Conheça o inovador transplante de coração que fez história nos Estados Unidos

Wagner Edwards Por Wagner Edwards
3 min de leitura

Quando o Centro Médico da Universidade de Maryland anunciou em janeiro o primeiro transplante bem-sucedido de um coração cultivado em um porco geneticamente modificado, marcou uma grande vitória para uma das mulheres mais ricas dos Estados Unidos.

A Revivicor, uma subsidiária da United Therapeutics, fundada e liderada por Martine Rothblatt, forneceu o coração que tornou a cirurgia possível. Ex-advogada e cofundadora da Sirius Satellite Radio, Rothblatt, aos 67 anos, tem percorrido uma longa jornada rumo ao sucesso da biotecnologia.

A United Therapeutics, listada na Nasdaq, vem experimentando nos últimos anos a clonagem e modificação genética de porcos com o objetivo de criar órgãos que os humanos não rejeitarão durante os transplantes. Por meio da Revicor, a empresa está trabalhando para fabricar órgãos de porco, como rins e corações, para transplante em pacientes com doenças renais e cardíacas em estágio terminal.


Martine Rothblatt durante um workshop de empresas de tecnologia. (Foto: Reprodução/Techtudo).


A operação de janeiro forneceu à comunidade médica informações sobre xenotransplantes que poderiam ser usadas para estudar a produção futura de órgãos. O homem que recebeu o transplante de coração, David Bennett, tinha doença cardíaca terminal e, em 7 de janeiro, foi submetido ao procedimento após ser considerado inelegível para um transplante de coração convencional, de acordo com o Centro Médico da Universidade do Mississipi (UMMC).

“Foi uma cirurgia inovadora e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos”, disse Bartley Griffith, o médico que fez o transplante de coração para Bennett, em um comunicado de imprensa da UMMC, “Simplesmente não há corações humanos suficientes disponíveis para atender à longa lista de potenciais receptores”.

As ações da United Therapeutics, das quais Rothblatt detém quase 1,5%, subiram 7,9% na semana do anúncio.

Rothblatt também é uma piloto de helicóptero licenciada e trabalhou no desenvolvimento de helicópteros elétrico. No ano de 2004, ela cofundou uma organização (Terasem Movement Foundation) sem fins lucrativos que visa pesquisar nanotecnologia para extensão da vida humana. Por meio da fundação, ela pressionou as pessoas a “criar um backup digital” de seus cérebros para computadores, com o potencial de um dia criar sósias de pessoas vivas, executados por computador.

 

Foto de destaque: Martine Rothblatt num photoshoot. Reprodução/Wikipedia

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