O São Paulo viveu uma noite de pura emoção nesta terça-feira (19), ao carimbar sua vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. Diante de 57.559 torcedores no Morumbis — o maior público da temporada —, o Tricolor empatou por 1 a 1 no tempo regulamentar contra o Atlético Nacional e venceu nas cobranças de pênalti. O herói da classificação foi Cédric, que marcou o gol decisivo na série.
A atmosfera foi de final. Desde cedo, os arredores do estádio já anunciavam o clima de decisão. Dentro de campo, o time respondeu ao apoio da arquibancada e fez um jogo intenso, cheio de tensão e reviravoltas, coroado com a festa do torcedor que permaneceu até o último minuto.
Pressão desde o início e vantagem no placar
O São Paulo não deu tempo para o adversário respirar. Logo aos dois minutos, em jogada ensaiada de escanteio, Cédric cruzou, Alan Franco desviou e André Silva completou para abrir o marcador. O gol incendiou a torcida, que cantava alto e não dava trégua ao rival colombiano.
Apesar do ímpeto inicial, o Atlético Nacional não se intimidou. Morelos e Tresillo tentaram chegar pelo meio, mas esbarraram na boa atuação defensiva do Tricolor e nas defesas seguras de Rafael. Do outro lado, Rodriguinho quase ampliou em chute bloqueado e Enzo Díaz arriscou de fora, levando perigo ao goleiro Ospina.
A arbitragem passou a ser alvo de reclamações. A torcida protestou contra supostas faltas não marcadas e contra a ausência de cartão em choque duro de Tresillo em Rodriguinho. Ainda assim, a vantagem se manteve até o intervalo, com a torcida aplaudindo a equipe — contraste em relação a momentos de vaias registrados no primeiro semestre.
Reação colombiana e empate de Morelos
Na volta para o segundo tempo, o São Paulo seguiu empurrado pela massa no Morumbis. Enzo Díaz arriscou mais uma finalização perigosa, mas Ospina segurou firme. A cada minuto, o nome de Lucas Moura ecoava mais alto nas arquibancadas, até que Hernán Crespo atendeu ao pedido e colocou o camisa 7 em campo, no lugar de Rodriguinho.
Logo depois, Morelos voltou a assustar, obrigando Rafael a grande defesa. Pouco depois, o atacante colombiano foi protagonista de novo: caiu na área após disputa com Enzo Díaz e, após revisão do VAR, o árbitro marcou pênalti. O próprio Morelos bateu e deixou tudo igual, frustrando os gritos da torcida que tentava desconcentrá-lo.
A tensão cresceu ainda mais quando Cardona se envolveu em confusão com Ferraresi e acabou expulso, deixando o Atlético Nacional com um a menos. Ferreirinha ainda teve grande chance de recolocar o São Paulo na frente, mas a bola raspou a trave. O empate persistiu até o apito final, levando a decisão para os pênaltis.
Drama nas penalidades e exploração de alívio
O Morumbis se transformou em um caldeirão durante as cobranças. Logo na primeira batida, Rafael brilhou ao defender o chute de Uribe, inflamando ainda mais a torcida. Lucas Moura abriu a série para o São Paulo e converteu, mantendo o clima de confiança.
Na sequência, Marcos Antônio perdeu ao acertar a trave, mas Luciano, Enzo Díaz e depois Cédric mantiveram a frieza para colocar o Tricolor em vantagem. Do lado colombiano, Campuzano, Morelos e Tesillo marcaram, mas Hinestroza errou. Restava apenas a última cobrança.
Com o estádio em transe, Cédric assumiu a responsabilidade. O lateral bateu firme, balançou as redes e decretou a classificação são-paulina. A festa foi imediata: abraços, lágrimas, gritos e uma comunhão entre jogadores e torcida. O Morumbis viveu uma das noites mais intensas de sua história recente.
Próximos desafios
Agora, o São Paulo aguarda o vencedor de Botafogo x LDU, que se enfrentam nesta quinta-feira (21), para conhecer seu adversário nas quartas de final. Enquanto isso, volta a campo no domingo (24), diante do Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro.
Já o Atlético Nacional tenta se recuperar da eliminação e foca suas atenções no duelo contra o América de Cali, também no domingo, pela liga colombiana.
Para o torcedor tricolor, no entanto, a lembrança que ficará é a de uma noite inesquecível no Morumbis: arquibancadas lotadas, emoção até o último segundo e a certeza de que a equipe segue viva no sonho de conquistar mais uma vez a Libertadores.
