Fabiana Justus comemora a chance de tomar vacinas após transplante

Fabiana Justus compartilhou com seus seguidores, em stories do Instagram, mais uma etapa de seu tratamento contra a leucemia. Nesta ocasião, a influenciadora celebrou a possibilidade de retomar a vacinação após o transplante de medula óssea realizado em março deste ano.

Fabiana detalhou que começaria a tomar a vacinas e estava muito feliz com esse novo momento do seu tratamento. A influenciadora afirmou que “se arrumou, passou maquiagem e escolheu uma roupa especial porque estava muito empolgada.” Ao fazer o transplante, ela sabia que teria que refazer todo o processo de vacinação. “Isso simboliza tanto para mim que nem sei como explicar, estou sem palavras,” declarou Justus.


Fabiana Justus se reencontrando com os avós após seu transplante (Vídeo: reprodução/Instagram/@fabianajustus)


Necessidade de revacinação

A influenciadora explicou a necessidade de revacinação. A dúvida se foca principalmente na questão de se pegar a medula do doador e não os seus anticorpos. Ela explica que eles vêm em certa medida, mas como devido à ação dos imunossupressores nesse pós-transplante, justamente para medula nova não entrar em conflito com o corpo. A sua imunidade abaixa e então não é o suficiente para protegê-la.

A influenciadora então precisa se revacinar e seguir todo um calendário de vacinação. Basicamente, Fabiana terá que tomar novamente todas as vacinas que já tomou anteriormente na vida. Existe uma ordem específica a ser seguida para essa vacinação: começa com 90 dias do transplante, depois toma mais uma, e a maioria das vacinas será administrada após 6 meses. “É um calendário completo, mas só de começar já estou muito feliz”, explicou ela.

A luta contra a doença

A filha do empresário Roberto Justus foi diagnosticada com leucemia em janeiro deste ano e submeteu-se ao transplante de medula no final de março. Desde então, ela precisa realizar visitas recorrentes ao hospital. O transplante de medula óssea é um dos tratamentos mais eficazes para a leucemia.

Vacina contra o câncer começa a ser testada na Europa

Pacientes de vários países da Europa, como Espanha, Alemanha, Bélgica e Reino Unido, participaram de uma série de testes para um novo tratamento, chamado de vacina personalizada.

O primeiro paciente a testar o novo tratamento foi o britânico Elliot Pfebve, de 55 anos, recebendo uma vacina para um câncer no colón. Ela terá como base a tecnologia usada na maioria das vacinas contra covid-19, o RNA Mensageiro (mRNA).

O Reino Unido, país no qual reside o primeiro paciente do estudo, teve até o momento 30 hospitais inscritos na plataforma de Lançamento de Vacinas contra o câncer. O objetivo é que a plataforma consiga ligar o paciente a um dos hospitais participantes.


Paciente recebe vacina contra câncer (Foto: reprodução/ Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido/ Instagram/ @uhbtrust)

O funcionamento da vacina personalizada

As vacinas contra o câncer têm visam algo diferente da vacina tradicional, uma vez que ela será desenvolvida com base em um diagnóstico. Porém, um ponto em comum entre os dois tipos de vacina é que ambas preparam o sistema imunológico para procurar um adversário, como câncer.

O primeiro paciente desse ensaio, Elliot, teve uma amostra de seu tumor enviada para a empresa BioNTech, na Alemanha, onde puderam observar até 20 mutações específicas de seu câncer. Com isso, os cientistas conseguiram desenvolver proteínas mutantes capazes de combater as células cancerígenas.

A principal função da vacina personalizada é combater quaisquer células cancerígenas a fim de evitar o ressurgimento do câncer.

Uma nova inovação para a área da saúde

A tecnologia de RNA Mensageiro sendo aplicada em tratamentos contra câncer pretende ser uma grande inovação no campo da saúde, embora os estudos ainda estejam em fase inicial. “Acho que esta é uma nova era. A ciência por trás disso faz sentido”, diz Victoria Kunene, uma das pesquisadoras do ensaio, ao jornalista Fergus Walsh, da BBC.

Entre os pesquisadores a esperança é que a vacina personalizada seja uma alternativa com menos danos colaterais que a quimioterapia.

Efeitos do tabagismo: consequências e tumores causados pelo consumo de tabaco

O consumo do tabaco tem sido presente na vida de 9,3% dos adultos com 18 anos ou mais, de acordo com o Vigitel 2023. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca),  o consumo de produtos feitos de tabaco está diretamente relacionado ao surgimento de diversas doenças, com destaque ao câncer de pulmão. Porém, este tipo de câncer não é o único que o tabagismo causa.

Para uma maior conscientização da população em relação ao consumo de tabaco, a campanha do Dia Mundial Sem Tabaco foi criada e reconhecida nesta sexta-feira (31). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 8 milhões de pessoas morrem pelo consumo excessivo de tabaco, sendo 7 milhões de fumantes ativos e 1,3 milhões de fumantes passivos. 

Segundo William Nassib William Junior, oncologista clínico e membro do comitê de Tumores Torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC), há diversas substâncias cancerígenas dentro cigarro que, quando inaladas, chegam facilmente ao pulmão. 

Ele ainda explica que essas substâncias acabam caindo na corrente sanguínea e não só aumentam o risco de câncer de pulmão, como também de diversos outros tipos de cânceres. 

Quais cânceres o tabagismo pode causar? 

Entre os tipos de câncer que estão relacionados ao tabagismo estão o câncer de pescoço e o de cabeça, incluindo também o câncer de faringe, laringe e boca. O câncer de colo de útero, de rim, de bexiga, de fígado, de estômago, de colorretal e o de pâncreas também  tem grande risco de aparecimento com o uso do tabaco. 

De acordo com André Berger, uro-oncologista e cirurgião robótico, o uso excessivo de tabaco é uma das principais causas para o câncer de bexiga. “Tabagistas têm três vezes mais chances do que não tabagistas de desenvolverem esse tipo de câncer”,afirma Berger. O aparecimento da doença está diretamente relacionado à presença de substâncias carcinogênicas que prejudicam o DNA das células do urotélio.


O tabagismo pode causar câncer em diversas partes do corpo (Foto: reprodução/Catherine Falls Commercial/GettyImages)

Um ponto de alerta para essa doença é o sangramento, aumento da frequência urinária e ardência ao urinar. O diagnóstico se dá por meio da ressonância magnética e uma tomografia da pelve e do abdômen. 

Segundo William Junior, as leucemias mieloides agudas tem um aumento de risco para pacientes tabagistas e se estima que 20% dos cânceres são causados pelo tabagismo e 30% das mortes estão relacionadas ao câncer são pelos tumores que estão diretamente relacionados ao consumo do tabaco. 

Nos cânceres de boca e laringe, as substâncias encontradas no tabaco, como o benzeno, acroleína, formaldeído e nitrosaminas encontram-se com as células da cavidade oral e causam mutações que podem resultar em tumores. O Inca prevê uma estimativa de 15 mil novos casos de câncer de boca e 10 mil novos casos de câncer de laringe, para cada ano até 2025. 

O fumo também está diretamente relacionado ao câncer de estômago, em especial na região do adenocarcinoma da região da cárdia, região do estômago mais perto do esôfago. Isso se dá pelas substâncias cancerígenas que estão presentes na fumaça do cigarro que percorrem direto para o estômago. 20 mil pessoas morreram em decorrência do câncer de estômago em 2020 e de acordo com o Inca, 21 mil novos casos serão diagnosticados até 2025. 

Fumantes passivos também correm riscos

Apesar de não fumarem diretamente, os fumantes passivos inalam fumaça tanto quanto os fumantes ativos e isso pode ser um grande risco para o aparecimento de algum câncer. De acordo com a American Cancer Society e American Lung Association, a fumaça causada pelo cigarro possui mais de 7 mil compostos químicos, dos quais 69, no mínimo, podem causar câncer.

De acordo com o Inca, a fumaça que se encontra na ponta do cigarro e se mistura com o ambiente, contém três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas que a fumaça inalada por um fumante. 

Campanhas de controle ao tabagismo 

De acordo com William Junior, há alta incidência de mortalidade em relação a esses cânceres e por isso é importante que haja uma grande conscientização para prevenir e combater os grandes efeitos do tabagismo. 

“Ao eliminar este hábito, podemos diminuir consideravelmente os altos índices de diagnóstico de cânceres. O primeiro passo é entender os impactos negativos que o cigarro traz para a saúde. O segundo passo é buscar a orientação médica, porque hoje existem tratamentos eficazes para quem quer deixar de fumar”, diz o especialista. 

A campanha para o fim do tabagismo é crucial para que não haja desenvolvimento de qualquer tipo de câncer e também para que haja sucesso nos tratamentos. 

Estudos na Coréia do Sul mostram relação entre cigarro eletrônico e câncer

As pessoas que deixaram de fumar cigarros convencionais e começaram a consumir cigarro eletrônico, possuem maior incidência em adquirir câncer de pulmão do que as que fazem uso de “vapes”, segundo um estudo realizado na Coréia do Sul publicado nesta semana. 

De acordo com Yeon Wook Kim, que liderou o estudo em um hospital da Universidade Nacional de Seul, conta:

Este é o primeiro grande estudo de base populacional que demonstra o aumento do risco de câncer de pulmão em usuários de cigarros eletrônicos após a cessação do tabagismo.”

Jovem usando vape (Reprodução/Getty Images Embed/Matic Grmek)

Os estudiosos examinaram Na Coréia do Sul mais de 4 mil pessoas que possuíam um considerado registro de tabagismo. Foram feitas análises em 2 anos diferentes: 2012-2014 e 2018, tendo sido feito mais um acompanhamento em 2021.

Pesquisam apontam que ex-fumantes que usam vape têm alto risco de câncer

Enquanto liam o acompanhamento, os pesquisadores constataram que mais de 50 mil usuários desenvolveram câncer de pulmão e 6 mil teriam vindo a óbito neste meio tempo.

Aqueles que haviam parado os cigarros comuns e passaram a fazer uso dos cigarros eletrônicos mostraram o maior risco de diagnóstico de câncer de pulmão e óbito do que aqueles que deixaram de fumar e também não fizeram uso de cigarros eletrônicos.

Substâncias químicas perigosas

A professora da Universidade de Cincinnati, nos EUA, Ashley Merianos, completa:

As substâncias químicas perigosas encontradas nos produtos de vaporização que podem danificar os pulmões incluem acroleína, formaldeído, diacetil e partículas ultrafinas que podem ser inaladas profundamente. Os produtos de vaporização também podem incluir metais pesados, como o chumbo.”

Os cigarros eletrônicos possuem um líquido que quando aceso aquece e é inalado. Alguns possuem tabaco, que é o componente maléfico causador de carcinoma. No entanto, os dispositivos eletrônicos contém itens fortemente nocivos ao organismo, embora com quantidades abaixo do que os cigarros convencionais.

Câncer pode ser detectado mais de sete anos antes do diagnóstico

No último dia 15, A revista científica Nature Communications publicou um estudo inusitado de pesquisadores da Oxford Population Health. De acordo com essa descoberta, certas proteínas presentes no sangue podem mostrar que casos de câncer podem desenvolver daí a cerca de sete anos.

A técnica “proteômica”

A “proteômica” foi utilizada para realização do estudo. Nessa técnica, os pesquisadores podem analisar um grande conjunto de proteínas em amostras de tecidos de uma única vez, possibilitando perceber a forma da interação entre elas e detectar diferenças importantes delas nas diferentes amostras de tecidos.

Os pesquisadores começaram avaliando amostras de sangue coletadas de mais de 44 mil pessoas, por meio de um banco de informações de saúde britânico, o UK Biobank. Cerca de 4,9 mil desenvolveram câncer posteriormente à coleta.


Banco de Informações de saúde britânico (Reprodução/instagram/@ukbiobank)


Através da proteômica, os cientistas analisaram 1.403 proteínas de cada participante, comparando resultados dos que não tiveram diagnóstico oncológico com os que desenvolveram a comorbidade. Foram identificadas 618 proteínas diferentes nas amostras dos futuros pacientes oncológicos, ligadas a 19 tipos diferentes da doença. Um total de 107 proteínas já podia ser observado cerca de sete anos anteriores ao diagnóstico.

O que tornou ainda mais significativo o estudo foi a constatação de 182 proteínas, três anos antes da confirmação da enfermidade. Essas são, provavelmente, as com maior potencial de se tornarem biomarcadores oficiais para sinalização precoce de tumores, através de um exame de sangue.


UK Biobank Centre (Foto: reprodução/Christopher Furlong/Getty Images embed)


De acordo com os achados, os tipos de câncer mais relacionados às proteínas são o de fígado, o linfoma não Hodgkin, a leucemia, o mieloma múltiplo, o de rim, o de pulmão, o de esôfago, o colorretal, o de estômago, o de mama, o de próstata, o de bexiga, o de cabeça e pescoço e o de cérebro.

Os estudos precisam continuar

Em comunicado, Keren Papier, epidemiologista da Oxford Population Health e primeira autora do estudo, enfatizou a necessidade do aprofundamento dos estudos para descobrir quais proteínas são as mais confiáveis e para criar o protocolo de exames a serem incorporados na prática clínica.

“Para salvar mais vidas do câncer, precisamos entender melhor o que acontece nos estágios iniciais da doença. Os dados de milhares de pessoas com câncer revelaram percepções realmente interessantes sobre como as proteínas em nosso sangue podem afetar o risco de câncer. Agora precisamos estudar essas proteínas em profundidade para ver quais delas podem ser usadas de forma confiável para a prevenção”

Keren Papier

 Iain Foulkes, diretor executivo de Pesquisa e Inovação da Cancer Research UK, destacou a importância de se investir nesses tipos de pesquisas para detecção dos primeiros sinais de alerta da doença. Ainda, segundo ele, as terapias preventivas são o caminho definitivo para longevidade com qualidade, sem temer o câncer.

Rei Charles III conta detalhes sobre o tratamento contra o câncer

Ao visitar o museu militar Army Flying Museum, nesta segunda-feira (13), o Rei Charles III deu alguns detalhes em torno do seu tratamento contra o câncer. No mês de fevereiro foi revelado através de um comunicado oficial que ele foi diagnosticado com câncer de próstata. Ao conversar com um veterano do exército britânico chamado Aaron Mapplebeck, Charles disse que perdeu o paladar durante a quimioterapia.

Durante o evento o membro da Família Real disse que chegou a perder o paladar, mas não esclareceu se esses efeitos foram temporários, informou o Daily Mail.

Retorno aos compromissos

Rei Charles III, de 75 anos, cancelou compromissos públicos quando começou o tratamento, porém não deixou o cargo.


Comunicado nas redes sociais sobre o retorno de Charles às atividades. (Foto: reprodução/Instagram/@theroyalfamily/Foto @milliepilkingtonphotography)

No último dia 30 de abril, Charles retornou às atividades, após o diagnóstico, e realizou uma visita ao University College Hospital Mcmillan Cancer Center de Londres ao lado da rainha Camilla.

Revelação do Diagnóstico

Em fevereiro foi divulgada a informação sobre o problema de saúde do Rei Charles III, em um comunicado publicado pelo Palácio de Buckingham. Em janeiro, a Família Real contou que o Charles faria um procedimento cirúrgico, depois que médicos verificaram um aumento da próstata do rei. Após alguns exames o diagnóstico foi confirmado.

Em um trecho do comunicado diz que o “Rei preferiu por compartilhar seu diagnóstico para evitar especulações e na esperança de que possa ajudar a compreensão pública para aqueles ao redor do mundo que são afetados pelo câncer”.

O rei Charles III falou pessoalmente com os filhos, Willian e Harry, para comunicar sobre o estado de saúde, antes de anúncio vir a público, segundo informações da imprensa britânica.

E, em março chegou a circular pela web um comunicado falso do Palácio de Buckingham causando boatos sobre o estado de saúde do rei Charles.

Devido a repercussão, Palácio de Buckingham se pronunciou e desmentiu a notícia. “Temos o prazer de confirmar que o Rei continua a tratar de assuntos oficiais e privados”, informava a nota. A equipe da família real emitiu uma declaração à Tass, que é uma agência de notícias da estatal russa.

Estudo sugere ampliação do intervalo entre colonoscopias para 15 anos

Um estudo recente, conduzido por pesquisadores internacionais da área de saúde e publicado na renomada revista científica JAMA Network Open em 2 de maio, propõe uma mudança significativa no intervalo recomendado para colonoscopias, um exame crucial para o rastreamento do câncer colorretal.

A colonoscopia, um procedimento que examina o cólon e o íleo terminal, é fundamental na detecção precoce do câncer colorretal, o que pode aumentar substancialmente as taxas de sucesso no tratamento. Atualmente, as diretrizes médicas recomendam a repetição do exame a cada 10 anos após um resultado negativo. No entanto, novas evidências indicam que esse intervalo poderia ser estendido para 15 anos.

Resultados conclusivos do estudo

Em um estudo anterior, realizado em 2023, pesquisadores já haviam sugerido que a detecção precoce de câncer colorretal avançado após uma colonoscopia negativa é rara até mesmo após 10 anos. O estudo atual, que avaliou 110.074 adultos suecos sem histórico familiar da doença, confirma essa tendência.


Pesquisadores sugerem espaçar exames de rastreamento do câncer colorretal para evitar procedimentos invasivos sem aumentar o risco de câncer (Fotografia: Reprodução/Freepik/Freepik)

Os resultados mostraram que o grupo que recebeu colonoscopias negativas inicialmente tinha um risco significativamente menor de desenvolver câncer colorretal ou morrer por causa da doença durante um período de 15 anos, em comparação com um grupo controle de quase 2 milhões de indivíduos que nunca haviam realizado o exame.

Limitações reconhecidas

Os pesquisadores concluíram que o intervalo entre as colonoscopias poderia ser estendido para 15 anos após um resultado inicial negativo, o que poderia reduzir a necessidade de procedimentos invasivos desnecessários. Apesar dos resultados promissores, os autores do estudo reconhecem algumas limitações, incluindo a homogeneidade da amostra, composta principalmente por participantes suecos brancos, o que pode limitar a generalização dos resultados para outras populações.

Enquanto isso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) mantém sua recomendação de colonoscopia a cada 10 anos para pessoas a partir dos 45 anos, mesmo para aqueles sem histórico familiar de câncer colorretal e com resultados negativos no primeiro exame.

Pesquisadores em Londres avançam na luta contra o melanoma com vacina personalizada

O avanço na luta contra o câncer pode estar à vista com o início dos testes de fase III da primeira vacina de RNA mensageiro (mRNA) personalizada destinada a combater o melanoma, uma das formas mais letais de câncer de pele.

A vacina, conhecida como mRNA-4157 (V940), é resultado dos progressos na mesma tecnologia empregada nas vacinas mais recentes contra a COVID-19. Os testes de fase III, conduzidos em colaboração com os Estados Unidos e a Austrália, marcam a fase final antes da possível aprovação para uso amplo.

Steve Young, 52 anos, é um dos pioneiros a participar desses ensaios clínicos de fase III. Após ter um melanoma removido do couro cabeludo no ano passado, Young nutre a esperança de que a vacina o auxilie a fortalecer seu sistema imunológico e a prevenir o retorno do câncer.

Como a vacina será administrada

A vacina está sendo administrada em conjunto com o medicamento pembrolizumab, que auxilia o sistema imunológico no combate às células cancerígenas. Ambos os tratamentos ainda não estão disponíveis fora dos ensaios clínicos, mas especialistas estão otimistas quanto ao potencial dessa abordagem.


A vacina é denominada de “personalizada” devido à sua capacidade de se adaptar à assinatura genética exclusiva de cada paciente (Fotografia: Reprodução/Freepik/Freepik)

Chamada de “personalizada” devido à sua adaptação à assinatura genética única de cada paciente, a vacina é projetada para instruir o corpo a produzir proteínas ou anticorpos específicos contra os marcadores encontrados nas células cancerígenas.

O Dr. Heather Shaw, pesquisador do University College London Hospitals (UCLH), destacou que essa vacina não só tem o potencial de tratar o melanoma, mas também está sendo avaliada para outros tipos de câncer, como pulmão, bexiga e rim.

Ensaio clínico internacional

O ensaio internacional no Reino Unido visa recrutar entre 60 e 70 pacientes em oito clínicas em diversas cidades. Os participantes devem ter sido submetidos à remoção cirúrgica de melanoma de alto risco recentemente para garantir os melhores resultados.

Esses avanços promissores trazem esperança para pacientes como Young, que descreveu sua participação nos testes como uma oportunidade de enfrentar o câncer de frente, em vez de esperar passivamente por uma possível recorrência.

Conheça o Câncer Inguinal, doença que matou Anderson Molejo

Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo, nesta sexta-feira (26), deu entrada no Hospital Unimed da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, o cantor foi vítima do câncer inguinal.

O câncer


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Gânglios linfáticos inchados na virilha (Foto/Reprodução/Embed from Getty Images)


O câncer inguinal não é tão comum, mas é tão grave quanto os outros. Refere-se a tumores malignos que aparecem na virilha, entre o final da barriga com o início da coxa. Ele pode surgir como resultado da metástase, ou seja, da disseminação de tumores originados em diferentes áreas do corpo, como próstata, ovário, testículo ou melanoma, e se propagam para os gânglios linfáticos da região inguinal.

Fique atento

Em caso de sintomas como nódulo ou caroço na virilha, inchaço persistente, dor na virilha, sensação de peso ou pressão, dor ao urinar, perda de peso de forma inexplicável, procure seu médico e realize os exames necessários. Esses são os sintomas mais relatados pelos pacientes que possuem a condição, eles podem variar de acordo com o estágio da doença, ou até da individualidade de cada corpo. Ter um diagnóstico rápido é um ótimo passo para a recuperação. Para esse tipo de câncer tratamentos como quimioterapia, radioterapia, cirurgia (quando viável) e, em determinadas situações, imunoterapia são considerados.

Anderson Leonardo

Cantor, compositor e instrumentista, Anderson Molejo, como era conhecido pelo público, tinha uma longa história com a música, carregando a bagagem de mais de 30 anos de carreira. Ingressou como vocalista no grupo Molejo em 1980, pelo qual emplacou a música “Caçamba” e outros hits como  “Brincadeira de Criança” e “Dança da Vassoura”.

Ele foi diagnosticado com câncer inguinal em outubro de 2022, e desde lá, o estado do instrumentalista piorou. Anderson tentou tratamentos como imunoterapia ainda em fevereiro de 2024, mas voltou a ser internado no dia 24 de março, após agravamento do estado de saúde e acabou falecendo.

Pesquisa revela que alimentos ultraprocessados desativam mecanismo anticâncer

Em artigo publicado na quinta-feira da semana passada (11) na renomada revista científica Cell, um estudo da Universidade Nacional da Polônia aponta mecanismo que pode ajudar a explicar por que uma dieta inadequada, rica em ultraprocessados, aumenta o risco de câncer.

O que dizem os cientistas

Nosso corpo libera a substância “metilglioxal” após o consumo de alimentos que contém grande concentração de gordura e açúcar. Essa substância consegue impedir temporariamente o funcionamento do gene BRCA², que é responsável pelo combate ao câncer.

O metilglioxal desencadeia a destruição da proteína BRCA2, reduzindo seus níveis nas células. Este efeito é temporário, mas pode durar o suficiente para inibir a função de prevenção de tumores do BRCA2. Eventualmente causa falhas no nosso DNA que são sinais de alerta precoce do desenvolvimento do câncer”, diz o professor Ashok Venkitaraman, em entrevista ao portal Medical News Today.

Em estudos anteriores, foi comprovado que em pessoas com falhas na BRCA², há maior probabilidade de desenvolvimento de câncer de mama e ovário, ou seja, na pesquisa atual, mostra que os mesmos defeitos que causam essas falhas, acontecem quando uma grande quantidade de metilglioxal, que está diretamente ligado aos alimentos ultraprocessados, entra no organismo.

Alimentos ultraprocessados


Embalagem de comida congelada (Foto: reprodução/Embed from Getty Images)


Alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcar, sódio, pobres em vitaminas, minerais, muitas vezes contém uma lista de ingredientes difíceis de identificar. Esses produtos exigem atenção especial. Pois para garantir uma longa durabilidade nas prateleiras dos supermercados, diversos conservantes, emulsificantes e corantes são adicionados. “Muitas dessas substâncias são sintetizadas em laboratório e têm como função estender a duração dos produtos ou, mais frequentemente, dotá-los de cor, sabor, aroma e textura que os tornem extremamente atraentes.” diz o guia disponibilizado pelo site Ministério da Saúde.

Alguns exemplos são biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo, lasanha e pizza congeladas.