Após assinar ordem executiva, Trump considera movimento Antifa como grupo terrorista

Nesta segunda-feira (22), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para que o movimento Antifa passe a ser considerado como um grupo terrorista. O presidente Trump já havia feito uma declaração na semana anterior a respeito do movimento. As ameaças aos movimentos de esquerda, por parte de Trump, ganharam mais força após o assassinato de Charlie Kirk, no dia 10 de setembro.

Ataques à esquerda e ao movimento Antifa

Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, voltou a ameaçar ações contra movimentos de esquerda depois que Charlie Kirk foi assassinado. Os ataques ao movimento Antifa começaram na semana anterior à assinatura da ordem executiva: a declaração foi dada por meio de uma publicação na rede social Truth Social, que pertence ao grupo Trump Media & Technology Group. Trump disse: “Tenho o prazer de informar aos nossos muitos Patriotas dos EUA que estou designando a ANTIFA, UM DESASTRE DOENTIO, PERIGOSO E RADICAL DA ESQUERDA, COMO UMA GRANDE ORGANIZAÇÃO TERRORISTA”.


Trump assina ordem e movimento Antifa é considerado terrorista (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


A ordem executiva assinada nesta segunda-feira dizia que o movimento Antifa defende derrubar o governo dos EUA e utiliza meios ilegais para organização e execução de uma campanha de violência e terrorismo. O decreto ainda trazia que o Antifa “recruta, treina e radicaliza jovens americanos para participarem dessa violência e da supressão da atividade política, utilizando depois mecanismos elaborados para esconder a identidade de seus integrantes, ocultar suas fontes de financiamento e operações, numa tentativa de frustrar a atuação das autoridades, e recrutar novos membros”

O movimento Antifa

Antifa é o nome dado para o movimento que tem ideais antifascistas – o nome do movimento vem da palavra antifascista. Os grupos lutam contra o racismo e o sexismo; podem ser vistos como pessoas de esquerda e de extrema esquerda – porém, o grupo se considera apartidário. 

O movimento Antifa está presente em diversos países. Nos Estados Unidos, o Antifa esteve presente durante as manifestações do movimento “Black Lives Matter”, que aconteceram após o assassinato de George Floyd. Na época, Donald Trump – que ainda estava terminando seu primeiro mandato – também fez críticas ao movimento. 

Donald Trump anuncia classificar movimento Antifa como grupo terrorista após morte de ativista conservador

Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (17) que pretende classificar o movimento Antifa como organização terrorista e ordenou investigações sobre seu possível recebimento de financiamento. A declaração do presidente ocorre em situação de forte tensão política, marcado pelo assassinato de Charlie Kirk, ativista conservador de 31 anos, morto a tiros em 10 de setembro em um evento na Universidade Utah Valley.

Antifa movimento terrorista

Antifa é um movimento que tem origem na Alemanha no início da década de 1930, quando grupos antifascistas se organizaram contra o regime nazista político de Adolf Hitler. Atualmente, grupos coletivos tem se inspirados nessa ideologia e atuam em diversos países, sendo o núcleo mais ativo está localizado nos Estados Unidos. Eles se apresentam com como opositor da extrema-direita, adotando discursos contra racismo, sexismo e capitalismo, mas é frequentemente classificado pelo analista político como pertencente à esquerda radical. Seus métodos incluem confrontos físicos com adversários e, em muitos casos, a destruição de propriedades privadas.

Nos EUA, os antifas alcançou maior visibilidade em 2020, durante protestos motivados pela morte de George Floyd. Na época, o presidente Trump já havia cogitado classificá-los como grupo terroristas, mas enfrentou resistência de especialistas e de organizações de direitos civis. Muitos críticos argumentam que, por ser um movimento doméstico, o Antifa não pode ser classificado na lista oficial de terrorismo internacional do Departamento de Estado norte-americano, que reúne grupos como o Estado Islâmico e a al-Qaida.

Além disso, há incertezas sobre a legalidade de restringir suas atividades diante das garantias constitucionais de liberdade de expressão e associação. O anúncio de Trump também reflete a situação de instabilidade política dentro país. De acordo com a agência Reuters, os Estados Unidos atravessam um longo período de violência política nos últimos anos desde a década de 1970, com mais de 300 episódios registrados desde a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021.

“Vou recomendar fortemente que aqueles que financiam a ANTIFA sejam totalmente investigados de acordo com os mais altos padrões e práticas legais”

Donal Trump

Donald Trump caminha até Air Force One no Aeroporto de Morristown, em Morristown, Nova Jersey (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Image Photo Agency/Getty Images Embed)


Manifestação partidarias contra Antifa

Tanto os partidos republicanos quanto democratas já manifestaram críticas ao grupo Antifa, principalmente por causa da escalada de violência em protestos públicos. A morte do jovem Charlie Kirk intensificou ainda mais a polarização. Fundador da organização estudantil conservadora Turning Point USA, ele teve papel importante e decisivo na mobilização da juventude em apoio a Trump nas campanhas eleitorais de 2016 e 2024.

Defensor de valores e princípios cristãos e alinhado ao movimento Make America Great Again (MAGA), Kirk era figura muito próxima da família Trump com presença forte e recorrente na Casa Branca. Sua morte, ocorrida no início de uma turnê em universidades dos Estados Unidos, ampliou o debate sobre a violência política e reforçou a ofensiva do presidente contra o movimento Antifa.