Não existe segredo quanto a relação da família real britânica. Entre diversos escândalos internos e externos, uma viagem realizada pelo príncipe Harry, de Los Angeles a Londres, pode significar que ainda existe esperança para a reconciliação da monarquia.
Príncipe Harry realizou uma viagem até Londres para visitar o Rei Charles III após o diagnóstico do enfrentamento de um câncer. Depois de três anos de tensão interna, a distância foi quebrada diante da situação difícil que a família real se encontrou obrigada a enfrentar. O duque de Sussex, de 39 anos, visitou o pai sem a presença de Meghan Markle, sua esposa e seus dois filhos, assim como ocorreu em sua participação na cerimônia de coroação do reinado de Charles III.
A visita de Harry a sua antiga residência levantou a curiosidade do público regido pelo reinado de seu pai. Os jornais ingleses dedicaram a manhã ao assunto, o Jornal Daily Mirror chegou a indagar se era “a hora de Harry voltar para casa”. Com a condição de saúde complicada de Charles, a representação pública da monarquia fica a cargo da Rainha Camila, de 76 anos, e do Príncipe William, de 41, que também lida com a recente cirurgia no abdômen de Kate Middleton.
A divergência da família real desde os últimos anos só aumenta com a partida de Harry para os Estados Unidos e o afastamento do Príncipe Andrew, irmão de Charles III após ser acusado de agressão sexual contra uma menor, acusação qual ele nega. Harry visitou o Reino Unido em 2023, sua última visita, para assistir aos julgamentos dos jornais sensacionalistas. O afastamento do duque de Sussex ficou ainda mais a vista após seu casamento com Meghan Markle, protagonista de diversas intrigas familiares.
O histórico da Família Real Britânica é longa, relembre alguns dos acontecimentos. Confira a seguir:
Livro “O que Sobra”
Em 2023, Harry lançou seu livro de memórias intitulado de “Spare” que pode ser traduzido para “O que Sobra”. Recheado de relatos, o livro conta desde a perda da virgindade de Harry, uso de drogas durante a adolescência e até mesmo a quantidade de mortes decorrente de seu serviço ao exército britânico no Afeganistão, que ele alega ter sido 25 pessoas. A obra repercutiu, inclusive entre os radicais islâmicos do talibã, que o repreendeu.
Em situação de despejo
Em uma aparente retaliação após o lançamento de seu livro “Spare”, em 2023, o Rei Charles III negou ao filho e a nora o direito de permanecer no imóvel próximo ao Castelo de Windsor, onde Harry e Meghan moravam.
Ainda em 2023, Harry chegou a residir em Frogmore House para acompanhar os processos contra tabloides britânicos. Agora, segundo o inventário da família real, o imóvel está desocupado.
Documentário na Netflix
Além do livro, o duque de Sussex juntamente de sua duquesa, lançaram o documentário “Harry & Meghan”, no serviço de Streaming da Netflix. A série documental possui seis horas de duração. No documentário, o casal expõe novamente as situações que passaram enquanto conviviam com a família real e até mesmo após seu afastamento. A tentativa de “exposed” de Harry e Meghan não foi bem vista no Reino Unido.
Coroação Polêmica
A cerimônia de posse do trono de Rei Charles III ocorrida em maio de 2023 também levantou burburinho, um dos motivos foi o fato de Willian obter posição de destaque na primeira fileira, enquanto Harry ficou um pouco mais escondido ao fundo. Outro motivo foi a apresentação de Camila como rainha consorte, uma vez que o envolvimento da atual rainha com Charles levou a ruptura do relacionamento com Diana, a princesa do povo. Harry e Meghan Markle também não aparecem na foto de coroação, assim como o Príncipe Andrew.
Racismo
No livro “Endgame: Inside the Royal Family and the Monarchy’s Fight for Survival” (“Fim do jogo: Por dentro da família real e a luta da monarquia pela sobrevivência”, na tradução livre em português), do jornalista britânico Omide Scobie provocou escândalo Reino Unido a fora. No livro conta o envolvimento de duas pessoas no episódio de racismo revelado por Meghan Markle em entrevista a Oprah Winfrey, onde a duquesa de Sussex expõe que duas pessoas demonstravam demasiada “preocupação” quanto a cor da pele do filho de Meghan e Harry enquanto ele ainda estava no ventre.
Mesmo após um aparente ponto final, outra tradução do mesmo livro foi veiculada na Holanda em dezembro, dessa vez envolvendo os nomes de Kate Middleton e Rei Charles III. Scobie, escritor da versão inglesa, culpou a tradução holandesa pelo acontecimento e afirmou ao Daily Mirror que jamais deu nomes aos envolvidos.
Fontes cortadas
O jornalista Omide Scobie ainda afirmou que Harry não foi avisado sobre a condição delicada de saúde de sua avó, Rainha Elizabeth II, antes de seu falecimento em setembro de 2022. Scobie afirmou que o casal de Sussex não faziam ideia sobre os preparativos do Palácio de Buckingham para o falecimento de Elizabeth.
A notícia veio através de um telefonema desconhecido, atendido por Harry apenas por insistência de sua esposa, onde Charles e Camilla lhe comunicaram que estavam a caminho de Balmoral, onde a Rainha Elizabeth II acabou falecendo.
Condenado
Abrindo a marcação de primeiro membro da família real a prestar depoimento em um século, Harry foi condenado a pagar mais de 48 mil libras ao jornal “Main on Sunday” após perder um processo contra o tablóide por difamação.
Publicado em fevereiro de 2022, o artigo acusava Harry de ter tentado manter em sigilo seu pedido de proteção policial no país. A defesa do duque afirma ter sido um ato “errôneo”.