A última terça-feira (6), foi marcada pelo lançamento da autobiografia do diretor Boni, “O Lado B de Boni”, o qual trabalhou durante 30 anos na Emissora Globo, atuando em programas de renome como “Fantástico”.

Marcado pela presença de artistas ilustres como Milton Nascimento, Gloria Menezes, Djavan, Tony Ramos e Paulinho da Viola, as atrizes Fernanda Montenegro e Susana Vieira, em entrevista ao TV Fama, aproveitaram para falar sobre a tragédia e injustiça que ocorreu com as novelas.

As atrizes declaram a importância do diretor para que a Globo se tornasse o que é hoje, bem como para a televisão brasileira num todo. “A partir desse homem se organizou uma alta qualidade artística e econômica”, comentam.

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As gravações na Era Boni

Susana conta que hoje o ritmo das novelas é muito acelerado, com horas de trabalho desumanas, o que não ocorria durante o tempo de Boni na emissora, pois, se era trabalhado para que os artistas gravassem respeitando o período de oito horas, mesmo para os trabalhos em que era preciso viajar para o exterior. Vieira frisa que chegou onde está devido à genialidade de Boni.

Sobre a volta para as novelas, Susana menciona tristemente que não acredita que retornará, devido à falta de convites; aparentemente, trazer uma atriz de alto escalão não está nos planos dos diretores.

Enquanto Fernanda informa que seu desejo é estar nos palcos, e que já fez tudo o que poderia ter feito para a televisão.

Durante sua atuação na Globo, Boni gerou o formato que a emissora segue até hoje: a grade do horário nobre constituída de três novelas, com o Jornal Nacional entre a segunda e a última, e em seguida uma atração especial.

Susana Vieira e Fernanda Montenegro em novelas

Atuando em três novelas no ano de 1966, Susana Vieira fez muito sucesso na novela “Anjo Mau”, no papel da maldosa Nice, que fazia qualquer coisa para alcançar seu objetivo; Susana foi até mesmo agredida na rua por conta desse papel.

Um de seus papéis mais icônicos foi o de Maria do Carmo, em “Senhora do Destino”, contando o esforço de Maria para cuidar de seus quatro filhos, enquanto lida com a dor do sequestro de sua única filha, levada ainda bebê.

Seu último papel em uma novela foi em “Terra e Paixão”, onde fez uma participação especial. A novela foi encerrada em janeiro deste ano, com 221 episódios, tendo estreado no ano passado.

Fernanda iniciou nas novelas em 1954, como a protagonista Ana, em “A Muralha”, e durante sua trajetória na televisão participou de projetos importantes, como em “A Guerra dos Sexos” e “Doce Mãe”, sendo que sua atuação nesta última lhe rendeu o Emmy Internacional em 2013.

Ainda nas novelas, em 2015, Montenegro fez parte do elenco de “Babilônia”, onde foi extremamente criticada por interpretar Teresa, por esta ser casada com outra mulher, Estela (Nathalia Timberg), e por um beijo entre elas ter ocorrido em horário nobre. A atriz rebateu as críticas salientando a importância da representatividade e diversidade.

Um dos papéis marcantes da atriz foi em “Belíssima”, onde interpretou a vilã Bia Falcão. Sua última participação em novelas ocorreu em 2019, no papel de Dulce, em “A Dona do Pedaço”.