Obras clássicas de Ziraldo que se tornaram produções de cinema e televisão

Nesta tarde de sábado (06), o desenhista, escritor, pintor e jornalista Ziraldo Alves Pinto, conhecido popularmente apenas como Ziraldo, faleceu aos 91 anos de idade. Com isso, algumas de suas obras mais famosas, que foram inclusive adaptadas para as telinhas e telonas, são relembradas em gesto de homenagem e reconhecimento por sua influência no meio artístico.

Marcou gerações

Ziraldo foi responsável por criar diversas produções no meio da literatura infantil, sendo muitas dessas capazes de flutuar entre as épocas tornando-se clássicos e sendo reconhecidas por diversos públicos e de idades variadas. No meio de diversas obras como livros e quadrinhos, algumas das mais famosas são: “O Menino Maluquinho”, “Uma Professora Muito Maluquinha” e “O Menino Marrom”.

Com suas histórias, Ziraldo é tido como alguém que de fato mudou a vida de muitas pessoas através de seu trabalho, fazendo com que tivesse alguns de seus trabalhos adaptados para o mundo das produções audiovisuais. Foi o caso por exemplo de “O Menino Maluquinho”, lançado em 1980 e responsável por vender mais de quatro milhões de exemplares, tornando-se assim uma das maiores produções da literatura infantil.


Inflado gigante do personagem Menino Maluquinho (foto: reprodução/Getty Images Embed)


A história do garoto que possui uma imaginação aflorada e com isso cria diversas aventuras em seu cotidiano ao utilizar uma panela na cabeça, uma capa e uma espada de madeira, marcou a vida de diversas pessoas. Com isso, ganhou adaptações para a televisão, cinema e ainda peças de teatro. Seu primeiro filme foi lançado em 1995 tendo Samuel Costa como protagonista, sendo que por conta de seu sucesso, ganhou também uma continuação em 1997, além de possuir ainda uma outra adaptação que transformou a obra de Ziraldo numa série de televisão, em 2005.

Outra história criada por Ziraldo que também ganhou vida nas telas foi “Uma Professora Muito Maluquinha”, que falava sobre os métodos de ensino um tanto quanto diferenciados por parte de uma educadora. A história foi publicada em 1995 e no ano seguinte já foi adaptada para um filme, estrelado por Letícia Sabatella. Já em 2010, a responsável por dar vida à protagonista numa nova versão do filme foi Paolla Oliveira.


Exibição sobre Ziraldo no Centro Cultural Banco do Brasil (foto: reprodução/Getty Images Embed)


Falecimento de Ziraldo

Ziraldo faleceu neste sábado de forma tranquila enquanto descansava em sua casa, localizada no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro. Sua filha Daniela Thomas de 64 anos, confirmou ao Splash, do UOL, que a razão da morte de seu pai foi falência múltipla dos órgãos. Além de cartunista, desenhista, escritor, pintor e jornalista, Ziraldo também atuou como profissional nas áreas da poesia, cronismo, humorismo, dramaturgia, como apresentador, cartazista e caricaturista.

Criador de ‘O Menino Maluquinho’, Ziraldo morre aos 91 anos

Nesta tarde de sábado (6), o cartunista Ziraldo faleceu aos 91 anos enquanto dormia em sua casa no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família do chargista, que criou personagens como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”. Ziraldo deixa a mulher, Marcia Martins da Silva, e três filhos, Fabrizia, Daniela e Antonio, frutos do casamento com Vilma Gontijo.


Ziraldo, cartunista, caricaturista e fundador de O Pasquim (foto: reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil/Globo)

Carreira

Ziraldo Alves Pinto nasceu no dia 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. Sua carreira iniciou-se quando seu primeiro desenho foi publicado quando tinha apenas 6 anos no jornal A Folha de Minas, em 1939. Já em 1954, começou a fazer uma página de humor no mesmo jornal que havia estreado.

Em 1957, se formou em Direito pela Faculdade de Direito de Minas, porém não exerceu a profissão, ao mesmo tempo em que entrou para as revistas A Cigarra e O Cruzeiro. 10 anos depois, Ziraldo começou a trabalhar no Jornal do Brasil, publicando cartuns e charges de cunho político. Nesta época, destacaram-se os personagens Mineirinho, Supermãe e Jeremias, o Bom.


Ziraldo em jornalismo (foto: reprodução/Veja/Adhemar Veneziano/Dedoc)

Ainda naquela década, pode realizar um sonho que tinha desde criança, em que finalmente se tornou autor de histórias em quadrinhos e conseguiu publicar sobre a Turma do Pererê na primeira revista nacional, que abordava o gênero quadrinhos feita por um único autor. Os personagens que compunham essas histórias eram do mundo folclórico brasileiro, como um pequeno indígena e animais como onça, tatu e jabuti.


Ziraldo para a Turma do Pererê (foto: reprodução/Veja/Chico Nelson/Dedoc)

Em 1964, com o início do Regime Militar, a revista parou de ser publicada. A partir da proibição, cinco anos depois, Ziraldo, alguns jornalistas e os cartunistas Jaguar, Henfil e Millôr Fernandes fundaram um periódico bastante crítico à ditadura militar, O Pasquim, em resposta ao Ato Institucional número 5.


Ziraldo em O Pasquim (foto: reprodução/Paulo Garcez/Acervo Globo)

Em 1969, Ziraldo publicou seu primeiro livro infantil, FLICTS, que venceu o prêmio Hans Christian Andersen do mesmo ano. O livro contava a história de uma cor que não se encaixava em nenhum lugar.

Sucessos

O maior sucesso e fenômeno do mercado editorial infantil nacional foi O Menino Maluquinho, publicado em 1980. A história tem como personagem principal um garoto que sempre estava vestido com uma camisa amarela e fazendo uma panela de chapéu. O enredo possui mais de 10 títulos, incluindo outra história também conhecida, Uma Professora Muito Maluquinha.


Ziraldo na Bienal do Livro de São Paulo (foto: reprodução/Mauricio Santana/Getty Images Embed)


O Menino Maluquinho ganhou vida também fora dos quadrinhos e foi até adaptado duas vezes para o cinema, em 1995, dirigido por Hervécio Ratton, e em 1998, por Fernando Meirelles e Fabrizia Pinto, filha do cartunista. Além disso, a história também conquistou uma série exibida na TVE Brasil, produzida por Cao Hamburguer e Anna Muylaert.


O Menino Maluquinho – O Filme (foto: reprodução/Biblioteca Pública do Paraná)

Outros títulos também fizeram sucesso, como O Bichinho da Maçã, A Fábula de Três Cores, Meninas das Estrelas e Jeremias, o Bom. Sua última produção foi uma colaboração com Maurício de Souza em Mônica e Menino Maluquinho na Montanha Mágica, lançada em agosto de 2023 na última Bienal do Livro de São Paulo.