Neste domingo (10), um bombardeio israelense na Cidade de Gaza deixou seis jornalistas mortos, de acordo com informações do hospital Al-Shifa. Entre as vítimas, estavam quatro profissionais da rede televisiva Al Jazeera.
O Exército de Israel confirmou ter atingido e matado o repórter Anas Al-Sharif, alegando que ele chefiava uma célula do grupo Hamas. A emissora disse que outro de seus nomes de destaque em Gaza, Mohammed Qreiqeh, também foi morto no mesmo ataque.
Ataque em Gaza
Segundo a rede Al Jazeera, a morte de Anas Al-Sharif, considerado um dos melhores jornalistas de Gaza, juntamente com seus colegas, representaria uma tentativa de silenciar vozes antes de uma possível ocupação da região. Como informa o diretor do Hospital Al-Shifa, Mohammad Abu Salmiya, Al-Sharif estava em uma tenda com outros jornalistas, próximo à entrada, quando foram acertados.
Ainda segundo Salmiya, o ataque resultou na morte de pelo menos sete pessoas. O Exército de Israel afirmou que já havia apresentado documentos e informações de inteligência que, comprovavam de forma conclusiva a ligação de Al-Sharif com o Hamas, apontando também que materiais encontrados na Faixa de Gaza confirmariam sua participação na parte militar do grupo.
Mês passado, após ser acusado pelas Forças de Defesa de Israel de integrar o Hamas, Al-Sharif postou uma resposta em suas redes sociais dizendo que é apenas um jornalista sem afiliações políticas.
Preocupação antiga
Em julho, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas manifestou preocupação pela segurança de Anas Al-Sharif, reiterando que ele temia ser morto após ser alvo do que considerava uma campanha de difamação organizada por militares israelenses.
A organização também informou que desde o início do conflito, há quase dois anos, cerca de 186 profissionais de imprensa foram mortos em ataques realizados por Israel. A ONU demarcou as acusações feitas contra Al-Sharif como injustificadas e acompanhadas de ameaças virtuais.
