Um dia após anunciar a aplicação de 100% de aumento na tarifa para filmes produzidos fora dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou que vai se reunir com representantes da indústria cinematográfica para discutir os impactos da medida.
— Não quero prejudicar a indústria; quero ajudá-la. Vamos nos reunir com os estúdios. Quero ter certeza de que estão satisfeitos, porque o que nos importa são os empregos — declarou Trump durante coletiva de imprensa na Casa Branca, segundo a CNBC.
Estúdios podem ser os mais afetados pela medida
Por anos, grandes produções de Hollywood têm sido realizadas fora dos EUA, aproveitando incentivos fiscais oferecidos por países como Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia. Títulos como Missão: Impossível – Acerto Final, Minecraft – O Filme e Avatar são exemplos de produções que se beneficiaram desses créditos internacionais.
Estúdios podem ser os maiores prejudicados com nova medida de Trump; reunião busca analisar prejuízos (Foto: reprodução/David Swanson/Getty Images Embed)
Ainda não está claro se a nova medida atingirá apenas obras estrangeiras ou também grandes produções de estúdios americanos filmadas no exterior, como as da Disney, Warner e Paramount. Caso se confirme a abrangência total da tarifa, a indústria americana pode ser diretamente afetada, inclusive em seus projetos de maior orçamento.
Streaming segue sem definição
Trump não especificou se a taxação incluirá produções voltadas ao streaming. Plataformas como a Netflix realizam boa parte de suas gravações fora dos Estados Unidos, incluindo sucessos como Black Mirror e Bridgerton. A ausência de detalhes levanta dúvidas sobre o impacto da medida em um setor que, nos últimos anos, tornou-se central para o audiovisual americano.
Produções internacionais fazem parte da rotina da indústria cinematográfica há décadas. A trilogia original de Star Wars, por exemplo, foi inteiramente filmada fora do território americano. Com o avanço de incentivos globais, o movimento se intensificou — e qualquer restrição pode gerar repercussões amplas em toda a cadeia produtiva.
Até o momento, não há confirmação sobre quando a nova política será oficializada. Mais detalhes devem ser divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA nas próximas semanas.
