Bolsonaro só será preso após condenação, conforme os ministros do STF decidiram

Após aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, demonstrarem receios quanto a ele ser preso nesta terça-feira(25), o STF informou que o ex-presidente só iria para a prisão após a sessão do STF, caso ele fizesse algo que justifique sua prisão. Conforme o informado pelos integrantes da corte, a prisão só é configurada com o trânsito julgado do processo, quando não existe mais possibilidade de recurso. Advogados ainda perderam a esperança quanto ao processo ser suspenso.

Presença inesperada no Tribunal

A presença de Bolsonaro, no julgamento ocorrido nesta terça-feira(25), foi surpreendente para aqueles que estavam envolvidos com a audiência. A defesa do então ex-presidente, informou que ele não teve a intenção de intimidar os ministros do STF, na verdade, conforme o informado pelos advogados, ele teria ido para distanciar a ideia de que o mesmo poderia tentar fugir da situação em caso de condenação, relacionada a uma possível prisão decretada, após o desfecho das audiências que ocorreram.


Alexandre de Moraes em audiência no dia 4 de setembro de 2024 (foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)


Adiamento de julgamento gera expectativas

Na última segunda-feira(24), o ministro Luiz Fux, solicitou o adiamento do julgamento de Débora Rodrigues, que havia sido acusada de pichar a frase “perdeu, mané”, na estátua “A justiça”, que se localiza em frente da sede que se encontra o STF.

Devido a isso, os advogados responsáveis pela defesa dos cidadãos que estão sendo julgados pela possível tentativa de golpe de estado, cogitaram a possibilidade de ocorrer algo parecido nos julgamentos relacionados ao caso dos acusados nesse caso.

Acusados

Com Bolsonaro existem mais 7 pessoas que estão sendo julgados nessa situação, entre eles estão:

  • Alexandre Ramagem (ex-diretor de Abin);
  • Anderson Torres (ex-ministro da justiça);
  • Braga Netto (ex-ministro da casa civil e da defesa)
  • Almir Garnier (ex-comandante da marinha)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do exército)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)

Após se tornarem réus, Bolsonaro e os demais listados acima serão julgados em data a ser definida.

PF revela mensagens de Braga Netto que sugerem interferência em investigações

A Polícia Federal (PF) revelou neste sábado (14), mensagens trocadas por Walter Souza Braga Netto, general e ex-ministro do governo Bolsonaro, que levantam suspeitas de interferência em investigações. O conteúdo foi detalhado em uma decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes. As conversas, recuperadas no âmbito de inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF), indicam que o militar teria buscado informações sigilosas e tentado coordenar uma narrativa entre investigados.

O ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, figura central no governo Bolsonaro, é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado. Preso no Rio de Janeiro, Braga Netto será mantido sob custódia do Exército.

Tentativa de controle da narrativa

Nas mensagens, Braga Netto teria orientado pessoas próximas a alinhar discursos para evitar contradições em depoimentos e preservar aliados políticos. A PF acredita que o objetivo era limitar os impactos das investigações, que miram a organização e o financiamento de atos que contestaram o resultado das eleições de 2022.


Braga Netto (Foto: reprodução/ Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Nessas mensagens, Braga Netto aparece em grupos e conversas individuais, onde discutia estratégias para mobilizar apoiadores e autoridades militares. O general também buscou obter informações confidenciais sobre o avanço das apurações. Apesar das evidências apresentadas, a defesa do ex-ministro nega as acusações, alegando que as mensagens foram retiradas de contexto.

Consequências jurídicas

A decisão de Alexandre de Moraes destaca que o conteúdo das mensagens pode configurar crimes como associação criminosa e tentativa de obstrução de investigação judicial. O ministro autorizou novas medidas para aprofundar as investigações, incluindo a análise de outros dispositivos eletrônicos apreendidos.

O caso agrava a situação de Braga Netto, que já era alvo de críticas por sua atuação durante o governo Bolsonaro. Agora, o general enfrenta maior pressão pública e legal, com a possibilidade de ser formalmente acusado pelos atos revelados. A investigação segue em ritmo acelerado, com novos desdobramentos esperados para os próximos dias.

Matéria por Alexia Gabriela (Lorena- R7)