Abertura Histórica: Japão muito perto de importar carne bovina brasileira após 25 anos

O mercado de carne bovina do Japão, reconhecido por seu alto poder aquisitivo e exigência rigorosa, está a poucos passos de receber o produto brasileiro, segundo declarações enfáticas do Ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro. A expectativa é que o acesso, que esteve suspenso por mais de duas décadas e meia, seja concretizado ainda no decorrer deste ano, representando um significativo impulso para o agronegócio nacional.

Em entrevista concedida à Bloomberg News na Malásia, Fávaro ressaltou que o processo de abertura, que estava “paralisado há mais de 25 anos”, encontra-se na fase derradeira. A principal barreira sanitária foi superada no início deste ano, quando o Brasil obteve a certificação internacional como país livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação — um pré-requisito fundamental imposto pelo rigoroso sistema japonês.

Brasil prestes a conquistar mercado japonês

“Está avançando rapidamente. Algo que estava paralisado há mais de 25 anos agora está muito próximo de acontecer, restam apenas alguns detalhes”, afirmou o Ministro, indicando que a conclusão do protocolo sanitário final é o último obstáculo antes da liberação comercial.

A concretização deste acordo é vista como um movimento estratégico com implicações que transcendem as fronteiras bilaterais. O Japão, um dos maiores importadores globais de carne bovina, historicamente dependeu substancialmente do fornecimento vindo dos Estados Unidos e da Austrália. A entrada do Brasil, que já é o maior exportador mundial da commodity, adiciona uma nova e poderosa fonte de suprimento ao mercado nipônico.


 

Gados no pasto (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Concorrência acirrada e diplomacia estratégica

Este cenário surge em um momento delicado para os exportadores americanos. A carne brasileira, ao ganhar acesso a um mercado premium como o japonês, pode ofuscar as vendas dos EUA, que já enfrentam um recuo de 50% nas exportações para o mercado americano após a imposição de tarifas na gestão anterior. Além disso, os produtores de gado dos EUA enfrentam atualmente uma severa escassez de rebanho, elevando os custos e reduzindo lucros dos frigoríficos locais.

O caminho para esta abertura foi pavimentado com intensa movimentação diplomática. Autoridades japonesas realizaram inspeções sanitárias no Brasil ao longo do ano, e o próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se engajou diretamente nas negociações durante sua visita a Tóquio em março, declarando na época: “O Brasil está pronto”.

Expectativas cautelosas e transição política

Gilberto Tomazoni, diretor-presidente da JBS NV, manifestou otimismo sobre o potencial do mercado japonês para a exportação de “cortes nobres”, mas ponderou que a consolidação das vendas pode ser gradual. Mercados de alta exigência como o japonês demandam tempo para a construção de relações comerciais sólidas baseadas na qualidade consistente do produto.

Apesar do avanço ter se iniciado sob a administração japonesa anterior, a confirmação final agora ocorrerá sob um novo governo, após a recente eleição de Sanae Takaichi como Primeira-Ministra. O Ministério da Agricultura brasileiro celebra a notícia como parte de um esforço mais amplo, citando a abertura de 466 novos mercados para produtos brasileiros desde o início do atual mandato presidencial, com a meta de alcançar 500 até 2026.

Alta da carne persiste no Brasil mesmo com redução de exportações aos EUA

As taxas adicionais impostas por Donald Trump sobre as exportações brasileiras não geraram os resultados que os especialistas financeiros haviam antecipado. No Brasil, os preços se mantiveram elevados e não sobrou carne.

Com a redução das vendas de carne para os Estados Unidos, o raciocínio é que haveria mais carne disponível no Brasil, o que, consequentemente, derrubaria os preços. As tarifas impostas pelos americanos tiveram um efeito notável. Na lista dos maiores compradores de carne brasileira, eles agora ocupam o sexto lugar, tendo já sido o segundo.

O raciocínio do aumento de vendas

Por outro lado, outras nações já estavam a reforçar os seus pedidos de carne proveniente do Brasil. Assim, foi averiguado que de janeiro a agosto de 2025 surgiu um crescimento de 34% nessas vendas. Na China, esse salto foi ainda maior, atingindo 41%, e no México, ultrapassou os 250%.

Temos os menores custos de produção do mundo. Então, isso acaba atraindo muitos competidores em termos de compra dessa carne e, obviamente, colocando o Brasil nesse cenário aí de líder mundial das exportações”, afirma Thiago Bernadino, coordenador do Cepea (Centro de Estudos de Economia Aplicada).


Mesmo com as tarifas do governo Trump, a carne é ainda algo caro para os brasileiros (Foto: reprodução/Instagram/@noticiascanedo)


Ótima notícia para os pecuaristas, que estão lucrando bastante. Péssima para os consumidores, que compram carne no açougue. Acreditava-se que, com o fim das exportações, o mercado interno receberia mais carne, baixando os preços. No entanto, as ligeiras reduções vistas não foram suficientes para anular a alta inflação do último ano.

Explicação da alta

A razão para isso reside na seca comum desta fase do ano. Sem disponibilidade de pastagem, o gado bovino demanda mais tempo para atingir o peso ideal. O preço por arroba do boi gordo, quantia recebida pelos criadores, permanece na faixa dos R$300 já faz cerca de um ano.

A carne acaba sendo, para muitas famílias brasileiras, um objeto de desejo. Então, qualquer adicional de renda que você tenha, a primeira forma de você resolver esse problema é aumentar a quantidade de proteína. Esse quadro não deve se alterar até o final do ano. O que a gente enxerga é um cenário que segue pressionado do ponto de vista de preços e, para o consumidor brasileiro, uma carne um pouco mais cara do que a gente viu em outros anos”, destacou o professor de economia do Ibmec-SP, André Diz.

Observa-se um aumento no consumo de carne entre os brasileiros. De acordo com o professor de economia do Ibmec, Andre Braz, isso ocorre apesar dos preços elevados, como resultado da diminuição do desemprego e do crescimento da receita.

Preço da carne dispara nos EUA após tarifa de 50% sobre produto brasileiro

Na terça-feira (29), nos Estados Unidos, foi anunciado que a carne bovina brasileira será taxada em 50%, decisão que tem causado impacto imediato nos preços do produto em território americano. A mudança ocorre em meio à redução do rebanho de gado no país e à crescente demanda por proteínas. O efeito tem sido percebido por consumidores e exportadores, com a possibilidade de perdas de até US$ 1 bilhão para a indústria brasileira, conforme alertado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o número de gado e vacas de corte no país está 1% abaixo dos níveis de 2023, o menor registrado em 25 anos. Essa redução na oferta interna, aliada à nova tarifa sobre a carne brasileira — principal fornecedora do produto — tem impulsionado a inflação da carne bovina. Só no mês de julho, o preço da carne moída subiu 3%, segundo relatório do Itaú BBA.

Inflação da carne preocupa mercado americano

Desde janeiro, a carne bovina acumula uma alta de quase 9% nos supermercados dos EUA, com a libra sendo vendida a US$ 9,26. Em junho, o índice de preços ao consumidor indicou um aumento de 12,4% nos bifes e 10,3% na carne moída em comparação ao mesmo mês de 2024. Esse cenário levou analistas a preverem uma continuidade da pressão inflacionária nos próximos meses.


Caso gripe aviária (Foto: reprodução/AFP Evaristo SA/Getty Images Embed)


A CNN chegou a comparar o impacto atual com o registrado no mercado de ovos em 2024, quando a gripe aviária elevou os preços e limitou o acesso à proteína.

Exportadores brasileiros tentam reverter a taxação

O setor brasileiro de carnes, liderado por empresas como JBS e Marfrig, tenta barrar a tarifa de 50% por meio de negociações com parlamentares norte-americanos. Durante evento ao vivo, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que articulações diplomáticas estão sendo conduzidas para proteger as exportações brasileiras. Caso a medida se mantenha, os prejuízos poderão afetar diretamente a economia do país, que tem os EUA como seu segundo maior comprador de carne, atrás apenas da China.

O momento é de tensão entre os dois mercados, enquanto os consumidores americanos convivem com o encarecimento dos alimentos e os produtores brasileiros aguardam uma possível revisão da medida.

Sexta-Feira Santa: entenda porque o peixe substitui a carne vermelha

Nesta sexta-feira (18), os cristãos das mais diversas vertentes celebram a “Sexta-Feira Santa”, um feriado nacional carregado de significado religioso.

A data marca a crucificação e a morte de Jesus Cristo, sendo o ponto culminante da Semana Santa e antecedendo o Sábado de Aleluia e o Domingo de Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus.

Consumo de peixe tem simbolismo histórico

Durante esta data, é comum que fiéis se dediquem à reflexão, à penitência e ao luto pela paixão de Cristo. Uma das tradições mais observadas é o jejum parcial ou a abstinência do consumo de carne vermelha, substituída geralmente por frutas, legumes, ovos e, principalmente, peixes.

Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o consumo de peixe é considerado uma forma de praticar o jejum e a abstinência. Além disso, o animal carrega um forte simbolismo na tradição cristã, sendo associado aos milagres de Jesus, como a multiplicação dos pães e peixes narrados nos evangelhos.

Nos primórdios do cristianismo, a palavra grega para “peixe” tornou-se um acrônimo para “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”, funcionando como um símbolo de identificação entre os primeiros cristãos.


Peixe é o alimento mais consumido na Sexta-Feira Santa (Foto: reprodução/Ian Waldie/Getty Images Embed)


Somente uma data é considerada como feriado

A definição do dia da Semana Santa, e consequentemente da Sexta-Feira Santa, também conhecida como “sexta-feira da Paixão”, varia a cada ano e remonta ao século IV, no ano de 325.

Durante o Concílio de Niceia, a Igreja Católica estabeleceu que a celebração ocorreria no primeiro domingo subsequente à primeira lua cheia após o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, outono no Hemisfério Sul.

Portanto, para encontrar a data da Páscoa, soma-se 46 dias à Quarta-feira de Cinzas, o dia que sucede o Carnaval.

Enquanto o Domingo de Páscoa não é considerado feriado nacional no Brasil, a Sexta-Feira Santa, celebrada em 2025 neste 18 de abril, é um feriado oficial em todo o território nacional.

Lula sugere isenção de imposto para carnes menos nobres

Nesta terça-feira (02/07), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ser a favor de incluir cortes de carne mais simples na cesta básica nacional, nessa medida seria levada em consideração quais cortes de carne são mais consumidos por populações mais pobres.

Ainda está sendo debatida quais serão os produtos que estarão na cesta básica, vale lembrar que qualquer produto incluído nesta lista terá seu imposto reduzido ou até mesmo ter uma isenção de imposto, o governo e os parlamentares estão debatendo se o frango e a carne bovina vão ser incluídas na lista.

Lula afirmou que o “frango, por exemplo, não precisa ter imposto. Frango faz parte do dia a dia do povo brasileiro, ovo faz parte do dia a dia. Uma carne, sabe, um músculo, um acém, coxão mole, tudo isso pode ser evitado”.


Lula discursando em um evento (Foto: reprodução/ Ricardo Stuckert/PR)

Segundo o ministério da fazenda a fiscalização seria impossível

Em abril, o diretor do programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Rodrigo Orair, já havia declarada que a medida seria impossível de se colocar em prática.

Para o Orair o ideal seria taxar de maneira uniforme, ele ainda afirmou que “do ponto de vista operacional, não dá para o fiscal da receita fiscalizar. A picanha, se cortar dessa veia para frente, é picanha, para trás é coxão. Sabe que é carne bovina, suína, peixes. Entre os peixes dá, porque é espécie”

Governo e parlamentares debatem isenção

Na segunda feira (01/07), parlamentares que fazem parte de um grupo de trabalho que busca regulamentar a reforma tributária, que foi aprovada em 2023, declararam que querem colocar a carne na lista de produtos da cesta básica nacional, que vai ser isento de imposto.

A reforma tributária conta com dois tipos de cestas básicas, a primeira teria imposto totalmente zerado, e o segundo tipo teria uma alíquota reduzida de 60 %, nesse segundo tipo de cesta básica ainda teria um cashback, que seria uma devolução de parte do valor pago pelo produto ou serviço.

Carne vermelha apodrece no intestino? Saiba o que é real e o que é falso sobre o alimento

Popularmente existem diversos mitos e verdades sobre o consumo de carne vermelha, uma proteína que tem gerado debates acalorados sobre seus impactos na saúde humana.

Algumas pessoas, por receio de possíveis problemas de saúde, optam por evitar a carne bovina, especialmente devido a preocupações com doenças cardíacas e diabetes.

O processo digestivo e o estômago humano

Contrariando um mito comum, o apodrecimento de carne no estômago humano não é uma ocorrência comum. O ambiente altamente ácido do estômago, com seu baixo pH, enzimas e processos digestivos, contribui para a eficaz quebra dos alimentos.

No entanto, é importante destacar que a ingestão de carne contaminada antes do cozimento adequado pode resultar em infecção alimentar, com sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia.


Típicas carnes vermelhas (foto: reprodução/Adobe Stock)

Medos e preocupações

O consumo de carne vermelha gera uma série de medos e preocupações, abrangendo questões de saúde, ambientais e éticas.

Estudos indicam que o consumo excessivo de carne rica em gordura saturada pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, há preocupações sobre a possível ligação entre carne processada e o aumento do risco de câncer colorretal.

A produção de carne, especialmente de gado, é associada a impactos ambientais significativos, levantando preocupações éticas sobre o tratamento dos animais e o uso de antibióticos.

Mitos

Desmascarar mitos é crucial para uma compreensão informada. O consumo moderado de carne magra, quando preparada adequadamente, não está necessariamente associado a doenças cardíacas.

Existem diversas fontes de proteína de qualidade além da carne vermelha, como peixe, aves, ovos, leguminosas e tofu. Embora exista uma associação entre carne processada e câncer colorretal, o risco absoluto é pequeno, enfatizando a importância da moderação.

Conclusão

A decisão informada sobre o consumo de carne vermelha deve ser baseada em uma compreensão equilibrada e científica dos alimentos, levando em consideração as necessidades individuais.

Consultar profissionais de saúde ou nutricionistas é aconselhável para lidar com preocupações específicas relacionadas à saúde. Em suma, é fundamental abordar essas preocupações com moderação no consumo, escolha de cortes magros e consideração por práticas alimentares sustentáveis para mitigar impactos negativos.