Diddy permanece preso após nova negativa da Justiça americana

Em nova decisão desfavorável, a Justiça dos Estados Unidos voltou a negar liberdade a Sean “Diddy” Combs nesta segunda-feira (4). Para o juiz federal Arun Subramanian, não há garantias de que o rapper não tentaria fugir ou comprometer a segurança de terceiros caso fosse solto.

Preso desde setembro de 2024, Diddy seguirá detido pelo menos até a audiência de sentença, marcada para 3 de outubro. Ele já foi condenado por dois crimes relacionados ao transporte de mulheres com fins de prostituição, mas acabou absolvido das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração criminosa.

Juiz mantém decisão rigorosa

Segundo o juiz Subramanian, nem o aumento do valor da fiança, nem a criação de condições adicionais seriam suficientes para justificar a liberação do artista. “Aumentar o valor da fiança ou elaborar condições adicionais não altera o cálculo, dadas as circunstâncias e o pesado ônus da prova que recai sobre Combs”, escreveu o magistrado na decisão desta segunda.

A defesa tentava reverter a ordem de prisão preventiva imposta desde o fim do julgamento. O argumento era de que Diddy estaria colaborando com as autoridades e não teria histórico de fuga. Ainda assim, o tribunal optou por manter a detenção.


Caso P. Diddy (reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Do que Diddy foi acusado?

Em julho, o júri considerou Diddy culpado em dois dos cinco crimes que constavam no processo. Ambos envolvem transporte de mulheres para fins de prostituição, sendo uma das vítimas a cantora Cassie Ventura, ex-namorada do rapper. Por esses crimes, ele pode pegar até 20 anos de prisão, 10 por cada caso.

Veja as acusações e os vereditos:

  • Conspiração para extorsão: Inocentado
  • Tráfico sexual por força ou coerção (Cassie): Inocentado
  • Transporte com fins de prostituição (Cassie): Culpado
  • Tráfico sexual por força ou coerção (Jane): Inocentado
  • Transporte com fins de prostituição (Jane): Culpado

Sean Combs, conhecido por sua trajetória na música e no mundo dos negócios, enfrenta agora o momento mais delicado de sua carreira. A sentença final poderá definir os rumos de seu futuro pessoal e profissional.

Trump cogita perdão presidencial a P. Diddy, diz tabloide americano

O portal Deadline revelou nesta quarta-feira (30) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pensa “seriamente” em conceder um indulto presidencial a Sean John Combs, nome de batismo do rapper e empresário fonográfico P. Diddy. Na prática, a ação de Trump lhe livraria das acusações sexuais a que foi condenado, impedindo até 20 anos de prisão.

Relação Trump-Diddy é antiga

Combs é um poderoso empresário da indústria musical de Los Angeles, conhecido por festas extravagantes em mansões prestigiadas por estrelas como Jay-Z, Beyoncé e Justin Bieber.


P. Diddy e Jay Z brindam juntos em um brunch da indústria fonográfica de Los Angeles (foto: reprodução/Kevin Mazur/Getty Images Embed)


Em 2012, Trump chamou o produtor de “um bom amigo”. Já em maio deste ano, o presidente estadunidense disse que Diddy gostava muito dele, mas achava que o relacionamento entre eles tinha acabado quando se candidatou, acerca do apoio de Diddy a Biden. Nessa mesma época, a revista Rolling Stones relatou que indivíduos próximos a Diddy pressionavam Trump para livrá-lo das acusações.

Primeira denúncia partiu de ex-namorada – e motivou muitas outras

As investigações começaram em novembro 2023, após uma denúncia de abuso sexual por parte de sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura. Ela revelou que o então companheiro a submetia a atos sexuais forçados com outros homens enquanto era filmada. O escândalo motivou que outras mulheres abrissem denúncias contra o empresário.

No início de 2024, foi divulgado um vídeo, datado de 2016, de Diddy arrastando Cassie pelo chão e chutando-a em um hotel de Los Angeles. O caso foi a julgamento e contou com o depoimento de Jane, nome fantasia da namorada de Diddy de 2021 a 2024. Jane descreveu festas regadas a sexo e drogas em que o rapper ignorava os pedidos femininos para parar.

Diddy foi preso em Nova York em setembro de 2024 sob acusações de tráfico sexual, extorsão e transporte para prostituição. 

O julgamento, iniciado em maio deste ano, durou sete semanas e concluiu que as mulheres não foram obrigadas a participar dos atos sexuais nem que o homem comandava uma quadrilha, mas o condenou por dois episódios relativos ao último crime, gerando até 20 anos de encarceramento. A decisão foi considerada uma vitória para Diddy, que corria risco de prisão perpétua.  Ele aguarda agora a sentença, a ser emitida em 3 de outubro.