São Paulo registra primeiro caso de nova cepa de Mpox no Brasil

Clado 1B, cepa mais grave descoberta em 2024, tem alto potencial de propagação e taxa maior de mortalidade

5 min de leitura
Partículas do vírus da Mpox observadas em um microscópio eletrônico
Foto destaque: Partículas do vírus da mpox vistas em microscópio eletrônico (Reprodução/NIAID via AP/G1)

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou nesta sexta-feira (7) o primeiro caso da nova cepa do mpox vírus (MPXV) no Brasil. Uma mulher, de 29 anos, residente em uma cidade da região metropolitana do estado, começou a apresentar os sintomas da doença em 16 de fevereiro. 

A paciente, que contraiu o vírus mesmo sem ter viajado para fora do país, manteve contato com um familiar que veio da República Democrática do Congo, na África, onde o vírus circula endemicamente. A secretaria informa que a mulher “está internada em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, apresentando boa evolução do quadro clínico”.  

A equipe de Vigilância em Saúde não identificou casos secundários, mas notificou o registro ao Centro de Operações de Emergência em Saúde para Mpox, do Ministério da Saúde. Devido à entrada da Clado 1B no território brasileiro, a vigilância municipal está rastreando outros possíveis contatos. O Ministério da Saúde afirma que está acompanhando a investigação de perto e mantendo contato com as Secretarias de Saúde Municipal e Estadual de São Paulo.

Com a primeira confirmação desta cepa no país, o monitoramento da doença é fundamental, o que leva à necessidade da população se manter alerta para evitar novos casos. Por essa razão, é essencial reforçar a vigilância epidemiológica para uma resposta imediata e eficaz. O estado de São Paulo contabilizou 1.126 casos da doença em 2024, sem nenhum registro de morte. Desde o início de 2025, a secretaria registrou 115 casos até a última sexta-feira (7). 

Transmissão e sintomas

A transmissão do vírus entre seres humanos se dá por meio de contato com lesões na pele, fluidos corporais, sangue ou mucosas de pessoas infectadas. Por isso, é preciso estar atento e evitar o uso de objetos recentemente contaminados com fluidos ou materiais infectantes, pois eles também transmitem a doença.

A Mpox provoca manifestações cutâneas, febre, fraqueza, linfonodos inchados, dores musculares, dores nas costas, dor de cabeça, dor de garganta, congestão ou tosse. Alguns dos sintomas podem ser facilmente confundidos com os sintomas de um resfriado ou uma gripe. 


Médico infectologista ensina a reconhecer ferida característica de Mpox (Vídeo: reprodução/X/@DoutorMaravilha)

A recomendação em caso de suspeita é ir até a unidade de saúde mais próxima para uma avaliação. Caso o diagnóstico seja confirmado, será preciso adotar medidas de prevenção para conter a transmissão do vírus e iniciar o acompanhamento clínico do paciente. 

Para prevenir a transmissão da Mpox, a orientação básica é: 

  • Lavar as mãos com água e sabão e higienizar com álcool em gel;
  • Não compartilhar itens de uso pessoal como roupas de cama e banho, talheres e copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais;
  • Não manter contato íntimo ou sexual com pessoas que apresentem lesões na pele;
  • Isolar-se imediatamente caso haja suspeita ou confirmação da doença.

Mpox preocupa OMS

Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência de saúde internacional, o status mais alto de alerta da instituição, quando o vírus se disseminou de maneira global. Em agosto de 2024, a OMS decretou o status novamente por causa da identificação de uma cepa mais grave e com potencial maior de propagação dentro e além das fronteiras do continente africano.


Tudo o que você precisa saber sobre a Mpox (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal O Globo)

O diágnostico da doença é clínico, baseado em sinais e sintomas do paciente. O teste PCR é o que confirma a presença do vírus e o desenvolvimento da doença. O tratamento é feito de acordo com os sintomas, além do uso de medicamentos antivirais. Crianças e imunossuprimidos correm maior risco de complicações devido à Mpox. No caso de gestantes, o risco é transmitir o vírus para o bebê, podendo levá-lo a óbito. 

Sair da versão mobile