Torcedores do Peñarol entram em confronto contra a polícia no Rio de Janeiro

Nesta quarta-feira (23), horas antes do jogo entre Botafogo e Peñarol pela semifinal da Libertadores, torcedores uruguaios criaram um cenário de guerra no Rio de Janeiro. Por volta das 12h, dezenas de homens com o rosto coberto utilizaram de paus, pedras e outros objetos para jogar em banhistas e na Polícia Militar.

Momentos de tensão

Segundo a PM, tudo começou quando um dos torcedores furtou um celular de uma padaria. Com a prisão em flagrante, os torcedores se revoltaram e começaram a criar um clima de guerra com paus e pedras praticamente sem repressão no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

Um carrinho e um quiosque que vendia mesas, cadeiras e barracas de praia foi furtado pelos torcedores, que utilizaram esses objetos como armas. Além de comércios atingidos e saqueados, uma moto e um dos ônibus utilizados para transportar os uruguaios foi incendiado.


Ônibus incendiado em confusão com os torcedores do Peñarol (Foto: reprodução/TV Globo)

Após mais de uma hora do início da destruição, o Batalhão de Choque e o Corpo de Bombeiros chegaram ao local para deter os vândalos. Um grupo de pelo menos 200 torcedores do Peñarol foram detidos e uma arma foi apreendida. O grupo será escoltado para fora do estado, sem chances de assistir à partida.

Histórico de confusão

Os torcedores do Peñarol já tem histórico de vandalismo no Rio. Em setembro deste ano, antes do jogo contra o Flamengo, os uruguaios e os rubro-negros começaram uma confusão na Praia da Macumba, que resultou em três feridos.

Em 2020, na praia de Copacabana, um torcedor do Flamengo foi agredido e morreu após um conflito com os torcedores do Peñarol. Roberto Vieira de Almeida, de 54 anos, tentava apartar a briga. Já na orla da praia do Leme, cem torcedores do Peñarol foram detidos após confusão também com flamenguistas.

O jogo entre Botafogo e Peñarol acontecerá nesta quarta-feira (23), às 21h30min (de Brasília), no Estádio Nilton Santos.

Nove ônibus são sequestrados por criminosos e usados como barricada no Rio de Janeiro

Nesta quarta-feira (16), nove ônibus foram sequestrados em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio e utilizados como barricadas na Estrada do Itanhangá, via que dá acesso às comunidades da Muzema, Tijuquinha e Rio das Pedras. Passageiros e motoristas desceram do transporte, para poderem atravessar os ônibus na via.

Motivo do sequestro

Segundo as informações da Polícia Militar do Estado do Rio, no momento do sequestro havia uma operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) na comunidade da Tijuquinha, cujo objetivo era evitar disputas territoriais entre grupos rivais.

Esse é um tipo de estratégia que os criminosos utilizam para desviar a atenção da Polícia Militar – disse a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da Polícia Militar.

Os dois sentidos da via foram obstruídos, gerando atraso e afetando cerca de 200 linhas de ônibus. O policiamento em torno das comunidades recebeu reforço do 31º BPM, do Recreio dos Bandeirantes, e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) para normalizar a situação.

Histórico de sequestros de ônibus no Rio

Conforme a Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus no Rio de Janeiro, em um ano, 130 veículos foram sequestrados na cidade em situações como essa. Somente neste ano, 95 ônibus foram sequestrados e usados como barricadas, e 8 foram incendiados.


Ônibus sequestrado em março deste ano no Rio (Foto: reprodução/Domingos Peixoto)

“A recorrência dos casos reiteram a necessidade de ações efetivas por parte das autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro. É preciso, com urgência, garantir o direito de ir e vir do cidadão”, afirmou em nota a Rio Ônibus.

Em março deste ano, 17 passageiros foram mantidos como reféns por três horas e duas pessoas foram baleadas em um sequestro na rodoviária Novo Rio. O sequestrador Paulo Sérgio de Lima, que fugia para Minas para não ser perseguido por traficantes, foi preso após se entregar.

Homem sequestra ônibus e faz 17 reféns na Rodoviária do Rio; entenda o caso

Nesta terça-feira (12), após sequestrar um ônibus, um homem fez 17 passageiros de reféns no veículo, que estava dentro da rodoviária Novo Rio, no Centro. Segundo a Polícia Militar, duas pessoas foram baleadas.

Uma das vítimas, identificada como Bruno Lima da Costa, de 34 anos, foi atingida no tórax e no abdômen por três disparos e, posteriormente, levada ao Hospital Souza Aguiar. De acordo com o Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, em entrevista ao Globonews, Costa passou por cirurgia e está em estado greve.

“Todas as equipes estão empenhadas para salvar essa vida”, afirmou Soranz.

Segundo a polícia, outra pessoa também foi ferida, mas apresentou ferimentos leves. A vítima teria sido atingida por estilhaços de um projétil e levada ao posto médico da rodoviária.

Sequestro se encerra após três horas


Sequestrador, identificado como Paulo Sérgio de Lima, é preso por agentes do Bope após se entregar (Foto: reprodução/Globonews)

Por volta das 15h, uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada, após um homem sequestrar um ônibus na Rodoviária do Rio e efetuar disparos. O criminoso fez 17 reféns e, segundo a PM, apresentou “resistência” por três horas, até se entregar no início da noite aos agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Os reféns, dentre eles idosos e crianças, foram libertados e encaminhados para atendimento do Corpo de Bombeiros. 

De acordo com o Globonews, o homem foi identificado, por uma carteira de identidade encontrada com ele, como Paulo Sérgio de Lima e encaminhado a 4ª DP. A apuração do jornal mostrou que Lima era morador da Rocinha e já possuía três passagens por roubo, sendo uma destas por roubar um ônibus. Segundo a PM, o criminoso tentava fugir para Juiz de Fora.

Início do sequestro

À Rede Globo, uma passageira contou que o sequestro se iniciou logo após o ônibus, que tinha como destino Juiz de Fora, retornar a rodoviária, depois de percorrer 500 metros, para averiguar um ar-condicionado que teria quebrado.

De acordo com a testemunha, na rodoviária, alguns passageiros desembarcaram porque o veículo estava quente. Neste momento, segundo informações do Globonews, o criminoso, que já estava no ônibus, teria se sentido ameaçado por um grupo e efetuado disparos.

“A gente estava dentro do ônibus, mas ele quebrou, não chegou nem a sair, e como estava quente nós descemos. Do nada, um homem começou a atirar de dentro do ônibus e atingiu ele [Bruno Lima da Costa]”, informou um passageiro.

Uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi acionada e isolou o local. Também foi encaminhado à rodoviária um negociador para tentar contato com o criminoso. No entanto, por volta das 17h, Paulo Sérgio de Lima disparou contra os policiais, que não foram feridos.

Após horas de “resistência”, o homem se entregou aos agentes do Bope. De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, Coronel Marco Andrade, os reféns foram libertados com segurança.