Pacientes no RS podem ficar sem transplantes devido ao fechamento de aeroporto

Raabe Miranda Por Raabe Miranda
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Foto destaque: Pacientes no RS podem ficar sem transplantes, pois órgãos não tem como chegar (Reprodução/Getty Images Embed/CARLOS FABAL)

No momento, o Rio Grande do Sul está fora da rede de envio e recebimento de órgãos e tecidos para transplantes do RS, devido aos temporais que afetaram o estado no último mês, e ocasionaram no fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital do estado. O aeródromo, que está interditado desde 3 de maio, era o principal local de transporte para transplantes no Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado em informe à BBC News Brasil. Hoje, o RS possui cerca de 2,7 mil pacientes na fila de transplante.

“As ofertas provenientes da Central Nacional de Transplantes foram suspensas devido à falta de acesso ao aeroporto Salgado Filho. Contamos atualmente com apenas duas pistas de acesso a aeronaves nos municípios de Caxias do Sul e Canoas” conteúdo da nota do governo

conteúdo da nota do governo

Tragédia no RS

Os temporais já resultaram em centena de mortes e devastaram cerca de grande parte das cidades no estado. Segundo o chefe da divisão de Regulação Hospitalar do Rio Grande do Sul, Rogério Caruso, a medida provisória pode afetar pessoas que aguardam pela intervenção.


Temporais atingem o estado do Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Getty Images Embed/
Getty Images)


“Infelizmente, isso coloca em risco a vida de algumas pessoas. Há pessoas que aguardam na fila (dos transplantes), mas não têm risco imediato (de morte). Outros (pacientes) podem correr risco imediato.”

Rogério Caruso, chefe da divisão de Regulação Hospitalar do estado

O médico relatou que medida temporária foi uma decisão do governo local, em razão do fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Em entrevista a BBC News, ele informou a decisão tomada e explicou o motivo.

“A gente informou que enquanto o aeroporto não estivesse funcionando, não teríamos como receber (órgãos). A não ser que haja oferta de um voo da Força Aérea Brasileira (FAB)”

Rogério Caruso, chefe da divisão de Regulação Hospitalar do estado

O transporte interestadual de órgãos e tecidos é realizado em voos comerciais por intermédio do convênio estabelecido entre governo federal e companhias aéreas, entretanto, quando não há voos que cumpram à especificidade do transplante, o órgão é levado em voos distintos da FAB.

Averiguando a capacidade do estado na captação de órgãos

Segundo o Ministério da Saúde, o RS é o quinto estado que mais realizou transplantes no país, no ano anterior, com cerca de 733 procedimentos.

“O Rio Grande do Sul recebe muitas ofertas de outros Estados porque a gente tem equipes que fazem quase todos os tipos de transplantes possíveis. Se surge um órgão em algum Estado do Nordeste, mas não há uma equipe lá que possa fazer o procedimento, esse órgão é ofertado a quem tem condições de fazê-lo. Por isso, recebemos muitos”

Rogério Caruso, chefe da divisão de Regulação Hospitalar do estado

Ainda não há dados de quantos pacientes foram afetados durante o período de enchentes no estado. A tragédia climática afetou a realização de transplantes a serem realizados dentro e fora do RS, como também, alterou o funcionamento de hospitais, e proporcionou o bloqueio de estradas.


Ruas alagadas no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Getty Images Embed/
Getty Images)


“Com o auxílio da rede aeroviária nacional, foram disponibilizados helicópteros que favorecem o transporte não só de órgãos e tecidos, mas também, de pacientes que necessitam acesso a outros locais do Estado”

nota da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul à BBC News Brasil

Nesta quarta-feira (15), o governo do estado do Rio Grande do Sul, permitiu reiniciar a captação de órgãos para transplantes dentro do RS.

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Comunicação Social -Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa.
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