Apesar de pouquíssimas informações sobre a prevenção, e os cuidados que se deve ter para evitar a morte súbita, infelizmente ela acontece muito mais do que a população pode imaginar, e o que mais assusta é saber que a maioria dos casos de óbito acontece entre as pessoas que estão no auge de sua idade produtiva.
O maior problema em relação ao assunto é a falta de políticas públicas voltadas para a conscientização da população com o objetivo de explicar a gravidade desse problema de saúde publica que atinge o mundo. O mais dramático da história é que a maioria das vítimas morrem sem terem a oportunidade de serem hospitalizadas. Cerca de 95% das mortes acontecem longe dos hospitais.
A maior responsável e causadora do problema é a doença arterial coronária, que provoca a parada cardíaca em decorrência da fibrilação ventricular. O quadro pode ser revertido com o uso de um desfibrilador, que da ao paciente uma taxa maior de sobrevida, se o atendimento for realizado com eficiencia e eficácia. Nesse caso o tempo é essencial. Usar o equipamento até sete minutos depois da parada aumenta essa chance de sobrevida em 49%.
O exame de ergoespirometria é considerado padrão ouro na medicina do esporte. (Foto: Reprodução/CircuitodeNotícias).
Em adultos de meia idade o principal fator que desencadeia o problema é a doença arterial coronária, mas o que chama atenção, é a grande incidência desse problema entre jovens que estão na faixa etária da adolescência. Os maiores fatores de risco entre os jovens são anomalias cardíacas, ou o uso indevido e abusivo de substancias ilícitas, juntando esses motivos à pratica de atividade física sem o devido acompanhamento o resultado pode ser dramático.
No Brasil, o caso mais notório foi o jogador profissional Serginho, zagueiro do São Caetano, que sofreu a morte súbita em uma partida do campeonato brasileiro, em 2004, o atleta infelizmente morreu dentro de campo por causa da demora no atendimento, e pela falta dos equipamentos necessarios, no caso, um desfibrilador, que poderia aumentar as chances de sobrevida do esportista. Mais recentemente, um adolescente de 14 anos também foi acometido da patologia durante uma partida de futsal, no estado de Goias. Outro caso repercutido na imprensa foi do atleta dinamarquês Christian Eriksen, que sofreu a morte súbita, jogando pela seleção de seu país, para sorte dele, a equipe médica conseguiu reverter o caso por causa do rápido atendimento com os equipamentos corretos, rapidez, ou falta dela, que foi crucial para a morte de Serginho. O brasileiro não teve a mesma sorte, no fatídica rodada do brasileirão, o estádio do Morumbi não possuía equipe médica em campo, a ambulância disponivel para agilizar o socorro estava trancada, e o pior, não havia o equipamento necessário para reverção do quadro, o desfibrilador.
O dinamarquês Christian Ericksen no momento que sofreu morte súbita em campo. (Foto: Reprodução/ Dr.RafaelOtisuzi).
O atleta dinamarquês teve sua morte súbita abortada graças aos médicos que entraram logo no jogo e conseguiram estabilizar a situação, trazerndo-o de volta a vida. A morte súbita é aquela que ocorre em até uma hora depois do aparecimento dos primeiros sintomas. No episódio com Ericksem a morte aconteceu de forma instantânea. Números apontam que 13% das vítimas morrem instantaneamente, já 50% dos que morrem do coração perdem a vida de maneira súbita.
Esse alerta vale para todas as pessoas que praticam esportes, dos amadores aos profissionais. Por isso é importante antes de iniciar a prática de qualquer atividade física, procurar um médico para realizar os exames que vão garantir o resultado esperado de sua prática esportiva, a manutenção da saúde e do bem estar, evitando que o prazer do esporte vire uma surpresa de matar, literalmente.
Para evitar essa surpresa desagradável existe um exame que é considerado padrão ouro dentro da medicina do esporte, o exame de ergoespirometria, conhecido como teste de cardiopulmonar de esforço. Essa análise minuciosa consegue detectar qualquer tipo de alteração cardiorrespiratória. Ele é capaz de prever qualquer alteração cardíaca relacionada ao esforço, estando em atividade ou repouso. Vale ressaltar que a maioria dos casos de morte súbita acontecem durante as atividade físicas. A partir dele é possível mapear todo o metabolismo e fazer o diagnóstico do paciente. Como o coração está funcionando, anomalias na frequência cardíaca, consumo de oxigênio, relações de troca no metabolismo. Além da prevenção a ergoespirometria serve como parâmetro para medir a perfomance do atleta, e partir desses resultados é possível criar um roteiro que permita aumentar o rendimento na hora da atividade física e construir uma arquitetura corporal dentro das necessidades apresentadas pelo seu organismo.
Foto destaque: Reprodução/CuideBemdoSeuCoração.