Outono de 2024 registra temperaturas anormais no Brasil

O outono de 2024 vem chegando ao fim com uma configuração climática bem diferente da usual. Grande parte do Brasil está enfrentando temperaturas até 5°C acima da média, um fenômeno que tem alterado a rotina e confundido os brasileiros.

Nas últimas semanas, o cenário vem sendo de sol intenso, com temperaturas próximas dos 30°C, com as pessoas nas ruas usando roupas leves e carregando garrafas de água. Este quadro tem persistido por meses, com capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Curitiba registrando temperaturas bem acima do normal.

São Paulo foi uma das cidades mais afetadas

Em São Paulo, as temperaturas máximas superaram a média dos últimos 30 anos em abril, maio e na primeira metade de junho. No Rio de Janeiro, o aumento foi de 2 a 3 graus. Já em Cuiabá, a média está 5°C mais quente em junho, outra que não ficou para trás foi Curitiba que registrou aumento de dois graus em abril, três em maio e quatro em junho até agora.


Outono atípico fez com que praias ficassem bastante movimentadas durante outono (Foto: reprodução/Moment/José Eduardo Nucci/Getty Images Embed)


Esse calor fora de época não é exclusivo dessas capitais. Diversas cidades, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, estão sentindo esse aumento de temperatura. A explicação para esse fenômeno tem origem nos oceanos.

El Niño foi fator para aumento das temperaturas

O professor de meteorologia da USP, Micael Cecchini, esclarece que o clima no Brasil é influenciado por dois oceanos. O aquecimento do Pacífico fortalece o fenômeno El Niño, que cria uma grande zona de alta pressão no Atlântico. Essa alta pressão se estende sobre parte do Brasil, afetando o clima.

A frente fria vem da região polar, passa pela Argentina, chega ao sul do Brasil e encontra essa alta pressão. Elas podem estacionar sobre o sul, resultando em dias consecutivos de chuva, como temos visto. Quando quase nenhuma frente fria entra, as temperaturas aumentam até a chegada do inverno que quebra esse ciclo

Professor de meteorologia da USP, Micael Cecchini

Enquanto o outono de 2024 se despede, os brasileiros continuam a lidar com um calor atípico. A expectativa é que o inverno traga o alívio esperado e normalize as temperaturas. Até lá, o jeito é se adaptar e aproveitar os dias ensolarados que ainda estão por vir.

Alerta de perigo: calor intenso atinge estados do oeste dos EUA

Nesta quinta-feira (6), os termômetros estadunidenses quase alcançaram a medição de temperatura máxima, em diferentes estados do oeste norte-americano, conhecido como a Costa do Pacífico dos Estados Unidos, composta por Washington, Oregon, Califórnia, Alasca e Havaí, Nevada e Arizona.


Onda de calor castiga diversas cidades dos EUA (Foto: reprodução/chuchart duangdaw/Getty Images Embed)


Clima nas extremidades e cidades debaixo temperaturas quase desérticas

A população estadunidense está sofrendo nos últimos tempos com as altas temperaturas que estão assolando o país, devido à forte onda de calor que sobreveio sobre a região a oeste do território norte-americano, principalmente em cidades como Las Vegas que chegou a marcar cerca de 44°C em um desses dias, e no Vale da Morte que chegou a 49ºC, conforme as informações fornecidas pelo governo.


Calor rigoroso assola estados a oeste dos EUA (Foto: reprodução/AFP)


Dessa forma, para tentar amenizar o problema climático, foram desenvolvidos alguns ambientes climatizados, para ajudar a população de baixa renda, a receber um pouco de conforto térmico e bem-estar, durante os dias quentes.

Previsão preocupante para o futuro

Profissionais da meteorologia apontam que o verão deste ano, provavelmente será uma das estações mais quentes e intensas já registradas em solo americano. A atmosfera seca e ensolarada, tem causado muita preocupação ao governo, devido aos problemas causados em decorrência do clima anormal, visto que em consequência disso, começaram a surgir incidência de incêndios florestais, e problemas de saúde nos cidadãos.

E conforme o depoimento feito ao Canal 13, da estação televisiva American Broadcasting Company (ABC), pelo diretor do serviço de ambulâncias norte-americano de Las Vegas, Nevada, EUA, a população não está habituada ao atual nível de temperatura, pois até mesmo os cidadãos locais e outras pessoas que frequentemente passam as férias na região, ainda não estão de fato com os corpos preparados para suportar esse tipo de clima.

Consequências de um problema muito maior

A ONU anunciou que a terra está passando por um período de aquecimento global bastante intenso, e, segundo a opinião de especialistas sobre o assunto, a expectativa é que as ondas de calor só devem piorar nos próximos anos.

São Paulo pode vivenciar recorde histórico de calor em maio

Na tarde da última quarta-feira (1º), o Instituto Nacional de Meteorologia registrou a temperatura máxima de 31,3 °C na cidade de São Paulo. De acordo com o Climatempo, essa pode ser considerada uma das tardes mais quentes que o município já teve.


Vista aérea da Avenida Paulista (Foto: reprodução/Gabriel Ramos/Unsplash)

Recordes de altas temperaturas

Segundo o Climatempo, a previsão da máxima para esta quinta-feira (2) foi de 33º em São Paulo. Essa temperatura é um recorde histórico de calor para a capital paulista. Desde que se iniciaram as medições meteorológicas regulares no Mirante de Santana em 1943, os termômetros não haviam marcado temperaturas acima de 31,7ºC no mês de maio.

Dados do Inmet mostram que em outros quatro diferentes anos houve altas temperaturas registradas em um dia de maio na cidade. Em 2003, os termômetros marcaram 30,1ºC e em 2010 e em 2024, São Paulo vivenciou um calor de 31,3ºC. A maior temperatura que já havia sido registrada até esta quinta-feira ocorreu em 03 de maio de 2001, quando os termômetros chegaram a 31,7ºC.


Termômetro em uma rua de São Paulo marcando 33ºC (Foto: reprodução/Paulo Pinto/Agência Brasil)

Madrugada quente e mínimas também altas

A madrugada da última quarta foi a mais quente de maio desde 1961, de acordo com o Climatempo. Além disso, o veículo informa que a temperatura mínima do dia 1º de maio foi de 20,9ºC, um recorde para o mês desde 2019, quando a mínima foi de 20,8ºC. A média das temperaturas mínimas para o mês é de 14,7ºC.

O país enfrenta uma onda de calor desde o último dia 22 de abril e, segundo o Climatempo, ela deve persistir até 10 de maio. O veículo analisa que as altas temperaturas são fora do comum e que elas já atingiram níveis excepcionais, principalmente nas regiões centrais do Brasil. Nesse cenário, a população experimenta temperaturas típicas do verão durante o outono brasileiro.