A Defesa Civil e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) alertaram, em nota técnica, que novas enchentes e possíveis deslizamentos devem acontecer no Rio Grande do Sul entre segunda (13) e terça-feira (14). Ventos podem chegar até 50 km/h.
As chuvas irão afetar os mesmos locais que já foram prejudicados pelas chuvas desde o fim de abril: o centro-norte e o nordeste do estado e a Região Metropolitana de Porto Alegre. Dados do Climatempo Meteorologia mostraram que mais de 306 mm de chuva caíram em Porto Alegre desde o dia 1º e caracterizou o início do mês de maio como o mais chuvoso na capital do estado em 63 anos.
É previsto que o nível do lago Guaíba suba novamente na capital Porto Alegre e possa atingir a marca histórica de 5,50 metros, segundo a projeção elaborada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A Universidade aponta que a preocupação é o aumento das chuvas e o efeito dos ventos que dificultam o escoamento da água e intensificam a cheia do lago.
O Cemaden também comunicou sobre riscos hidrológicos e geológicos altos no Rio Grande do Sul. Há a possibilidade de deslizamentos de terra na Serra Gaúcha.
A Defesa Civil do estado mostrou no boletim deste domingo (12) que 145 pessoas morreram e 132 estão desaparecidas. As enchentes também deixam 600 mil moradores fora de suas casas.
Frio na enchente
A previsão do tempo aponta que a chuva deve começar a diminuir no Rio Grande do Sul durante o dia desta segunda (13) e dar uma trégua até quarta-feira (15). O alerta, agora, é para o frio e risco de geada no extremo sul do estado. A capital pode ter mínima de 8°C, na quarta, enquanto Caxias do Sul possui mínima de 2°C com previsão de geada.
A alteração da direção do vento também irá dificultar o escoamento da água ao oceano. Um ciclone extratropical no Oceano Atlântico provocará ressaca no litoral do estado, com ondas de até 3 metros de altura que irão prejudicar a saída da água.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, alertou, em um vídeo divulgado neste domingo (12), de que não é o momento de voltar para casas, principalmente em áreas de risco. Leite também comentou que encostas de morro podem ter risco de deslizamento devido ao solo encharcado.