Luigi Mangione, de 26 anos, foi formalmente acusado, na última terça-feira (17), de assassinar Brian Thompson, CEO da United Health care, uma multinacional americana de cuidados de saúde e bem-estar, em Nova York. O crime, ocorrido no início de dezembro, foi classificado pelas autoridades, como um “ato de terrorismo“. Segundo Alvin Bragg, promotor distrital de Manhattan, Mangione enfrenta uma acusação de homicídio em primeiro grau e duas em segundo grau, incluindo uma específica por terrorismo.
“Luigi Mangione responde a uma acusação de assassinato em primeiro grau e duas acusações de assassinato em segundo grau, incluída uma acusação de assassinato em segundo grau como ato de terrorismo“, disse Alvin Bragg.
Relembre o caso
Luigi Mangione é suspeito de executar Brian Thompson, no dia 4 de dezembro. Mangione teria baleado Brian pelas costas, por volta das 6h45 (8:45h no horário de Brasília) em frente ao hotel Hilton Midtown, em Manhattan, onde sua empresa realizava uma conferência anual.
A polícia revelou, segundo investigações, que o ataque foi premeditado, com Mangione fugindo do local em uma bicicleta alugada. Após cinco dias de busca, ele foi preso em Altoona, na Pensilvânia, ao ser reconhecido em um restaurante McDonald’s. Na abordagem, as autoridades encontraram uma arma semelhante à usada no crime, e um manifesto justificando seus atos como um “ataque simbólico” contra a corrupção na indústria de saúde.
“Peço desculpas por qualquer sofrimento ou trauma, mas isso precisava ser feito”, escreveu Luigi em seu manifesto.
Vida com privilégios
Mangione, de 26 anos, ex-aluno formado por uma das universidades da Ivy League (uma das oito universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos), era conhecido por sua inteligência e trajetória promissora. Orador de turma pela Gilman School e com bacharelado e mestrado na Universidade da Pensilvânia, ele também foi conselheiro-chefe em um programa pré-universitário na Universidade Stanford, na Califórnia.
No entanto, relatos indicam uma mudança abrupta nos últimos seis meses, quando ele cortou contato com amigos e familiares. Além disso, oficiais haviam informado terem encontrado identificações falsas e cápsulas de bala iguais às da cena do crime, com inscrições: “negar” (deny), “destituir” (depose) e “defender” (defend), termos que, segundo a polícia, remetem às práticas controversas das seguradoras, para rejeitar reclamações. Posteriormente, ele também foi acusado de falsificação e posse ilegal de armas.
Manifesto de um herói popular
Em seu manifesto, o acusado afirmou que o sistema de saúde dos EUA é “parasita” e que sua ação era um protesto contra as seguradoras, ou um ‘ataque simbólico’. Enquanto os EUA são o 42° país em expectativa de vida, United Health Care é a quarta maior empresa em valor de mercado.
Nas redes sociais, Mangione ficou conhecido como um herói popular, por desafiar a corrupção e os jogos de poder, envolvendo as seguradoras da indústria de saúde. Apesar de nunca ter sido cliente da United Health Care, especula-se que Mangione nutria ressentimento devido a problemas de saúde e experiências pessoais com o sistema. Se condenado, ele pode enfrentar prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional.