Ministro de Minas e Energia anuncia redução de 2,5% a 10% na conta de luz

Foi anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quarta-feira (07), a redução de cerca de 2,5% a 10% na conta de luz previsto para setembro deste ano. A última atualização das taxas na luz elétrica, no fim do mês de junho, explicitou bandeira amarela para o mês de julho.

Redução da conta de luz

O setor energético estava passando por momentos inoportunos desde a crise hídrica de 2021 somada a pandemia da Covid-19, contudo, graças a quitação de empréstimos feitos no mesmo período da crise e da pandemia global, isso será viabilizado.


Foto ilustrativa de uma lâmpada (Foto: reprodução/ Freepik)

Os financiamentos foram uma forma de ajustar o setor perante a série de eventos inesperados e isso resulta na cobrança das tarifas de energia. Totalizando, cerca de R$ 11,8 bilhões estão sendo pagos agora, alcançados por meio de operação financeira de antecipação de recebíveis da União no contrato com a Eletrobras.

A lei de privatização voltada a Eletrobras antevia um aporte anual da empresa na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo do setor elétrico bancado pela população brasileira durante 25 anos. Tais contribuições somariam cerca de R$ 26 bilhões a R$ 30 bilhões ao longo do tempo.

As ações do governo agora se tratam de uma antecipação da entrada destes recursos por meio de uma operação financeira (securitização).

O que diz Silveira

Conseguindo adiantar a entrada dos aportes sem que a empresa tenha que desembolsar nada além do planejado, vê-se um cenário onde ocorre a troca de uma dívida mais cara — a escassez hídrica e a pandemia — por outra mais barata.

O Ministro de Minas e Energia afirma que este é um recurso para a população e não poderia existir uma situação onde a conta de energia seria um ponto grave, pesando no bolso do povo brasileiro. Ele ainda ressaltou que os estados com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) sentirão a redução mais significativamente.

“Antes as grandes preocupações eram saúde, educação, mobilidade. Agora a conta de energia passou a ser um componente, especialmente para o mais pobre e para a classe média”.

  • Alexandre Silveira

O ministro ainda disse que o governo tenta precipitar mais recursos no contrato com a Eletrobras.

“Se for possível, dentro do contexto do acordo com a Eletrobras, também adiantar os demais recursos para minimizar impacto tarifário é importante para o Brasil. Porque o grande propósito de fazer o crescimento nacional, gerar emprego e renda para combater a desigualdade vai se dar se a gente conseguir impulsionar, dar musculatura a economia nacional”, afirmou.

Silveira ainda salienta que a energia é um ponto fundamental para que tudo isso aconteça.

Conforme Alexandre Silveira, Lula aprova MP para redução da tarifa de energia

Em entrevista à CNN, nesta terça-feira (2), o ministro de Minas e Energia (MME) , Alexandre Silveira, afirmou que o presidente Lula permitiu uma medida provisória (MP) para a redução da tarifa de energia elétrica. 

Redução das tarifas 

Alexandre Silveira contou à CNN que a medida é provisória e será enviada ao Congresso Nacional com ativação automática e se reuniu nesta segunda-feira (1) com Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, Lula e Rui Costa, ministro da Casa Civil. O atual presidente evidenciou se preocupar com as projeções das tarifas de luz, que devem aumentar mais de 5% em 2024.


Presidente Lula e Ministro Alexandre Silveira (Foto: reprodução/Instagram/@alexandresilveira)

 Conforme o ministro Alexandre Silveira, a dissertação enviada à Casa Civil – que a encontra em magistrado de Rui Costa – possui três pontos de interesse. O mais pertinente deles é definido como “estruturante”, conforme o texto, permitirá instrumentalizar os valores recebíveis da Eletrobrás, que permeia o valor de R$25 bilhões, em débito até o ano de 2047, convertendo-o a um prazo maior, aplicando esses recursos na diminuição das tarifas. 

Com taxas provavelmente baixas, o valor dos recursos será usado para quitar com antecedência dois empréstimos de maior peso para o bolso dos brasileiros, sendo eles: a Conta COVID e a Conta Escassez Hídrica.

O aumento das tarifas possui ampla relação com a privatização, de 2022, quando a Eletrobras firmou um acordo de R$32 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) nos próximos 25 anos. O acordo faz se útil como um fundo para bancar subsídios elétricos, como as Tarifas Sociais – programa do governo que oferece descontos na tarifa para famílias de baixa renda. Relativo ao consumo, o desconto pode alcançar a totalidade -, Luz Para Todos, entre outros. O valor do acordo é dividido entre os consumidores, acarretando no aumento tarifário.

Entenda os empréstimos

O governo realizou dois empréstimos de urgência em momentos de incertezas quanto ao abastecimento. Sendo eles:

Conta COVID

A conta foi um empréstimo de emergência realizado durante a pandemia pelo Ministério da Economia, na época nas mãos de Paulo Guedes e o Ministério de Minas e Energia, aprovado em 2020. O valor total chega a R$14,8 bilhões distribuídos entre 61 empresas de energia. Os empréstimos tiveram como foco tapar o buraco financeiro causado pela queda no consumo de energia e aumento da inadimplência ocorridos durante a pandemia de covid-19. O valor do empréstimo vem sendo repassado nas contas de energia desde 2021, acarretando no aumento das tarifas e impactando diretamente o bolso do consumidor.

Escassez Hídrica

Como resposta a piora da crise hídrica no país, o governo encontrou como saída a ativação da medida de escassez, adicionando uma nova bandeira – superior a vermelha, já acionada -, com o custo de 6,78% na tarifa dos consumidores. Com a tarifa da escassez hídrica, o valor de R$14,20 foi adicionado a cada 100kWh, impactando diretamente o valor pago pelo consumidor e contribuindo para os altos desembolsos realizados por quem consome para manter o fornecimento de energia em sua residência ou comércio.

É de pretensão do atual governo sanar ambos os empréstimos com os valores dos recursos supracitados.

Ministro de Minas e Energia faz advertência inédita à Enel

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, assinou ofício nesta segunda-feira (dia 1º), em reunião com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), determinando abertura de um processo disciplinar para averiguar as reiteradas transgressões da Enel. Isso poderá levar o atual contrato a um processo de caducidade.


Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante a transição de governo no final de 2022 (Foto: reprodução/Evaristo S A/AFP/Getty Images embed)


O pesadelo começou em 2023

Assistimos em novembro de 2003 e nas últimas semanas, ao desespero de moradores de alguns bairros da região central de São Paulo pela falta de energia elétrica. O apagão de 2023 prejudicou, inclusive, alunos que iriam prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Não havia energia elétrica nas escolas, onde muitos fariam a prova.

Estamos assinando esse ofício considerando as muitas provas que temos hoje, considerando os reiterados descumprimentos da Enel com as questões levantadas. São diversas falhas na prestação dos serviços de energia elétrica, que tem demonstrado incapacidade de prestação dos serviços de qualidade à população. Por isso, na apuração, deve se considerar todas as possibilidades de punição à empresa”.

Alexandre Silveira

Enel se defende

Em nota, a Enel garante que tem cumprido integralmente o que prevê o contrato, no que diz respeito a São Paulo. Disse que tem um plano sendo implementado que prevê: “fortalecimento e modernização da estrutura da rede, digitalização do sistema e ampliação dos canais de comunicação com os clientes, além da mobilização antecipada de equipes em campo em caso de contingências. O plano contempla também o aumento significativo de pessoal próprio”.

Na reunião de hoje, estiveram com o Ministro Alexandre, “Sandoval Feitosa”, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e os diretores “Ricardo Lavorato Tili”, “Agnes Maria de Aragão da Costa” e “Fernando Luiz Mosna Ferreira da Silva”.