governo brasileiro manifestou “profunda indignação diante dos repetidos atos de violência contra civis palestinos, que ocorrem não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia”.
O conflito começou em outubro de 2023, após um ataque do grupo Hamas. No dia 7 de outubro, 251 pessoas foram feitas reféns, e Israel acredita que 50 delas ainda estejam na Faixa de Gaza, com cerca de 20 possivelmente vivas. Desde então, mais de 59 mil palestinos morreram e outros 143 mil ficaram feridos em Gaza, segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde locais, até esta quarta-feira (23).
