Gerard Depardieu é detido e acusado de agressão sexual

O ator francês Gerard Depardieu, conhecido por papéis como o personagem de quadrinhos Obélix e o mosqueteiro Porthos em “O Homem da Máscara de Ferro”, com Leonardo DiCaprio, foi detido pela polícia judiciária de Paris nesta segunda-feira (29) por ter supostamente agredido sexualmente duas mulheres. Segundo a agência AFP, as agressões teriam ocorrido durante filmagens em 2014 e 2021. As acusações vêm em conjunto de outras contra o ícone do cinema francês, incluindo um suposto estupro e outras violências sexuais.

Ator é detido pela polícia

O ator de 75 anos foi levado para uma delegacia de polícia de Paris nesta manhã para prestar depoimento sobre o ocorrido. Depardieu teria feito comentários obscenos em dois sets de filmagem diferentes. Ele nega veementemente todas as acusações.

A primeira denunciante acusou Depardieu de tocar em partes de seu corpo e usar “palavras indecentes” durante as filmagens do curta-metragem “Le Magicien et les Siamois”, de Jean-Pierre Mocky, em 2014. A segunda mulher, que trabalhou como decoradora no set do longa “Les Volets Verts”, estrelado pelo ator, o acusa de agressão sexual, assédio moral e insultos sexistas. Ela disse ao site Mediapart que Depardieu “a agarrou brutalmente” e “esfregou sua cintura, sua barriga e até seus seios”.


Os advogados de Depardieu negam as novas acusações feitas contra o ator (Foto: reprodução/Thierry Roge/Getty Images embed)]


Desde o surgimento do movimento #MeToo, várias figuras poderosas do mundo do entretenimento têm sido acusadas de crimes contra mulheres. Depardieu faz parte do time de figuras artísticas francesas acusadas de estupro, incluindo os diretores Christophe Ruggia, acusado de agredir sexualmente uma atriz adolescente, e Luc Besson, que foi declarado inocente por ter estuprado a atriz belgo-holandesa Sand Van Roy.

Acusações anteriores

Gerard Depardieu acumula acusações de conduta imprópria e de crimes sexuais contra mulheres há vários anos. O ator já havia sido acusado de violência sexual ano passado por 13 mulheres, que denunciaram sua atitude durante as filmagens de produções entre 2004 e 2022. A atriz francesa Charlotte Arnold o acusou de tê-la estuprado duas vezes em sua mansão em Paris, em agosto de 2018. A atriz declarou que não aguentava mais ficar em silêncio, o que incentivou mais supostas vítimas a se apresentarem e contarem suas histórias.

A atriz Hélène Darras também acusou o ator de agressão sexual ocorrida em 2007, mas o caso foi arquivado pelo Ministério Público de Paris, pois mesmo se comprovado, o crime já havia prescrito. A jornalista e escritora Ruth Baza abriu um processo contra Depardieu na Espanha, onde ela o acusa de tê-la violentado em Paris em 1995.


O ator francês foi acusado de violência sexual por várias mulheres desde os anos 90 (Foto: reprodução/Julio Donoso/Getty Images embed)


O ator já estava na mira da ministra francesa Rima Abdul Malak, que pedia que tirassem de Depardieu sua medalha da Legião de Honra, a mais alta condecoração francesa. A ministra declarou ter ficado “enojada” pelos comentários do ator durante uma viagem a um centro hípico na Coreia do Norte, onde o artista disse que as mulheres gostam de andar à cavalo porque “o clitóris deles roça na sela” e chamando as mulheres de vadias.

Em outubro de 2023, o ator publicou no jornal Le Figaro uma carta aberta ao público, negando todas as acusações, declarando que “nunca, jamais” ter abusado de uma mulher. “No tribunal midiático, contra o linchamento que me foi direcionado, só resta a minha palavra”, escreveu o ator, que renunciou sua cidadania francesa em favor da cidadania russa, em 2013.

Daniel Alves paga fiança de 1 milhão de euros e Justiça concede liberdade

Segundo informações divulgadas pela imprensa espanhola, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha recebeu, nesta segunda-feira (25), o pagamento da fiança de 1 milhão de euros (o equivalente a R$ 5,4 milhões) dos advogados de Daniel Alves. Agora, os juízes responsáveis pelo caso esperam os passaportes para libertar o ex-jogador sob liberdade provisória enquanto aguarda a sentença definitiva.

O pagamento da fiança

Daniel Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por estupro em julgamento realizado na Espanha em fevereiro. A defesa recorreu da sentença e pediu que ele pudesse aguardar a deliberação final em liberdade. A decisão da maioria dos juízes da Audiência de Barcelona, a corte mais alta da cidade, foi a de conceder a liberdade provisória do brasileiro.


A defesa de Daniel Alves pediu pela liberdade provisória desde a divulgação da sentença (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


Como o jogador está proibido de acessar as próprias contas tanto no Brasil quanto na Espanha, o depósito da alta soma teria que ser feito por seus advogados. Segundo o Tribunal Superior da Catalunha, Daniel Alves poderia ter saído da prisão na quinta e na sexta da semana passada, mas como o pagamento não foi feito a tempo, permaneceu preso.

O que determina a sentença

Os juízes determinaram na sentença que ambos os passaportes do ex-jogador, o brasileiro e o espanhol, fossem retidos. Daniel Alves também é obrigado a manter pelo menos um quilômetro de distância da residência da vítima, de seu local de trabalho ou de qualquer outro lugar frequentado por ela. A jovem albanesa agredida por ele reside em Barcelona.

A decisão também determinou que Daniel Alves não pode tentar se comunicar com ela por qualquer meio.

O ex-jogador não pode deixar a Espanha e deve comparecer todas as semanas ao Tribunal de Barcelona quantas vezes for solicitado. “O tribunal delibera, por maioria e com voto individual: ‘Acordar a prisão provisória de Daniel Alves, que pode ser evitada mediante o pagamento de uma fiança de 1.000.000 euros e, se o pagamento for verificado, e acordada a sua libertação provisória, ou retirada de ambos os passaportes, espanhol e brasileiro, a proibição de sair do território nacional, e a obrigação de comparecer semanalmente a este Tribunal Provincial, bem como quantas vezes for convocada pela Autoridade Judiciária”, diz a sentença.


Daniel Alves é casado com a modelo espanhola Joana Sanz, que não se manifestou após concessão de liberdade (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


O atual endereço de Daniel Alves é o presídio de Brians 2, um complexo penitenciário localizado a 40 quilômetros da capital catalã, onde ele possui uma casa comprada enquanto ainda jogava pelo time do Barcelona. De acordo com a imprensa espanhola, a esposa de Daniel, Joana Sanz, vive atualmente nesta casa. Joana Sanz foi uma das testemunhas convocadas para depor durante o julgamento e rumores de divórcio circundam o casal desde a prisão do jogador. 

Mesmo após decisão do caso de agressão sexual, Daniel Alves ainda não terminou de responder à Justiça espanhola. O brasileiro também responde processo por ter divulgado supostas imagens da vítima, sendo que a juíza responsável havia determinado, no início do caso, que a identidade da denunciante não fosse divulgada por qualquer meio.