Cacau Show lançará parque de diversões com alto investimento

No ano passado, todas as marcas e ativos do Grupo Playcenter foram adquiridos pela Cacau Show, depois do parque enfrentar diversas dificuldades, como uma série de acidentes que fizeram com que o parque encerasse suas atividades em 2012, mantendo-se como miniparques em alguns shopping centers nacionais.

Propósito do parque da Cacau Show

Alê Costa, fundador da Cacau Show, contou ao G1 que deseja capturar a atenção do público com o Cacau Park, um projeto maior e mais ousado que os dois miniparques temáticos lançados anteriormente.

Com inauguração prevista para daqui a três anos, é planejado que o Cacau Park tenha a maior montanha-russa da América Latina, com trilhos que passam por entre florestas e vilas temáticas, além de mais de 100 atrações, hotéis, e um boulevard ao ar livre com espaço para lojas, restaurantes e shows.

O parque será construído em Itu, sendo maior que o Beto Carrero World. Costa deseja fornecer uma experiência única e duradoura da marca, muito além da compra e degustação do bombom.


Projeção do Cacau Park (Vídeo: reprodução/X/@igorogh)

Novas formas de conexão

Diversas empresas buscam conectar com os consumidores de modos distintos com a marca, formando um vínculo diferenciado. Como a Natura, que em 2017 inaugurou a Casa Natural Musical, que recebe eventos na capital paulista, e a Granado, que abriu uma gelateria utilizando os ingredientes de suas fragrâncias nas comidas.

Segundo Marco Bedendo, especialista em branding, fora as experiências especiais, essas ações geram um valor desigual para o cliente, além da criação de memórias que irão perdurar em suas vidas, formando uma conexão emocional.

Um exemplo de Bedendo foi a empresa Hershey’s, que teve um alto sucesso ao investir na construção do Hersheypark, que hoje conta com cercas de 3 milhões de visitantes anualmente.

Contudo, é preciso focar na interação com o consumidor, e o que fazer para atraí-los ainda mais, visto que o parque é um “acessório” e, se não for usado corretamente, pode fazer com que o investimento não tenha o retorno previsto.

Cacau Show é condenada a pagar multa por acusação de assédio

Cacau Show foi condenada a pagar R$ 50 mil para homem de 45 anos acusado de importunação sexual na unidade de Itapevi, na Grande São Paulo, em abril de 2023. Na delegacia, o homem foi obrigado a passar por “reconhecimento peniano”.

Felipe Passos, que mora na região do Brás e tem 45 anos, na manhã de 23 de abril, saiu de Santana com um grupo de ciclistas e parou na unidade da Cacau Show de Itapevi para comer, beber e descansar. A sentença em primeira instância foi publicada apenas no dia 27 de junho de 2024.

Delegacia

O grupo tomou os sorvetes e começou a conversar sobre a vendedora da loja ter acusado alguém do grupo de ciclistas de ter mostrado seu pênis para ela, mexido e encostado no balcão.

Na sequência, dois seguranças da loja enquadraram Felipe e disseram que ele era o acusado do suposto crime. Foi levado à delegacia e mantido sob prisão em flagrante. Segundo Felipe, foi obrigado a mostrar o pênis 3 vezes por ordem do delegado para reconhecimento das características mencionadas pela funcionária da Cacau Show.

Em nota publicada, a Secretaria de segurança pública reconhece que não há precedente legal para a dinâmica de reconhecimento mencionada.


Montagem realizada e compartilhada em grupos de ciclistas (Foto: Reprodução/g1)


Notas

“Na época dos fatos, a autoridade policial ouviu a vítima, uma testemunha, o autor e demais partes envolvidas na ocorrência. Um pen drive com imagens de câmeras do estabelecimento comercial foi apreendido e o vídeo, analisado pelo promotor de justiça. O caso foi arquivado pelo Poder Judiciário em maio de 2023”, em nota.

Um dos advogados de Passos, especialista no âmbito criminalista, comentou sobre o caso.

“Meu cliente sofreu acusação no âmbito sexual, algo que dilacerou sua honra e dignidade, foi preso injustamente e sofreu por meses até provar sua inocência, a omissão da Cacau Show está no fato de, após a apuração, não ter imediatamente informado as autoridades policiais”, disse a advogada Tatiana Gobbi Maia.

A empresa, por sua vez, alegou à justiça que não possui responsabilidade pelo constrangimento sofrido pelo homem na delegacia, cedeu as imagens das câmeras de segurança e, ao saberem da mentira de seus funcionários, rescindiu o contrato de ambos.

Matéria por Vinicius Araújo (Lorena R7)