Governo dos EUA aprova venda potencial de armas para Israel

Nesta terça-feira (13), o Departamento de Estado dos EUA aprovou a possível venda de armas para Israel, avaliada em R$109 bilhões. O arsenal inclui a venda antecipada de caças, veículos táticos médios, mísseis de médio alcance, cartuchos de morteiro e cartuchos de tanque. Este é considerado o maior pacote de armas para Israel, que se encontra em conflito com o grupo terrorista Hamas desde outubro de 2023.

Aguardando aprovação do Congresso

De acordo com a Agência de Cooperação em Segurança de Defesa, a notificação da aprovação do pacote de venda de armas foi enviada para o Congresso americano, que deve aprovar formalmente a venda para que ela possa acontecer. Na maioria dos casos, a administração informa o Congresso sobre vendas de armas pretendidas após discussões informais com os comitês de Relações Exteriores da Câmara e Relações Exteriores do Senado. Assim que formalmente notificadas, os legisladores têm até 30 dias para aprovar ou bloquear o pedido. 

Dois democratas de relevância no Congresso aprovaram a venda dos 50 caças em junho. A rede CNN informou na sexta-feira (09) que o Departamento de Estado notificou os legisladores sobre a proposta de 3.5 bilhões de dólares para a compra de equipamentos militares e armas. Entretanto, a entrega dos armamentos leva anos para ocorrer. Os caças F-15, por exemplo, não devem chegar em solo israelita antes de 2029. O anúncio da venda certamente provocará protestos dos críticos de Biden sobre sua postura na guerra em Gaza. O governo americano sofre críticas por não pressionar Israel na condução do conflito, que já matou milhares de civis.


O presidente norte-americano sofre pressão em relação ao conflito Israel-Hamas (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images embed)


A notícia da venda de armamentos vem em momento de significativa escalada de tensões no Oriente Médio, pois a região se prepara para uma retaliação do Irã pelo assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho. Também são esperadas negociações de cessar-fogo no final desta semana, poucos dias após o ataque a uma mesquita e escola em Gaza, que, segundo o exército israelense, servia de esconderijo para membros do Hamas. O ataque aconteceu no bairro de Al-Daraj e deixou pelo menos 90 pessoas mortas.

Os armamentos inclusos no pacote

A aprovação das vendas inclui a compra de até 50 caças multifuncionais F-15IA e kits de modificação de atualização de meia-vida de jatos de caça, além de outros equipamentos relacionados aos armamentos comprados. A lista também inclui mísseis 30 AIM-120C-8 Advanced Medium Range Air-to-Air (AMRAAMs), 32.739 cartuchos de tanque de 120 mm, 50 mil cartuchos de morteiro de alto explosivo e vários caminhões de carga de 8 toneladas da Família de Veículos Táticos Médios modificados.


O pacote de armamentos e equipamento militar são avaliados em mais de US$18 bilhões (Foto: reprodução/Maja Hitij/Getty Images)


Até o momento, estima-se que quase 40 mil palestinos foram mortos durante a guerra em Gaza, com a ONU estimando cerca de 2 milhões de pessoas refugiadas. Segundo comunicados da Agência de Cooperação de Segurança e Defesa, esse equipamento irá ajudar Israel a enfrentar não só os ataques de inimigos atuais, mas também futuros, ajudando a impedir ameaças na região.

Tropas ucranianas enfrentam problemas com tanques doados por EUA

As tropas ucranianas na linha de frente têm reclamado de problemas com os tanques Abrams fornecidos pelos Estados Unidos. As equipes que operam os tanques relatam problemas técnicos com a munição, problemas no motor e na parte eletrônica dentro do veículo, que pode ficar instável por conta da chuva e de neblinas.

Além dos problemas técnicos, os armamentos também são vistos como ultrapassados. Grande parte da linha de frente ucraniana é dominada por drones, que são dispositivos de pequeno porte e de grande precisão que podem, inclusive, causar danos significativos nos tanques.

A guerra dos drones

Joker, membro da tropa ucraniana, comentou para a CNN: “A armadura não é suficiente para este momento. Não protege a tripulação. Na verdade, hoje essa é a guerra dos drones. Então agora, quando o tanque sai, eles sempre tentam atingi-los“.

A utilização desses drones mudou a forma como se faz a guerra. Pilotados por soldados usando óculos de jogos, eles introduzem um elemento moderno que causa vulnerabilidades a veículos blindados.

Consequências da limitação do equipamento

A limitação do equipamento custou a perna de um motorista do tanque. Por conta da fraca defesa da armadura, em uma das batalhas em Avdiivka, cidade na Ucrânia que foi tomada pela Rússia, a armadura foi penetrada e causou o infortúnio.

O tanque Abrams vem sendo ridicularizado pelos russos, que deram o apelido de “latas-vazias” ao equipamento. Um deles foi capturado pelas forças russas, danificado e usado em desfile na Praça Vermelha como espólio.


Soldados ucranianos durante a guerra contra a Rússia (Foto: reprodução/Getty Images embed)


A doação dos tanques

A doação dos tanques foi anunciada pelo presidente Joe Biden, no início de 2023, com a explicação de que seria uma prova do “compromisso duradouro e infalível dos Estados Unidos com a Ucrânia”.

Em abril desse ano, oficiais do Pentágono informaram que os Abrams foram retirados da linha de frente por conta das ameaças vindas pelos drones russos. Porém, a equipe 47ª contradiz essa informação, afirmando que alguns ainda seguiam em ação, apesar das claras deficiências.

Para Joker, a falta de devida assistência vinda dos EUA custa a vida de companheiros e deixa um questionamento: “Eu só tenho uma pergunta. Por que isso está demorando tanto e [vem] parcialmente? Estamos perdendo tempo. É a morte para nós”. O conflito Ucrânia e Rússia já possui mais de 2 anos de duração, seu início foi em fevereiro de 2022.