Paquistão afirma que índia atacou três bases aéreas do país

O governo do Paquistanês afirmou que a Índia lançou mísseis em direção a três bases aéreas do país, uma delas próxima à capital, Islamabad. As defesas aéreas do Paquistão teriam interceptado a maioria dos disparos no ataque que aconteceu na madrugada de sábado (10) no horário local.

Ao longo das mais de três décadas de rivalidade, este foi o momento de maior tensão entre os dois países. Analistas temem que o conflito escale principalmente pelo fato da índia e do Paquistão possuírem armas nucleares.

Os ataques

Em uma disputa pelo território da Caxemira, os dois países entraram em confronto diariamente desde quarta-feira (7). Na primeira ofensiva, a Índia comandou ataques no Paquistão em lugares que chamou de “bases de militantes”. O país prometeu retaliar.


Primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, autoriza contra ataque do exército (Foto: reprodução/Instagram/@cnnpolitica)


A Índia, por meio de seus aviões, lançou mísseis ar-superfície. A base de Nur Khan, a base de Mureed e a base de Shorkot foram alvos – Ahmed Sharif Chaudhry.

Uma das bases aéreas está localizada em Rawalpindi, cidade próxima à capital Islamabad. As outras duas bases ficam em Punjab, no leste do Paquistão, que é vizinha da Índia.

O porta-voz militar paquistanês disse que apenas alguns mísseis passaram pelas defesas aéreas. Os que passaram não atingiram nenhum “ativo aéreo”, de acordo com as análises iniciais de danos.

Morte de turistas

A índia declarou que os ataques da última quarta-feira foram uma retaliação a uma ofensiva mortal contra turistas hindus na Caxemira indiana, que ocorreu no mês passado. O Paquistão negou as acusações de envolvimento nos ataques.


Paramédicos e policiais levam turista ferido para hospital em Anantnag após ofensiva no dia 22 de abril de 2025 (Foto: reprodução/Tauseef Mustafa/AFP)

Desde quarta-feira, os dois países trocaram artilharia na região das fronteiras e enviaram drones e mísseis para o espaço aéreo um do outro. Nesta sexta-feira, a maior parte dos combates aconteceu na Caxemira indiana e nos Estados indianos vizinhos. A Índia declarou que abateu drones do Paquistão.

Índia ataca região da Caxemira ocupada pelo Paquistão

O Exército indiano lançou um ataque contra uma área da Caxemira sob controle paquistanês em mais uma escalada de tensões entre os dois países nucleares.

Segundo fontes militares, o ataque foi uma resposta a supostas infiltrações de militantes vindos do lado paquistanês. Cerca de nove locais no Paquistão foram atingidos. 

Detalhes do conflito

A Caxemira é um território disputado há décadas, com conflitos frequentes na fronteira. Ambos os países já travaram três guerras (1947, 1965 e 1999) pela região e mantêm um frágil cessar-fogo desde 2021.

Entretanto, na manhã desta quarta-feira (7), no horário local, operações ocorreram na região de Line of Control (LoC), a linha de cessar-fogo que divide a Caxemira entre Índia e Paquistão.

As autoridades indianas afirmam que o ataque visava “eliminar bases terroristas” na região e que nove locais foram alvos. Em resposta, o Paquistão negou as acusações e prometeu uma “resposta proporcional”, acusando a Índia de violar o cessar-fogo.  

Um jornalista da CNN relatou ter ouvido fortes explosões na Caxemira ocupada pelo Paquistão. O Exército paquistanês afirmou que três locais foram atingidos.


Soldados da Índia ao lado de destroços de helicóptero (Foto: Reprodução/Danish Ismail/AP Photo)

Aumento na tensão entre os países

Em comunicado, o Ministro da Defesa da Índia afirma que as medidas tomadas foram em resposta ao “ataque terrorista em Pahalgam, no qual 25 indianos e um cidadão nepalês foram assassinados”. A fala faz referência ao ataque contra turistas ocorrido no mês de abril de 2025.

Em resposta, o porta-voz militar paquistanês Ahmed Sharif Chaudhry disse à Geo TV que “O Paquistão responderá no momento e local de sua escolha”. Em dezembro de 2024, o vice-conselheiro de Segurança dos Estados Unidos alertou sobre a capacidade paquistanesa de atingir alvos fora da Ásia e ressaltou sua crescente ameaça.

Enquanto a Índia justifica a ação como “antiterrorismo”, o Paquistão ameaça retaliar, aumentando o risco de novos confrontos mesmo com sua estrutura política manchada desde a prisão do ex-primeiro ministro em 2023. 

A Organização das Nações Unidas (ONU), pediu moderação e diálogo entre os dois lados. Algumas potências mundiais como EUA e China acompanham a situação com preocupação, dada a possibilidade de uma crise maior.  

Trump condena ataque indiano ao Paquistão e diz: “É uma vergonha”

O presidente americano Donald Trump, na última terça-feira (06), classificou como “vergonhoso” o ataque do governo indiano ao Paquistão, em disputa pela região da Caxemira, no Sul da Ásia.

Em entrevista a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca, Trump declarou que a ação era esperada e que “sabia que isso ia acontecer e aconteceu”. Apesar de avaliar que os dois países, Índia e Paquistão, se confrontam há muito tempo, pediu para que o conflito acabasse logo.

O Secretário de Estado, Marco Rubio, utilizou suas redes sociais para informar que está monitorando de perto a situação entre os dois países, além de manifestar apoio aos comentários do presidente Donald Trump .


Publicação do Secretário de Estado Marco Rubio sobre a situação entre Índia e Paquistão (Foto: reprodução/X/@SecRubio)

O Departamento de Estado dos EUA informou que na tarde de ontem, terça-feira (06), entrou em contato com conselheiros de segurança indianos e paquistaneses pedindo para que evitassem um conflito em grande escalada. 

Ataques recentes

Em 22 de abril (2025), na cidade turística de Pahalgam, no estado indiano de Jammu, um ataque atribuído a rebeldes paquistaneses, matou 26 civis em um resort. A região é conhecida por suas belezas naturais e por ser um importante santuário hindu. Milhares de turistas procuram a região em busca de turismo religioso. 

O ataque, condenado pela comunidade internacional, gerou forte comoção indiana e promessa de retaliação por parte do governo de Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia.


Declaração do primeiro-ministro indiano Narendra Modi (Vídeo: reprodução/Instagram/@narendramodi)


Em sua fala, Modi, declara que a Índia identificará, punirá e perseguirá os responsáveis pelo ataque em Pahalgam “até os confins da Terra”. 

A partir de então, os conflitos entre Paquistão e Índia, em disputa pela região da Caxemira, se intensificaram. Fazendo com que Narendra Modi, buscasse apoio junto ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), para que uma possível retaliação contra o Paquistão, por parte da Índia, fosse considerada um “caso de legítima defesa”

À época, o primeiro-ministro indiano informou que suspendeu sua participação no “Tratado das Águas do Ìndo”, assinado em 1960, e tanto Índia quanto Paquistão expulsaram a delegação diplomática, indiana e paquistanesa, de seus países.

Águas do Indo

O rio Indo e a região da Caxemira estão interligados e são de suma importância para a economia agrícola tanto da  Índia quanto do Paquistão. É a principal fonte fluvial e se inicia no Tibete, cortando a região da Caxemira, até desembocar no Mar da Arábia. Além da importância agrícola, também é fonte geradora de energia para os dois países. 

A disputa pela região da Caxemira, iniciada em 1947, tem desencadeado conflitos armados, ataques e crise diplomática entre governos indianos e paquistaneses por décadas. E, consequentemente, a disputa pelo domínio das Águas do Indo, tem gerado grandes tensões na região. 


Foto auxiliar: Rio Jhelum, um dos afluente do Rio Indo, em Muzaffarabad, capital da Caxemira (Foto: reprodução/Farooq Naeem /AFP/Getty Images Embed)


Na tarde de ontem, terça-feira (06), o primeiro-ministro Narendra Modi informou que criará barragens para desviar as águas do Rio Indo, que nascem em seu território para não chegarem até o Paquistão. 

Essa ação, por parte de Modi, foi vista pela comunidade internacional como uma forma de utilizar a “água” como “arma de guerra”, uma vez que, ao impedir que o Paquistão seja abastecido pelas águas do Indo, a Índia afeta a economia agrícola e energética do país vizinho, afetando a população paquistanesa.

Operação SINDOOR

O ataque com mísseis desta terça-feira (06), da Índia contra o Paquistão, denominado de “Operação SINDOOR” e, condenado pelo presidente americano Donald Trump, atingiu nove alvos paquistaneses na região da Caxemira administrada pelo Paquistão. 


Publicação do Exército indiano sobre a “Operação SINDOOR” (Vídeo: reprodução/X/@adgpi)

Governantes globais, principalmente da Ásia e da Europa estão em alerta, uma vez que tanto a Índia, quanto o Paquistão possuem armas nucleares, podendo elevar este conflito regional para uma escalada de conflitos globais em disputas por territórios, desestabilizando a Paz mundial.