Globo readquire direitos de transmissão da Fórmula 1 a partir de 2026

A Fórmula 1 confirmou, nesta sexta-feira (11), que a Rede Globo transmitirá a categoria no Brasil entre 2026 e 2028. A emissora carioca reassume os direitos de exibição após cinco temporadas nas mãos da Band, que havia assumido a cobertura em 2021. A informação foi anunciada pela própria organização da F1 e deve ser oficializada no Jornal Nacional ainda nesta noite.

De acordo com o comunicado, a Globo exibirá 15 Grandes Prêmios por temporada em canal aberto. Já os assinantes do Globoplay e do SporTV terão acesso completo a treinos livres, classificatórios, corridas Sprint e a todos os GPs da temporada. A negociação representa um novo capítulo da relação histórica entre a emissora e a principal categoria do automobilismo mundial.

Em 2020, a Globo perdeu os direitos de transmissão da F1, encerrando uma parceria de 40 anos. Desde então, a Band passou a transmitir as provas, apostando em nomes consagrados do jornalismo esportivo. No entanto, diante de dificuldades financeiras e negociações estratégicas, a Globo conseguiu costurar o retorno da categoria para sua grade a partir de 2026.


Globo celebra o retorno da F1 para sua grade de programação (Foto: reprodução/X/@geglobo)

Acordo é celebrado pela Fórmula 1

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, Ian Holmes, diretor de mídia e direitos de transmissão da Fórmula 1, elogiou a parceria com a Globo e agradeceu à Band pelo trabalho realizado desde 2021.

 Estou animado em anunciar a Globo como a nova casa da Fórmula 1 no Brasil. Sempre houve uma forte paixão pelo esporte no país, e na Globo encontramos o parceiro perfeito, que pode oferecer a cobertura e a programação de alta qualidade que nossos fãs merecem. Estou ansioso para trabalhar com a Globo e oferecer ampla cobertura, tanto em canais pagos quanto abertos, para garantir que possamos continuar a mostrar o drama e a emoção da Fórmula 1 para milhões de fãs neste país incrível. Gostaria de agradecer à equipe da Bandeirantes por sua paixão e comprometimento nas últimas cinco temporadas

declarou o executivo

O retorno da Fórmula 1 à Globo marca também a retomada de uma relação histórica. Por quatro décadas, a emissora foi responsável pela transmissão da categoria no Brasil, tendo se tornado referência na cobertura do automobilismo. Em 2020, no entanto, as partes não renovaram o contrato, abrindo espaço para a entrada da Band no cenário.

Desfecho após polêmica em 2024

Desta vez, a emissora carioca optou por conduzir as tratativas com mais discrição. Em outubro de 2024, durante um evento promocional em São Paulo, a Globo sugeriu que a Fórmula 1 poderia voltar à sua programação já em 2025. Na ocasião, um carro estilizado com a logomarca da empresa desceu do teto do local com a frase “Será?”, o que gerou expectativa do público e críticas do mercado, pois o contrato com a Band ainda estava em vigor.

Apesar disso, a negociação avançou nos bastidores. Segundo o site Grande Prêmio, a emissora esperou o anúncio oficial da Fórmula 1 para confirmar o novo vínculo. A experiência anterior reforçou a necessidade de cautela para evitar novos desgastes.

A Band chegou a avaliar uma possível saída antecipada do contrato, previsto até o fim de 2025. Isso ocorreu porque a emissora não recebeu uma cota de patrocínio no valor de R$ 20 milhões, negociada com uma casa de apostas. Mesmo assim, a proposta de rescisão não avançou, e a Band decidiu manter os direitos até o encerramento da atual temporada.

Enquanto isso, a Globo iniciou os preparativos internos para reassumir a cobertura. Entre os nomes cogitados para a equipe de transmissão estão o narrador Everaldo Marques e a repórter Júlia Guimarães, que já atuam em eventos esportivos do grupo.


A Rede Globo anuncio a volta da Fórmula 1 para emissora (Foto: reprodução/X/@RickSouza)

Nova fase amplia oferta para diferentes públicos

Além do retorno à TV aberta, o novo acordo reforça a estratégia da Fórmula 1 em diversificar a exibição de seu conteúdo. Ao disponibilizar treinos e corridas completas nas plataformas digitais, o grupo Globo busca atingir diferentes perfis de audiência e ampliar o engajamento com os fãs da modalidade.

A F1 aposta nesse modelo para manter sua relevância no Brasil, um dos mercados mais apaixonados pelo automobilismo. Com isso, a expectativa é que a combinação entre TV tradicional e streaming consiga impulsionar a audiência da categoria a partir de 2026, marcando uma nova era da cobertura no país.

Até lá, a Band segue com as transmissões da Fórmula 1, incluindo a etapa final da temporada de 2025, marcada para Abu Dhabi. Depois disso, o público voltará a acompanhar os Grandes Prêmios na tela da Globo — agora com um pacote mais amplo, moderno e multiplataforma.

Fala de Caio Blat sobre direitos dos atores gera polêmica nas redes

O ator Caio Blat fez uma crítica sobre a falta de regulamentação de direitos conexos no Brasil nesta terça-feira (11), no programa “Dando a Real com Demori”, no canal da TV Brasil. Essa lei favoreceria os atores no sentido de receberem seus direitos por imagens retransmitidas nas plataformas de streaming. A declaração veio durante uma conversa sobre a venda da novela “Beleza Fatal”, uma produção original da Max, para a emissora Band, na TV aberta. 

Na conversa, Blat reclama que não tem nenhum direito assegurado sobre sua imagem e que qualquer produção que fez pode ser colocada em uma plataforma de streaming sem aviso e sem pagarem nada pelo seu trabalho. Caio ainda explica: “os atores são não são considerados autores, a gente tem um direito chamado direito conexo, mas não existe no Brasil a lei de direitos conexos”.


Ator Caio Blat bate papo com o jornalista Leandro Demori (Vídeo: Reprodução/YouTube/TV Brasil)

O que existe hoje é direito autoral apenas para autores e diretores. Os atores recebem apenas direitos de imagem, voz e interpretação da veiculação original. A lei de direitos conexos já existe no México, na Argentina, no Chile, na Espanha e em Portugal. 

Polêmica na declaração

A fala do ator criou uma polêmica nas redes e, por isso, Caio divulgou um vídeo nesta quarta-feira (12) em seu perfil no Instagram. Blat deixa claro que não tem nada contra a Max ou a Band e que está muito feliz com o sucesso e a repercussão da novela. Ele celebra e defende que a obra precisa chegar democraticamente a todos os públicos. 

O ator reforça que a luta é para que se faça um projeto de lei pela regulamentação da reexibição da imagem dos atores na Internet. Essa reivindicação já é antiga e tem o apoio de outros artistas como Glória Pires, Marisa Monte, Paula Lavigne e outros atores, que já foram a Brasília fazer a solicitação. A lei precisa ser modernizada para garantir os direitos dos atores.

Essa cobrança é feita ao Ministério da Cultura (MinC), Secretaria de Direitos Autorais e, especialmente, ao Congresso Nacional, que é quem aprova as leis no país. 

Sucesso da novela no streaming

“Beleza Fatal” é um grande sucesso da Max e é a primeira novela produzida especificamente para uma plataforma de streaming. A superprodução tem um formato mais dinâmico, com 40 episódios, e traz atores consagrados que o público já conhece, o que dá credibilidade e agrada à audiência.

Além de Caio Blat, que também dirigiu algumas cenas, a novela traz nomes consagrados da teledramaturgia brasileira, como Camila Pitanga, Giovanna Antonelli, Camila Queiroz, Vanessa Giacomo e Herson Capri.


Elvira, Dolores e Sofia, protagonistas de “Beleza Fatal” (Foto: Reprodução/Instagram/@belezafatalofc)

A produção começou a ser exibida na Band na segunda-feira (10), às 20h30. No entanto, nenhum desses grandes nomes receberá direitos conexos por sua participação na novela após a venda da produção para a TV aberta.