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“Central do Brasil” terá exibição especial nos EUA com o diretor Guillermo del Toro

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Enquanto o filme “Ainda Estou Aqui” tenta fazer história nos Oscar 2025, Walter Salles buscará alavancar a divulgação do cinema brasileiro nos Estados Unidos. O produtor brasileiro, ao lado do diretor mexicano Guillermo del Toro, irá promover, no dia 8 de fevereiro, uma sessão especial do aclamado filme “Central do Brasil” em Los Angeles.

Segundo o site Omelete, a exibição do filme de 1998 contará com uma rodada de perguntas e respostas moderadas por Guillermo.

O enredo do longa conta a história de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que trabalha escrevendo cartas para pessoas analfabetas na estação de trem Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Ela, no entanto, apenas embolsa o dinheiro, sem chegar a enviar as cartas.

O ponto de virada da história acontece quando o pequeno Josué (Vinícius de Oliveira), de nove anos, procura a ajuda de Dora para encontrar seu pai, após perder sua mãe, uma das clientes de Dora, em um acidente de ônibus.  

Orgulho nacional

O filme “Central do Brasil”, do diretor Walter Salles, foi um sucesso de público e crítica. Além de bater a marca de um milhão de espectadores em 1998, o longa conquistou notoriedade internacional, sendo indicado a diversas premiações de prestígio do mundo do cinema.

No Globo de Ouro de 1999, o filme venceu a categoria “Melhor Filme Estrangeiro”. Já no Oscar, o longa foi indicado nas categorias “Melhor Filme Estrangeiro” e “Melhor Atriz” com Fernanda Montenegro.

Cena do filme “Central do Brasil” (Foto: reprodução/X/@canalbrasil)

Ainda Estou Aqui

Depois de 26 anos, um filme de Walter Salles voltou a ser destaque na mídia internacional. O longa “Ainda Estou Aqui”, que conta a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres) em busca de uma resposta sobre o sumiço de seu marido durante a ditadura militar no Brasil, alcançou uma conquista inédita para o cinema nacional. A produção foi o primeiro filme brasileiro indicado ao prêmio principal do Oscar na categoria “Melhor Filme”.

O longa também concorre nas categorias “Melhor Filme Estrangeiro” e “Melhor Atriz”. 

A forte atuação de Fernanda Torres é sucesso de crítica e lhe rendeu o prêmio na categoria “Melhor Atriz em Filme de Drama” no Globo de Ouro.

Fernanda Montenegro revela torcida inusitada no Oscar e outros detalhes 25 anos depois

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Já faz 25 anos da pior e mais dura derrota sofrida pelo povo brasileiro. O ano era 1999 e “Central do Brasil” concorria nas categorias de melhor filme estrangeiro e Fernanda Montenegro representava na categoria de melhor atriz. O longa saiu de mãos abanando naquela noite e, anos depois, a atriz compartilhou outros detalhes sobre a noite mais importante de sua vida.

O que aconteceu

O filme brasileiro perdeu na categoria que concorria, apesar de ter levado o Globo de Ouro naquele mesmo ano, e o prêmio acabou indo para o italiano “A Vida É Bela”. Mas o que marcou o brasileiro para sempre naquela noite foi a derrota de Fernanda Montenegro para a atriz Gwyneth Paltrow, que ficou conhecida como quem “roubou” o Oscar da nossa Fernandona. 

Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira em “Central do Brasil”
(Foto: reprodução/Europa Filmes)

Em entrevista ao Splash, do UOL, Fernanda Montenegro conta que não pensa naquela noite do Oscar com tristeza e só pensa nele como um momento importante e decisivo na sua carreira. 

“Foi e ainda é uma experiência bonita e importante. A concorrência, no que diz respeito a mim, como atriz latino-americana, era jupiteriana.”

Fernanda Montenegro

Fernanda ainda concorria naquela noite contra outras grandes atrizes como Cate Blanchett por “Elizabeth”, Meryl Streep por “Um Amor Verdadeiro”, Emily Watson por “Hilary e Jackie” e Gwyneth Paltrow por “Shakespeare Apaixonado”. 

Torcidas inusitadas

Além da reação confusa para a vitória de Paltrow vinda da própria Meryl Streep, Fernanda ainda revelou que recebeu a torcida do consagrado ator britânico Ian McKellen, que ficou encantado com a performance da brasileira. O ator, que concorria na categoria de melhor ator por “Deuses e Monstros” fez bem clara sua torcida, como conta Fernanda:

“O grande e celebrado ator inglês Ian McKellen, concorrendo ao Oscar nessa mesma premiação, chegou até mim e, sério, falou — ‘espero, sinceramente, que você ganhe o Oscar’. Respondi — ‘eu espero, também, que você ganhe’. Nós dois perdemos. Se esse referencial artístico, inglês, não levou, imagine!” 

Fernanda Montenegro

E McKellen não foi o único. Em 2020 a atriz Glenn Close relembrou durante entrevista o Oscar de 1999 e admitiu que não entendeu como a atriz brasileira não levou a estatueta naquele ano. “Me lembro do ano em que Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível de Central do Brasil. Pensei: ‘O que?’. Não fez nenhum sentido” 

Já Vinícius de Oliveira, que estrelou “Central do Brasil” ao lado de Fernanda Montenegro, recorda da premiação com um tom mais amargo, principalmente quando se fala na derrota da atriz. 

O ator, na época com 14 anos, conta que perder na categoria de melhor filme estrangeiro não foi tão dolorido quanto a de melhor atriz. Vinícius diz que reconhece a vitória de “A Vida é Bela” e a importância daquela história, mas que nunca vai perdoar a derrota de Montenegro. 

“Já a Fernanda Montenegro? É duro perder para uma atriz fraca em um papel fraco. O papel da Fernanda no ‘Central do Brasil’ é algo extraordinário”

Vinícius de Oliveira

Apesar de tudo, Fernanda e Vinícius concordam que só de comparecer à cerimônia foi uma experiência marcante e que nenhuma derrota pode apagar tudo o que eles viveram naquela noite tão especial para o cinema brasileiro.