O ESTRATEGISTA SILENCIOSO: COMO RAFAEL MOREIRA REDEFINIU A ARQUITETURA DA VENDA DIGITAL NA AMÉRICA LATINA

No volátil mercado de publicidade digital, onde plataformas nascem e morrem com a velocidade de um algoritmo, a permanência no topo exige mais do que sorte; exige uma leitura quase cirúrgica do comportamento humano e dos fluxos de capital. Rafael de Camargo Moreira não é apenas um participante desse ecossistema; na última década e meia, ele tem sido um de seus arquitetos mais meticulosos. Uma análise da trajetória de Moreira revela um padrão de eficiência implacável. Enquanto o setor lutava para entender a transição do desktop para o mobile, Moreira já orquestrava expansões agressivas em gigantes da tecnologia. Sua passagem pela Gameloft entre 2015 e 2018 como Executivo de Contas coincidiu com o momento em que o mobile gaming deixou de ser nicho para se tornar uma potência de mídia. Não foi um movimento acidental, mas o início de uma escalada calculada.

A verdadeira prova de sua capacidade de transformar tráfego em receita tangível, no entanto, materializou-se em sua gestão na Webedia. Como Diretor de Vendas entre 2019 e 2022, Moreira não apenas gerenciou uma equipe; ele reestruturou a lógica comercial da empresa. Sob sua liderança, a companhia registrou um crescimento de receita superior a 150%, um número que destoa da média do mercado em um período de incerteza econômica global.



Mais recentemente, o executivo assumiu o comando como Head of Industry Latam no Kwai for Business, onde a pressão por resultados imediatos em uma plataforma de vídeos curtos derrubaria gestores menos experientes. O resultado foi, novamente, matemático: um crescimento anual de 75% e a geração de US$ 30 milhões em 2024. Moreira demonstrou uma habilidade rara de navegar entre parcerias complexas com titãs como Google, Twitch e EA Sports, consolidando uma reputação de “fechador” de negócios de alta complexidade.

O que separa Moreira de seus pares não é o volume de vendas, mas a sofisticação da estratégia. Ele opera na intersecção onde a tecnologia de dados encontra a psicologia do consumidor. Sua carreira é marcada por uma seriedade técnica que ignora modismos em favor de infraestruturas comerciais robustas e repetíveis. Agora, o mercado observa o próximo movimento lógico desse xadrez corporativo. Analistas indicam que Moreira está voltando sua atenção para o norte, especificamente para o Texas. Informações preliminares apontam para a fundação de uma nova consultoria estratégica sediada em Austin, desenhada para aplicar essa mesma metodologia de hipercrescimento e adaptação cultural no complexo corredor comercial entre Estados Unidos e América Latina. Se o histórico servir de guia, o mercado americano está prestes a testemunhar uma nova aula de eficiência comercial.

Entenda o conceito de cidade-esponja de Kongjian Yu, morto em acidente aéreo no Brasil

Um avião de pequeno porte caiu na zona rural de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, na noite desta terça-feira (23), resultando na morte de quatro passageiros. Entre as vítimas estava o arquiteto chinês Kongjian Yu, idealizador do conceito de cidades-esponja e referência mundial em urbanismo e paisagismo.

Yu estava no Brasil desde o início do mês para participar da Conferência Internacional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, em Brasília, e da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Além dele, faleceram o cineasta brasileiro Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, o documentarista Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira de Barros. Segundo a Olé Produções, empresa em que Luiz Ferraz e Rubens Crispim atuavam, o grupo estava no Pantanal gravando o documentário “Planeta Esponja”.

Resgate e investigação do acidente

A operação de resgate durou aproximadamente nove horas devido à dificuldade de acesso ao local e à distância, mobilizando três militares e uma viatura. Conforme o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu enquanto tentava pousar na fazenda Barra Mansa. Até o momento, as causas do acidente ainda não foram esclarecidas.

Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião estava registrado em nome do piloto. O documento indica que a aeronave estava com a aeronavegabilidade em dia, mas não possuía autorização para operar como táxi aéreo.

Cidades-esponja: uma cidade que absorve a água

O conceito de cidades-esponja, desenvolvido por Kongjian Yu, foi incorporado como política nacional na China em 2013. A proposta utiliza infraestrutura verde para criar áreas alagáveis, como lagos e parques, e aplicar pavimentos permeáveis, reduzindo a dependência de sistemas tradicionais de drenagem.

Surgido como resposta às enchentes, o modelo adapta a arquitetura paisagística para absorver a água das chuvas e devolvê-la aos rios e oceanos de forma controlada. Com o uso de vegetação nativa e solos permeáveis, a técnica diminui a necessidade de concreto e cria espaços urbanos onde a água pode escoar naturalmente, evitando inundações.

Além de prevenir enchentes, o método de Yu transforma o espaço urbano em áreas arborizadas, com cursos d’água regulados, criando novos pontos de convivência e turismo.


Vista aérea do Parque alagável Yanweizhou, em Jinhua, China. Em períodos de seca, a área de retenção se transforma em espaço de lazer (Foto: reprodução/ Turenscape)

Como funciona a cidade-esponja

Diferente da gestão tradicional de enchentes, que busca canalizar a água rapidamente por canos ou reforçar margens com concreto, a cidade-esponja retém a água da chuva e desacelera seu escoamento.

O método de Kongjian Yu se baseia em três estratégias principais:

  • Reter a água no solo: grandes áreas permeáveis, lagos artificiais, açudes e telhados verdes absorvem a água assim que ela toca o solo. Valas com vegetação e camadas de solo poroso também ajudam nesse processo.
  • Desacelerar o fluxo da água: rios sinuosos, várzeas e cursos d’água vegetados reduzem a velocidade da água, evitando que ela cause destruição.
  • Criar áreas alagáveis: espaços destinados a receber o excesso de água sem danificar construções, garantindo que enchentes sejam controladas de forma natural.

Durante sua visita ao Brasil, Yu destacou que suas estratégias poderiam ser implementadas em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, sendo esta última frequentemente atingida por enchentes históricas. O modelo de cidade-esponja propõe reorganizar a gestão das águas pluviais, fortalecendo a resiliência ambiental e criando áreas verdes para lazer e convivência urbana.

Mansão de Glória Maria recebe homenagem em mostra de decoração no Rio

A exuberante residência de Glória Maria Matta da Silva, localizada no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, se tornou palco de homenagem, na edição de 2024 da mostra ‘Morar Mais’. O evento acontece até 17 de novembro e destaca projetos inovadores, focados em criatividade, sustentabilidade e acessibilidade, celebrando a história da comunicadora que faleceu em 2023, aos 73 anos, devido a um câncer no pulmão.

Legado de Glória Maria

A casa onde morou Glória Maria até seus últimos dias foi um sonho concretizado, e agora, em meio à exposição, ganha vida de forma emocionante.

Um dos destaques é o espaço nomeado “Varanda do Saber”, idealizado pelas arquitetas Dri Vieira e Cay Quintana, que buscaram inspiração na arquitetura biofílica. O espaço é dedicado à memória de Glória, refletindo sua paixão pelo conhecimento e pela troca de ideias. As arquitetas destacam a importância de criar um ambiente que continue a inspirar o aprendizado, como era o desejo da jornalista.


Mansão de Glória Maria na mostra ‘Morar Mais’ no Rio (Foto: reprodução/Instagram/@morarmaisrio)

Criatividade e sustentabilidade

A edição da mostra deste ano mantém seu compromisso com a inovação, reunindo arquitetos, designers e artistas em um evento que equilibra funcionalidade e responsabilidade ambiental. Propostas para o morar em um espaço contemporâneo, com o uso de materiais sustentáveis e tecnologias acessíveis, são a base da mostra. A inclusão do espaço de Glória fortalece o propósito do evento, reforçando o vínculo entre memória, arquitetura e inspiração.


Entrada da mansão de Glória Maria na mostra ‘Morar Mais’ no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Instagram/@morarmaisrio)

Futuro da mansão de Glória Maria

Em março de 2024, foi anunciada a venda da mansão e enquanto um novo proprietário não aparece, a casa serve como espaço de de reflexão e homenagem, mantendo viva a lembrança de uma das maiores jornalistas do Brasil.