Diante da nova tarifa de exportação do Brasil para os Estados Unidos, o setor do suco de laranja brasileira deve ser um dos mais afetados pelo ‘tarifaço’, ficando no centro da crise comercial entre os países.
O Brasil é o maior exportador do suco de laranja do mundo, sendo responsável por 34% da produção da fruta, 60% da produção e 75% do comércio internacional, segundo o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. A nova regra tarifária, que passa a valer em 1º de agosto, pode elevar os impostos sobre o suco para até 70% do valor total, colocando em risco a renda de pequenos produtores, milhares de empregos e a estabilidade econômica do país.
Alvo das disputas comerciais há anos
Os Estados Unidos é um dos maiores consumidores do suco de laranja brasileiro, que é alvo das disputas comerciais com o país há anos. Em 1980, a produção de laranjas da Flórida era de 10 milhões de toneladas e competia diretamente com a produção brasileira.
Segundo Netto, após uma geada no país norte-americano em 1984, a produção caiu para, aproximadamente, 500 mil toneladas, fazendo com que a exportação brasileira superasse a produção da Flórida. Depois desse episódio, os maiores vilões das exportações de laranja e produtos que derivam da fruta, passaram a ser as taxas e os impostos.
Atualmente, uma das opções, além do Brasil, seria o México, mas ele não conseguiria suprir toda a necessidades que os Estados Unidos possui, tendo em vista que 70% de todo suco de laranja brasileiro é comprado pelos EUA, segundo Netto. Ibiapaba aponta que a falta do produto brasileiro no exterior, também pode representar problemas para as empresas de lá, como a falta do produto resultando no aumento do preço devido à alta demanda.
O setor de laranja no Brasil
O estado de São Paulo é o maior produtor de laranja no Brasil, e isso se deve a diversos fatores, como a tradição da citricultura na região, a extensão das áreas de cultivo, e principalmente, ao clima favorável.
O processo de produção até chegar aos americanos é altamente tecnológico, mas a colheita ainda é feita manualmente. O setor é responsável por gerar cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos e diante do tarifaço de Trump, os mais afetados, em um primeiro momento, serão os pequenos produtores.
