O Supremo Tribunal Federal inicia, nesta segunda-feira (20), as oitivas das testemunhas do golpe no STF, em uma nova etapa do julgamento que apura a articulação de autoridades, militares e aliados políticos para tentar reverter o resultado das eleições de 2022 e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.
As sessões ocorrem na sede do Supremo, em Brasília, e devem se estender pelos próximos dias. Entre os convocados estão militares da ativa e da reserva, ex-assessores de parlamentares e agentes de segurança que, segundo a acusação, participaram de reuniões ou tiveram acesso a informações estratégicas sobre a tentativa de ruptura democrática.
A Procuradoria-Geral da República espera que os depoimentos ajudem a esclarecer o envolvimento de civis e militares na suposta trama golpista.
Quem são as testemunhas do golpe no STF ouvidas hoje
Entre as testemunhas do golpe no STF, estão nomes que teriam participado de encontros com o alto escalão do governo anterior e de reuniões em que supostamente foram discutidas medidas como a decretação de estado de sítio e a anulação do resultado eleitoral.
Também devem ser ouvidos militares que, de acordo com as investigações, teriam sido acionados para avaliar uma possível intervenção institucional.
Ex-assessores e aliados políticos de Bolsonaro estão na lista e devem esclarecer quais foram os passos dados nos bastidores logo após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro de 2022.
A expectativa é que os depoimentos revelem detalhes sobre o planejamento e a coordenação do suposto golpe.
Ex-Presidente Jair Bolsonaro e General Marco Antônio Freire Gomes (Foto: reprodução/Ecaristo Sa/Getty Images Embed)
As primeiras testemunhas do golpe no STF a serem ouvidas incluem:
- Éder Lindsay Magalhães Balbino: empresário que teria ajudado a montar um falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas.
- Clebson Ferreira de Paula Vieira: servidor que teria feito planilhas usadas por Anderson Torres para acompanhar a movimentação de eleitores nas eleições.
- Adiel Pereira Alcântara: ex-coordenador de Análise de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que teria atuado para dificultar o deslocamento de eleitores no segundo turno.
- General Marco Antônio Freire Gomes: ex-comandante do Exército, que teria sido pressionado a aderir à suposta trama golpista.
- Tenente-Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior: ex-comandante da Aeronáutica, também teria sido pressionado a participar da trama.
Próximos passos do julgamento
Com a oitiva das testemunhas do golpe no STF, o julgamento avança para a fase final. Após essa etapa, os ministros do Supremo deverão avaliar as provas e apresentar seus votos.
A previsão é que a decisão final seja conhecida ainda no primeiro semestre deste ano.
Ex-Presidente Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Sergio Lima/Getty Images Embed)
O caso é tratado como um dos mais importantes da história recente do país, por envolver uma tentativa direta de rompimento da ordem democrática.
A sociedade aguarda a decisão que pode responsabilizar os envolvidos e definir os rumos da democracia brasileira.
Os próximos depoimentos devem aprofundar ainda mais as investigações e ajudar o Supremo a chegar a uma decisão. A sociedade acompanha de perto cada etapa, na expectativa de que a Justiça esclareça toda a verdade sobre a tentativa de golpe.